Em entrevista publicada pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (02/05), o linguista norte americano, Noam Chomsky, um dos apoiadores para que Lula seja indicado ao Nobel da Paz, perguntado sobre a imagem do Brasil no exterior, responde: “As iniciativas de Lula, em coordenação com seu ministro das relações exteriores, o altamente eficiente Celso Amorim, transformaram o Brasil em um dos atores mais influentes e respeitados no mundo. O Brasil liderou um movimento para dar voz ao “mundo em desenvolvimento” na administração global, dando seguimento a esforços para criar uma nova ordem econômica internacional que havia sido massacrada pela coalizão de poder e dinheiro capitaneada pelos EUA.
Essas esperanças foram despedaçadas pela destruição —em parte autodestruição— do PT e a reversão de seus feitos. A imagem atual do Brasil é festejada pelas classes investidoras predadoras e os governos ligados a elas, mas entre aqueles que se preocupam com direitos humanos, justiça social e democracia, a decadência da imagem do Brasil é drástica.”.
Ainda em outro trecho, Chomsky afirma que o combate à corrupção “foi manchado pelo “golpe light” contra Dilma Rousseff, uma das poucas figuras políticas não acusadas de corrupção, ao contrário de seus opositores mais estridentes”. Para o linguista, é necessário que se faça uma autocrítica: “A esquerda deveria fazer uma autocrítica muito séria, examinar o que deu errado e pensar em todas as oportunidades que foram desperdiçadas porque sucumbiu à maldição da corrupção e a planejamentos falhos. A base social precisa ser reconstruída do zero, com participação direta de comunidades e instituições. Uma das principais tarefas é reverter as políticas atuais, que têm implicações nefastas para o futuro do Brasil. Uma esquerda revitalizada deveria propor programas que emergem da deliberação popular”.