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(Foto: Facebook de Flavio Dino). Estes são os posts & notícias que gostaríamos de comentar hoje. Para ler o original dos conteúdos, basta clicar nos links indicados. 1) O ensaio de golpe no Maranhão Notícia do Estadão: Partidos protocolam pedido de intervenção na Secretaria de Segurança do MA Motivo alegado é um ofício expedido pela […]

2 comentários
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(Foto: Facebook de Flavio Dino).

Estes são os posts & notícias que gostaríamos de comentar hoje. Para ler o original dos conteúdos, basta clicar nos links indicados.

1) O ensaio de golpe no Maranhão

Notícia do Estadão:

Partidos protocolam pedido de intervenção na Secretaria de Segurança do MA

Motivo alegado é um ofício expedido pela PM ordenando que todos os batalhões do Estado monitorassem os adversários políticos do governo

SÃO LUÍS – Dez partidos de oposição ao governo Flávio Dino (PCdoB) protocolaram nesta terça-feira, 24, junto à Procuradoria Geral da República, um pedido de intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.

Nosso comentário: Dias depois de reportagem no Fantástico, seguida de uma série de matérias na grande mídia, repercutindo essa fabulosa Fake News contra Flavio Dino, em que um comunicado bizarro, emitido por oficial de quinto escalão, é transformado num escândalo político, vários partidos políticos, como que seguindo um plano orquestrado, pedem “intervenção federal” no Maranhão. A quem interessa desestabilizar um dos governos mais bem avaliados e mais bem sucedidos no país, em meio a um quadro dramático de aumento da miséria e violência em todo país?

2) A Fake News do custo de R$ 300 mil de Lula preso

Post do Tijolaço:

PF “mama” diárias e bota a culpa em Lula por gasto de R$150 mil?

O relatório da Polícia Federal que pretende forçar a remoção de Lula da sede da Polícia Federal alegado que sua detenção custou R$ 150 mil ao longo de 15 dias, ou cerca de R$ 10 mil por dia.

Certamente não se gastou R$ 150 mil de quentinhas para Lula. Nem na conta de energia de um simples televisor.

Gastaram com eles mesmos, engordando o contracheque com diárias que, a rigor, não seriam necessárias para colocar, em turnos, um guarda à porta da cela onde estão retendo Lula.

Nosso comentário: A divulgação desse valor constituiu mais uma agressão do Estado ao ex-presidente Lula. Ora, o que Lula tem a ver com esse gasto? A PF  tem feito operações sensacionais  há tempos, que se intensificaram muito a partir da Lava Jato. A notícia é mais um capítulo no incentivo ao ódio político, porque visa transferir a Lula, preso político, a culpa pelos gastos com sua prisão, gerando intolerância e sectarismo. Provavelmente, fascistas usaram a informação para defender a morte do ex-presidente, alegando os altos custos de sua prisão. Ora, as manifestações em defesa de Lula são grandes e crescentes porque sua prisão é injusta! A grande imprensa, ao esconder as avaliações imparciais de juristas, políticos e intelectuais do mundo inteiro, sobre a prisão de Lula, manipula a opinião pública, que não entende porque há tanta insatisfação com a prisão do ex-presidente. A responsabilidade da mídia e da PF pelo avanço do fascismo é cada vez maior.

3) O neotenentismo reacionário dos lavajateiros

Um post de Rodrigo Vianna, publicado no ano passado na Forum, parece hoje mais atual que nunca:

O tenentismo togado e a crise total: estamos às portas de uma anti-Revolução de 1930

(…) O tenentismo togado (promotores, juízes e Lava-Jato) propõe a demolição do Estado e das forças produtivas que o Brasil foi capaz de construir ao longo de mais de 80 anos. Estão na mira: Petrobras, BNDES, construção pesada, agro-indústria. É uma crise sem precedentes. Uma crise de regime. Uma espécie de anti-Revolução de 1930.

Nosso comentário: Desde que o post foi escrito em maio de 2017, alguns fatos ajudaram a corroborar a sinistra tese de Vianna: os ataques lavajateiros se somaram (e se complementam) aos ataques neoliberais do governo Temer, ao BNDES, a Petrobras, a Eletrobras. A nova onda lavajateira contra a BRF, principal grupo nacional exportador de frango, já nos fez perder boa parte do mercado europeu. Circulou hoje a notícia de que a Odebrecht não conseguiu honrar uma dívida de R$ 500 milhões, herança dos ataques lavajateiros (com apoio imperialista do Departamento de Estado dos EUA) que vem sofrendo desde 2014.

A comparação do lavajatismo dos “jovens reaças” do MPF, judiciário e PF, no entanto, é apenas literária, porque os tenentes eram pobres, ganhavam salários baixos, e sacrificaram suas vidas, liberdade e carreira, na defesa de suas ideias. Muitos morreram executados, outros foram presos por muitos anos, a maioria foi expulsa das forças armadas, ao passo que os lavajateiros ganham os mais altos salários (do mundo) do serviço público, são apoiados pelos superiores, ganham prêmios nos Estados Unidos e são paparicados pela elite e pelo mercado financeiro.

4) Agressão a professores em Minas.

Notícia saída em vários jornais e blogs.

