(Ato de violência contra manifestantes do acampamento Marisa Letícia não pode ficar impune / Foto: MST)
Ataque a tiros contra o acampamento pró-Lula deixa duas pessoas feridas
Um jovem foi atingido no pescoço e está na UTI; ataque aconteceu na madrugada em Curitiba
Brasil de Fato | Curitiba (PR), 28 de Abril de 2018 às 08:20
Um atentado a tiros aconteceu nesta madrugada de sábado (28) no acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, onde estavam manifestantes que defendem a liberdade do ex-presidente Lula.
Segundo informações do acampamento, duas pessoas foram baleadas. Um rapaz foi atingido no pescoço e está na UTI. Leia a nota conjunta dos movimentos populares que compõe o acampamento.
Até o momento, as autoridades de Curitiba não se manifestaram sobre o ataque.
Leia a nota na íntegra
NOTA DA VIGÍLIA LULA LIVRE
A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço.
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.
Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.
Edição: Juca Guimarães
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Atualização 1: Mensagem de uma testemunha do acampamento, enviado por whatsapp às redes de apoio: “Relato do estado de exceção: Após os disparos covardes que atingiram dois companheiros, uma viatura da PM chegou ao local. Um policial saiu desta viatura, recolheu as cápsulas do chão, enfiou no bolso, entrou na viatura e foi embora.”
Atualização 2: O professor Wilson Ramos Filho, o Xixo, presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora, sobre o atentado de ontem à noite:
“Quando mandarins de piso fazem o que querem, desdenhando da lei e da Constituição, sem que os tribunais lhe coloquem limites, meganhas se esbaldam com a certeza de que não serão reprimidos pela hierarquia. O atentado fascista, terrorista, que, aos gritos de Bolsonaro, abala convicções democráticas, pode causar a morte de um trabalhador.
O que assistimos em Curitiba deve ser compreendido no contexto de desestabilização institucional decorrente da ausência de focinheiras nos meganhas de toga e de farda.”
Xixo, professor na UFPR, reside em Curitiba.
Atualização 3: Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que foi atingido no pescoço, está na UTI.