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Violência aumenta no Rio depois da intervenção federal

IMAGEM: giuseppebizzarri No Esquerda Diário Segundo o robusto relatório do Observatório do CESeC, nos dois primeiros meses da ação da Intervenção dobraram o numero de chacinas de 6 para 12. Depois da Intervenção aumentaram os tiroteios, balas perdidas, mortes e casos de chacinas Por Pedro Cheuiche sexta-feira 27 de abril| Edição do dia O estudo […]

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Comb operation of the Brazilian army in the Providencia slum in Rio de Janeiro. A force of 1600 soldiers, superior to the one employed by the Brazilian army in Haiti, are used in a surprising show of force to recover 10 assault rifles and a 9 mm pistol stollen in the Sao Cristovao base of Rio de Janeiro. Out Argentina and Uruguay.

IMAGEM: giuseppebizzarri

No Esquerda Diário

Segundo o robusto relatório do Observatório do CESeC, nos dois primeiros meses da ação da Intervenção dobraram o numero de chacinas de 6 para 12.

Depois da Intervenção aumentaram os tiroteios, balas perdidas, mortes e casos de chacinas

Por Pedro Cheuiche

sexta-feira 27 de abril| Edição do dia

O estudo que reuniu dados dos 60 primeiros dias da Intervenção Federal no Rio de Janeiro apurou que período em que foram realizadas 70 operações com o emprego de 40 mil militares, 25 pessoas morreram e 140 armas foram apreendidas, sendo 42 fuzis.

O Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes soltou seu primeiro relatório do Observatório da Intervenção e contou com a Plataforma Fogo Cruzado, Onde Tem Tiroteio (OTT) – RJ e DepeZap, que monitoram sistematicamente os casos de violência e tiroteio no Rio e junto a outras organizações sociais, o nome do relatório se chama “À Deriva – Sem Programa, Sem Resultados, Sem Rumo”. Leia o relatório completo aqui.

Foram comparados os dois meses anteriores à intervenção com os dois meses posteriores. De acordo com o estudo, o número de chacinas dobrou no período: foram 12, com 52 vítimas nos dois meses posteriores ao início das ações federais, contra seis chacinas, com 27 mortos antes da intervenção.

O numero de tiroteios também aumentou, dois meses antes da intervenção foram 1.299 tiroteios, contra 1.502 após o início da ação do governo. O número de mortos também aumentou de 262 para 284. Segundo a pesquisa “de 16 de fevereiro a 16 de abril, os tiroteios, balas perdidas, pessoas feridas e mortas e casos de chacinas (três ou mais mortes num único evento) aumentaram.”

A pesquisa chama atenção para o forte cunho político que permitiu Temer “abandonar, sem maiores danos, a sua principal agenda, a Reforma da Previdência, já que a Constituição proíbe a votação de propostas de emenda constitucional durante períodos de intervenção”.

A intervenção não veio solucionar o problema da violência e, talvez, até tenha criado outros novos, que não tínhamos — afirmou ao Jornal O Globo a coordenadora do CESeC, Sílvia Ramos. A pesquisa frisou que “o general deixou claro que a decisão havia sido tomada sem a formulação de estratégias e objetivos” e que passados 2 meses esses objetivos ainda estão nebulosos.

Quem pagará a conta da intervenção?

Segundo consta no relatório, baseado numa pesquisa do Inesc sobre documentos oficiais revelou-se que o chamado Gabinete da Intervenção terá uma estrutura robusta: “Ao todo, serão 67 cargos, dos quais dois DAS 6 (remuneração de R$ 16 mil) e 15 DAS 5 (valor de R$ 13 mil). Essa estrutura, digna de um pequeno ministério, se estenderá até junho de 2019.”

O Governo Federal se comprometeu a pagar 1,2 Bilhões para a Intervenção, a pesquisa se coloca a seguinte questão: “numa época de vacas magras, em que serviços sociais básicos têm sido afetados, de onde virá esse 1,2 bilhão de reais?” (…) Cerca de R$ 200 milhões são originários de programas da Câmara dos Deputados. A origem do R$1 bilhão restante é explicada em documento da
Consultoria do Orçamento da Câmara: “decorre de utilização de superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial da União no exercício financeiro de 2017”. Um superávit até agora não mencionado no debate sobre o Orçamento da União.” O enorme gasto com segurança pública já coloca o Rio de Janeiro como o segundo estado em termos de investimento per capita em segurança pública, superado apenas por Roraima.

