Dória diz que moradores de prédio incendiado eram criminosos

05/12/2017- São Paulo – SP- Cerimônia de entrega do Prêmio de Título de “Brasileiro do Ano” pela revista Istoé e “Empreendedor do Ano” pela revista Istoé Dinheiro. Presidente da República Michel Temer cumprimenta o Prefeito da Cidade de São Paulo, João Dória. Foto: Marcos Corrêa/PR

Em entrevista a Folha de São Paulo o ex-prefeito de capital, João Dória, que abandonou a cidade com um ano de governo, descumprindo promessa de que iria até o final do mandato, e pré candidato ao governo do Estado de São Paulo, acusou os moradores sem teto da LMD (Luta por Moradia Digna) de serem criminosos e afirmou que o “prédio foi invadido e parte desta invasão financiada e ocupada por uma facção criminosa”.

Segundo informações da Folha, Doria disse ainda que houve várias tentativas da prefeitura de desocupar e abrigar as pessoas do prédio. A afirmação foi feita durante visita do tucano à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

Sem perder tempo, os políticos aproveitaram o acidente para “prestar solidariedade” às vítimas. O atual governador de São Paulo, Marcio França (PSB) e o presidente Michel Temer (PMDB) foram escorraçados pelos moradores no prédio que fica no Largo Paissandu.

O governador Marcio França (PSB) disse que a tragédia estava anunciada: “Não tem a menor condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali, desesperadas. Volto a repetir que essa era uma tragédia anunciada”. O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que a “prefeitura não pode pedir reintegração de posse, pois o prédio é de responsabilidade da União”.

As cercas de 150 famílias que estavam no local tem sido criminalizadas pela tragédia, por não terem moradia. O prédio é de responsabilidade da União e estava desocupado desde de 2001, com 24 andares e 11 mil metro quadrados. Colocado a leilão em 2015 pelo valor de 21,5 milhões de reais, o prédio não recebeu propostas.

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