Menu

QUEM SE IMPORTA COM LULA?. Por Wanderley Guilherme Dos Santos

A direita festejou a retumbante derrota do PT nas eleições municipais de 2016. À esquerda, volta e meia vítima de lavagem cerebral, líderes e porta vozes autorizados ou não deram início a desencontrada autocrítica. Como de hábito, o que começa como autocrítica termina em busca de bodes expiatórios. A perseguição da Lava-Jato (inegável) e a […]

4 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

A direita festejou a retumbante derrota do PT nas eleições municipais de 2016. À esquerda, volta e meia vítima de lavagem cerebral, líderes e porta vozes autorizados ou não deram início a desencontrada autocrítica. Como de hábito, o que começa como autocrítica termina em busca de bodes expiatórios. A perseguição da Lava-Jato (inegável) e a covarde difamação de Dilma Rousseff, incompetente, segundo líderes do PT, explicavam os alegados desastrosos resultados eleitorais. Só que não foi bem assim. A fragilidade dos analistas do partido os torna presa regular do noticiário conservador, daí a frequente adoção de estratégias incoerentes, em luta diária contra as manchetes do Jornal Nacional e os editoriais da Folha de São Paulo. Neste particular, operam como inocentes úteis da direita.

Há uma associação bastante sólida entre número de candidatos apresentados pelos partidos e a probabilidade de vitórias: quanto maior o número de candidatos, maior a proporção de vitórias conquistadas. A associação não vale, obviamente, para partidos concorrendo com um ou dois candidatos, coligados a partidos grandes, e que, beneficiados pelo sistema proporcional adotado, obtêm 100% de aproveitamento.

Na disputa pelas prefeituras, em 2016, o Partido dos Trabalhadores perdeu algo mais do que 50% das cadeiras conquistadas em 2012. Este foi um dos resultados que levou a direita às gargalhadas e lideranças da esquerda a espargir cinzas pelas cabeças alheias. Em grande parte, contudo, a perda se explica por correspondente fuga à competição. Em 2016, o PT registrou 1004 candidatos prefeitos contra os 1799 registrados em 2012, ou seja, uma redução de 44% na lista de concorrentes. A sangria na mobilização de competidores, esta sim, teve impacto desastroso no desempenho do partido.

O mesmo ocorreu na disputa pelas vereanças. Em 2016, o Partido dos Trabalhadores concorreu com uma absurda redução de 45% no número de candidatos, em comparação com 2012. Não deu outra: conseguiu, em 2016, menos 46% de vitórias das conquistadas em 2012. Não há comprovação de que o eleitorado petista tenha rejeitado o partido. O PT perdeu o que sua liderança pediu para perder.

Ser pautado pela direita significa ou ficar intimidado por ela – o que ocorreu em 2016 – ou tomar decisões embirradas com a propaganda midiática. Antes de se arriscar a resultados catastróficos em 2018, seria de toda conveniência que alguns exaltados ou compreensivelmente emocionados com a real perseguição ao partido e ao seu grande líder, fossem capazes de separar a solidariedade que não lhes tem faltado por todas as fatias do bolo à esquerda, da necessidade crucial de formular a estratégia com maior probabilidade de sucesso em outubro próximo. Essa decisão requer abertura negociada em torno de programas de governo. Os nomes surgirão naturalmente de um acordo de tal tipo.

Há uma reflexão à qual ninguém, no lado da esquerda, deveria fugir: é absolutamente certo que sem o apoio de Lula, uma vitória da centro-esquerda ficaria seriamente ameaçada; porém, dependendo do candidato, mesmo com o apoio de Lula, a vitória também será improvável. Dedicados petistas, fora dos dogmáticos discriminadores, não têm censura mental e podem admitir que, sem Lula é impossível ganhar, mas com Lula é possível perder. Em qualquer dos dois casos, a vítima maior será o próprio Lula, que está preso e, por enquanto, condenado. Os estrategistas do ou Lula ou nada continuarão soltos.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

rolando de de rir1

08/05/2018 - 15h05

QUANDO O CANDIDATO PRESTA O PARTIDO SO PRECISA DE UM.
QUANDO PARTIDO NAO PRESTA PODEM POR 1 MILHAO DE BANDIDOS LA QUE NAO VENCE .

SENDO ASSIM..
O PT ESTA FORA.
ACABOU.

NO ANO QUE VEM TODOS ESTARAO NA CADEIA. ACREDITEM. O MORO SO IRA PARA QUANDO EXTERMINAR TODA A RAÇA PETISTA

Mirko Kraguljac

08/05/2018 - 08h27

Wanderley continuando disfarcar que o PT, segundo pesquisas, está na frente de todos os partidos! Muito na frente! A lavagem cerebral evaporou! Pelo contrario, quem está perdendo são “herdeiros” do Lula…

Maria Ines Reinert Azambuja

08/05/2018 - 06h49

Esta seria antes de mais nada uma decisão do Lula?

Antonio Passos

08/05/2018 - 01h30

Wanderley Guilherme resolveu enfrentar o GOLPE dando pauladas no PT. Talvez ele até ache que não estamos mais sob um GOLPE. Que maravilha ele achar “inegável” a perseguição da Lava Jato ! Ufa, pelo menos isso.
O que eu acho é que as pessoas que defendem o “acordo” de doação gratuita dos votos de Lula, deveriam de uma vez por todas dizer QUAL seu candidato. Porque a essa altura do campeonato está na hora é de colocar o time em campo e escolher para qual torcer e trabalhar.
Em vez de ficar gastando conversa sentando o cacete no PT, enquanto a direita deita e rola.


Leia mais

Recentes

Recentes