Índices de Violência

O questionamento ali levantado também se preocupou com que indicadores de violência o período pré intervenção contava. Destacando que “O Brasil já experimentou situações mais tensas de desordem urbana do que o carnaval de 2018, como a onda de saques em Vitória (2017), as séries de mortes a partir de motins em presídios em estados do Nordeste (2016, 2017 e 2018) e os ataques do PCC em São Paulo (2006). No Rio de Janeiro, o estado atravessou fases mais difíceis no fim dos anos 1990 e em 2002, com taxas de homicídio muito maiores que os atuais e graves ataques por facções”. Destacou-se também que segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2017, o estado está em 11º lugar em relação aos homicídios – no Rio, a taxa é de 37,6 por 100 mil habitantes, contra 60 por 100 mil em Sergipe.

O relatório também aponta a falta de informções sobre os custos das operações desde o início da intervenção e concui que interesses políticos motivaram a decretação da intervenção.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Silva

29/04/2018 - 16h31

Google, Big Tech e a máquina de guerra dos EUA no Sul Global
https://www.counterpunch.org/2018/04/27/google-big-tech-and-the-us-war-machine-in-the-global-south/

O recente fiasco do Facebook e da Cambridge Analytica aprofundou a preocupação pública sobre o poder político e as lealdades das corporações Big Tech. Logo depois que a história se tornou viral, 3.100 funcionários do Google enviaram uma petição ao CEO do Google, Sundar Pichai, protestando contra o envolvimento do Google em um programa do Pentágono chamado “Projeto Maven”.

Na semana passada, a Tech Worker’s Coalition lançou uma petição que protestava contra a participação da indústria de tecnologia no desenvolvimento da guerra, pedindo que o Google quebrasse seu contrato com o Departamento de Defesa (DoD). O Pichai responderá?

O Google tem muito a quem responder. Em março de 2016, o então secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, indicou o então CEO da Alphabet, Eric Schmidt, para presidir o novo Conselho Consultivo de Inovação do DoD. A diretoria daria ao Pentágono acesso às “mentes técnicas mais brilhantes focadas em inovação” – selecionadas do Vale do Silício.

Mais recentemente, detalhes sobre o Projeto Maven surgiram. O projeto usa aprendizado de máquina e aprendizado profundo para desenvolver uma solução de visão computacional baseada em inteligência artificial para o direcionamento de drones militares. Esse sistema inovador transforma uma grande quantidade de dados visuais – obtidos de drones de vigilância – em “inteligência acionável em velocidade de percepção”.

Como há muito mais horas de filmagem de vigilância do que uma equipe de humanos pode ver, a maioria das filmagens não pode ser avaliada pelos trabalhadores do Pentágono. Usando AI, o Project Maven entra em cena para garantir que nenhuma gravação seja exibida. A IA realiza análises de imagens de drones para categorizar, filtrar e identificar os itens que o Departamento de Defesa está procurando – carros, pessoas, objetos e assim por diante – e sinalizar os itens mais procurados para um ser humano revisar. O projeto foi bem-sucedido e o Pentágono agora está procurando fazer uma “fábrica do Projeto Maven”.

Relatórios da participação do Google no Projeto Maven ocorrem em meio a notícias que eles estão oferecendo ao lado da Amazon, IBM e Microsoft por um contrato de manutenção de US $ 10 bilhões com “uma grande nuvem” com o Pentágono. Eric Schmidt, que não é mais CEO do Google ou Alphabet, mas que permanece como conselheiro técnico e membro do conselho da Alphabet, afirma se recusar a receber todas as informações sobre os projetos do Google para o Pentágono, porque ele também preside a inovação do DoD. Conselho Consultivo.

O papel central de Schmidt nessa história ressalta a controvérsia sobre o estreito relacionamento do Google com os militares dos EUA. Em 2013, Julian Assange escreveu um ensaio destacando a simpatia do Google pelo império militar dos EUA em seu ensaio A Banalidade de “Não seja malvado” – uma crítica ao livro de co-autoria de Schmidt e Jared Cohen, The New Digital Age.

