(Santinho de 89, quando as eleições eram um pouco mais livres)
Por Pedro Breier
Está positivamente engraçado o revezamento dos colunistas patronais da velha imprensa na missão de tentar convencer o PT a desistir da candidatura de Lula o mais breve possível.
Já li que o PT está errando o cálculo, que é um desrespeito aos eleitores, que a estratégia do partido gera um “déficit democrático”, que se demorar muito pode ser tarde demais, que a concorrência vai acabar ficando com os votos de Lula, e por aí vai.
Nada disso faz o menor sentido.
É cristalino o acerto da estratégia de Lula e do PT na questão da candidatura presidencial.
Não há porque desistir da candidatura Lula antes que o judiciário a impugne definitivamente, uma vez que a prisão do líder nas pesquisas é completamente política.
Se a prisão é política, seria uma estupidez o PT desistir espontaneamente de levar a candidatura às últimas consequências. Tal atitude daria uma certa aparência de legitimidade jurídica ao grotesco engodo que é a condenação e prisão sem provas do político mais popular do país.
Como disse Dilma Rousseff durante palestras em universidades dos EUA, alguns dias atrás, isso resolveria apenas o problema da direita.
Enquanto Lula continua candidato, segue sendo, obrigatoriamente, o centro das atenções.
E isso é péssimo para a grande mídia, cujo desejo é, neste momento, que Lula seja esquecido, como se fosse um preso comum, para que possa focar na tradicional manipulação eleitoral antipovo na qual é especialista.
Entretanto, o poder magnético de Lula, conferido pelo número de eleitores que querem votar nele, faz com que a eleição de 2018 gire, para desespero da direita, em torno de uma cela de Curitiba.
Na verdade, nem precisaríamos discorrer muito sobre o tema.
Bastava, na questão, seguir a máxima do velho Brizola e posicionar nossa análise no lado diametralmente oposto ao da Globo e suas sócias da máfia midiática.
Se eles dizem que o PT deve abandonar logo a candidatura de Lula, claro está que ela deve ser levada até o limite.