Em entrevista concedida ao portal Bloomberg, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirma que o pleno do STF não deve rediscutir a ação que julga a constitucionalidade da prisão anterior ao trânsito em julgado – como está na Constituição Federal de 88. Mais uma vez, o ministro afirma que Lula está ‘inelegível’ e que apenas em uma próxima gestão – a de Carmem Lúcia se encerra em setembro – poderá haver rediscussão do caso.
“Neste momento estamos nos voltando para outras questões e talvez na gestão da ministra Cármen Lúcia não se discuta mais. Não espere para agora esse debate”, afirmou Gilmar.
Sobre a negativa da Segunda Turma do Supremo no recurso apresentado pela defesa de Lula, Mendes disse que “não cabe à parte brigar com o todo pela coerência jurídica. O colegiado já disse que a prisão era legítima, não nos cabe mais discutir nesse caso específico do Lula”. O decano Celso de Melo também lavou as mãos sobre a decisão que considerou ‘esdrúxula’, ainda que ele respeite obedecendo o princípio da ‘colegialidade’.
Com relação ao preso político e ex-presidente Lula disputar às eleições de 2018, novamente o ministro negou que haja essa possibilidade: “Enquanto houver vida, há esperança, mas, para mim, a inelegibilidade de Lula é aritmética: ele está condenado em segundo grau por crime contra a administração pública”, disse.