Enquanto a burocracia partidária e militantes fazem cálculos complicados e hesitam, tentando entender qual a melhor estratégia num cenário sem Lula, o eleitor já está se reposicionando.
O eleitor lulista pensa com objetividade e se pergunta: quem é o candidato, dentre aqueles com reais chances de ganhar, em quem eu posso confiar?
Segundo a pesquisa CNT/MDA divulgada há pouco, essa migração está beneficiando Ciro Gomes, ex-ministro de Lula e, desde o primeiro ano da era petista, um aliado constante e leal tanto do ex-presidente como de sua sucessora.
A pesquisa mostra um avanço de 37% no potencial de votos de Ciro Gomes. Todos os outros candidatos perderam pontos.
A soma daqueles que votariam “com certeza” e “poderiam votar” em Ciro atingiu 35%, empatando com Bolsonaro.
No quesito rejeição, verifica-se a mesma tendência: enquanto todos os candidatos registraram aumento de rejeição, Ciro Gomes viu a sua ceder 3%.
Na coluna “rejeição líquida”, que desconta o nível de aprovação, os números não deixam dúvida: enquanto a rejeição líquida de Alckmin cresceu 89%, a de Ciro Gomes despencou quase 50%. Bolsonaro e Marina também viram uma alta muito forte de suas respectivas rejeições líquidas.
Os números apontam uma tendência clara de transferência de votos do lulismo para Ciro Gomes.
A esquerda voltou a ter chances reais de ganhar as eleições presidenciais, derrotar o golpe e oferecer estabilidade política e econômica ao país. A hora é de avançar o debate sobre a aliança política entre as legendas progressistas, em especial PDT, PSB, PCdoB e PT, em torno de um programa comum de governo.
Atualização: na mesma pesquisa, constam Lula (51%) e Ciro Gomes (41%) como os candidatos com maior potencial de votos e as menores avaliações negativas. Bolsonaro está em terceiro lugar.