Em 2015, Schmidt recebeu Henry Kissinger para um bate-papo ao lado do Google. Ele apresentou Kissinger como um “principal especialista no futuro do mundo físico, como o mundo realmente funciona” e declarou que as “contribuições de Kissinger para a América e o mundo são inquestionáveis”.

Para muitos, as “contribuições” de Henry Kissinger estão encharcadas no sangue do Sul Global. Documentos desclassificados mostram que, durante a Guerra do Vietnã / Indochina, Kissinger, na época conselheiro de segurança nacional, transmitiu as ordens de Nixon ao general Alexander Haig: usar “qualquer coisa que voe sobre qualquer coisa que se mova” no Camboja. De acordo com um estudo de Taylor Owen e Ben Kiernan (diretor de estudos de genocídio da Universidade de Yale), os Estados Unidos lançaram mais toneladas de bombas no Camboja do que todos os aliados durante a Segunda Guerra Mundial juntos. O Camboja, eles concluem, pode ser o país mais bombardeado da história. Por qualquer motivo, Kissinger deveria ser julgado por genocídio.

Bombardeio de carpetes O Camboja é apenas um dos muitos crimes cometidos pelo Dr. Kissinger. Durante seu tempo no governo, ele reforçou as forças coloniais-coloniais brancas “moderadas” na África Austral para subverter a luta pela libertação negra pela independência e autodeterminação. Os EUA consideraram Nelson Mandela, o Congresso Nacional Africano e outros grupos de libertação negros menos reconhecidos como ameaças “terroristas” e “comunistas” aos interesses dos EUA. O regime do apartheid subjugou a maioria negra não só dentro da África do Sul, mas em guerras brutais através da fronteira em países como Angola e Moçambique. Mais de 500.000 africanos morreram só em Angola.

As corporações americanas lucraram com os negócios na região e forneceram às supremacistas brancas armas, veículos, recursos energéticos, apoio financeiro e tecnologia de computador usados ​​para oprimir sistematicamente os negros. A IBM foi a principal culpada, fornecendo ao estado do apartheid a maior parte dos computadores usados ​​para desnacionalizar a população negra africana e administrar o estado, os bancos, a polícia, a inteligência e as forças militares.

Em 6 de abril de 2018, Kissinger deu as boas-vindas a um dos novos líderes tecnológicos da atualidade, Eric Schmidt, para apresentar a Conferência anual Kissinger na Universidade de Yale. O tema deste ano foi Understanding Cyberwarfare and Artificial Intelligence. Depois de elogiar o ROTC e Ash Carter (ambos presentes), Schmidt disse ao público que é “uma tremenda honra estar no mesmo palco que o Dr. Kissinger, e todos nós o admiramos por todas as razões que todos nós conhecemos”. fala, ele falou de como os EUA devem desenvolver AI para defender contra adversários familiares de hoje: os norte-coreanos “desagradáveis”, os russos, os chineses. Um par de estudantes de Yale foi expulso por protestar.

Em décadas passadas, os defensores dos direitos humanos desafiaram o desenvolvimento da tecnologia para o capitalismo racial. Ativistas, incluindo estudantes e trabalhadores, pressionaram a IBM, a General Motors e outras corporações a parar de ajudar e estimular o apartheid e a guerra.

Hoje, uma nova onda de tecnologia está sendo aproveitada pelas forças militares e policiais. A IBM fez uma parceria com a cidade de Johannesburgo para os primeiros esforços no policiamento “inteligente”, enquanto a África e o Oriente Médio são alvos do império de drones dos EUA. Ativistas que defendem a democracia e a igualdade dentro da África e do Oriente Médio se opõem firmemente a esses desenvolvimentos.

O esforço bipartidário para policiar os países “shithole” designados por Trump com armamento avançado tem a Big Tech ao seu lado. O envolvimento do Google com o Projeto Maven constitui uma colaboração ativa nesse empreendimento.

Uma campanha ativista sobre a colaboração do Vale do Silício com os militares dos EUA poderia estar se desdobrando. No entanto, será necessária uma pressão popular em todo o mundo para que a tecnologia funcione para a humanidade.

Michael Kwet é um Visiting Fellow do Projeto da Sociedade da Informação na Yale Law School.


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