Jeferson Miola
Cada nova pesquisa eleitoral confirma o impasse monumental que o regime de exceção não consegue suplantar.
Em que pese o amplo repertório de medidas arbitrárias e os inúmeros atropelos à Constituição na perseguição ao Lula para retirá-lo da competição eleitoral, o ex-presidente continua liderando com enorme folga todas as pesquisas, mesmo incomunicável na prisão política em Curitiba.
A pesquisa da CNT, com campo feito entre 9 e 12 de maio, que cobre o período de mais de 1 mês de encarceramento do Lula numa solitária, mostra Lula [32,4%] bem à frente do segundo lugar, que são os votos brancos e nulos [18%].
Nas simulações sem Lula, os votos brancos e nulos, que alcançam até 31,7%, venceriam todos os demais candidatos – prova inequívoca da ilegitimidade da eleição na hipótese de nova fraude jurídica para sequestrar os direitos políticos do Lula.
O impasse da classe dominante não é nada desprezível: não consegue emplacar nenhuma candidatura do campo reacionário-conservador; sabe que Bolsonaro, se não for salvo pela comunidade evangélica, é um balão de ensaio que esvaziará apenas comece o debate eleitoral; e fracassou em todos experimentos com as “novidades por fora” do sistema político – os chamados outsiders.
O bloco golpista não consegue encontrar uma candidatura viável e capaz de assegurar, mediante uma vitória eleitoral em outubro, a continuidade do golpe.
E, por outro lado, vê Lula estabilizado na dianteira, com índices que garantem vitória no primeiro turno, representando uma ameaça real à sobrevivência da ditadura Globo-Lava Jato.
O aumento do arbítrio e da violência institucional, nesta perspectiva, passa a ser uma probabilidade importante.
A libertação do Lula mais a garantia dos direitos civis e políticos do Lula votar e ser votado, são os componentes estruturantes da luta democrática e da resistência ao fascismo Globo-Lava Jato que deve unir o campo nacionalista, democrático e popular.