Nosso comentário: A agressão policial a uma manifestação de professores mineiros gerou críticas duras ao governador Pimentel, ao mesmo tempo que reacendeu o debate sobre a estranha e inconstitucional autonomia que as polícias militares vem desenvolvendo nos últimos tempos. Petistas alegam que o governador mineiro não tem culpa pela violência policial porque a PM mineira fugiu a seu controle. Isso não me parece uma boa desculpa. Se isso aconteceu, e admito que, de fato, possa ter acontecido, o governador Pimentel tem obrigação de se pronunciar e anunciar medidas políticas criativas para coibir esse tipo de violência estatal. Informaram-me que o problema vem desde a formação do policial, na Fundação João Pinheiro, de tradição conservadora e autoritária. Ora, isso tem de ser combatido então pela raíz. Se o governador não se sente seguro para fazer as mudanças necessárias na formação do policial mineiro, então que chame a sociedade para lhe auxiliar. Esconder-se, omitir-se, não dá certo, e as consequências de postura similar do então ministro da Justiça de Dilma, José Eduardo Cardozo, estão aí para provar. Cardozo deixou que a Polícia Federal se convertesse numa política política voltada a atacar o próprio governo.

5) Prisão de 159 inocentes no Rio de Janeiro, por estarem participando de uma festa que a grande mídia, criminosamente, chamou de “festa da milícia”, mas que era simplesmente um pagode.

Notícia no site dos Jornalistas Livres:

As centenas de pessoas presas na operação em Santa Cruz têm apenas uma coisa em comum: curtem Swing&Simpatia e Pique Novo. São fãs de pagodes – no popular, pagodeiros.

Era tudo normal. Show em uma das principais vias de Santa Cruz, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, o mais distante da região central da cidade. Anúncio no face, nas páginas da banda, áudio no zap e na rádio Costa Verde. Venda de ingresso individual. De camarote. Revista na entrada. Um sítio acostumado a receber eventos, de tudo que é tipo: festas de criança, cultos evangélicos e, como se sabe, shows de pagode. Não havia armas à vista. Cerveja no bar. Pagode no palco.

As centenas de testemunhas (ou sobreviventes) daquela noite contam a mesmíssima história: 3h30 de sábado dia 7, auge da lotação da festa, polícia entrou, rajadas de fuzil, tiroteio, mortos, todos os demais no chão, todos os homens para um lado, cara no chão, todas as mulheres para outro (sob gritos de piranha e vagabunda). Alguns fogem pelo muro de trás da festa. Banda, garçons, funcionários da festa liberados. Chegam mais policiais. Carros estacionados começam a ser arrombados. Armas, inclusive fuzis, são encontradas nos veículos. Pessoas com mandado de prisão expedidos escapam. Pessoas sem qualquer mandado ou investigação são presos. Cerca de 20 são liberados. Não cabem todos em dois ônibus. 159 são levados: encarregado de supermercado, administrador de empresa, funcionário da Michelin, gari da Comlurb, metalúrgico, estudante do ensino médio, motorista de uber, DJ, empregado doméstico, técnico em radiologia, concurseiro da Marinha, camelô de Santa Cruz, um artista de circo, um jovem autista. Tem preso de 18 anos que foi numa festa pela primeira vez. Tem preso de quase 60, que foi comemorar os 60 anos da irmã.

Nosso comentário: o que aconteceu neste dia foi grotesco. Num país democrático, geraria demissão do ministro da Segurança Pública e fim da intervenção federal no Rio. Mais um sinal do regime de exceção que vivemos, sob o controle de togas subservientes ao fascismo midiático. Alguns trabalhadores podem ter tido sua vida destruída após a prisão injusta que sofreram. Podem perder o emprego. Podem mergulhar na miséria. Podem ficar estigmatizados. E ainda estão presos! A intervenção federal no Rio registrou mais um fracasso retumbante. Famílias da região de Santa Cruz estão revoltadas com a injustiça.

6) Mario Magalhães aponta, em matéria magistral, a falsa simetria entre a perseguição estatal a Lula e a Aécio Neves.

No Intercept:

NO OUTONO, AÉCIO FICOU SÓ (ENQUANTO DILMA ERA APLAUDIDA NO BRASIL E NO EXTERIOR)

(…) A abertura da ação penal contra Aécio prestou-se a argumento para a propaganda de que a Justiça não distinguiria colorações políticas, seria igual para todos. O pau que dá em Chico (Lula) daria em Francisco (Aécio). Mera ilusão.

Ao receber a denúncia do Ministério Público Federal, o STF feriu, se não um cachorro morto, um cusco moribundo. Desde a delação de donos e executivos do grupo controlador da Friboi, Aécio fora descartado para corridas de fundo. Sua ambição passou a ser escapar do xilindró. Já não era protagonista.

Dilma Rousseff, ao contrário, ocupava a Presidência ao ser deposta pelo Legislativo com a cobertura escancarada do Judiciário. O Supremo assegurou Eduardo Cunha na Câmara até que o muso, cara e coração do impeachment consumasse o golpe. O STF vetou a última cartada política e administrativa de Dilma – a nomeação de Lula como ministro – para permanecer no cargo para o qual havia sido ungida por sufrágio popular. Dilma presidente não equivale a Aécio decaído.

É improcedente a comparação de Lula, objeto de condução coercitiva ordenada por Sérgio Moro, com Aécio, tipo imune a conduções coercitivas e dado a confraternizar em público com o juiz de Curitiba. O ex-presidente foi preso no momento em que as pesquisas de opinião o reconheciam como favorito na eleição de outubro ao Planalto.

São animais distintos o que esbanja saúde e late altivo e aquele anêmico, desamparado como cão sarnento até por velhos companheiros. Sem falar na ausência de provas convincentes no processo de Lula. Parte da imprensa que endossou sentença e acórdão agora se refere ao “triplex atribuído a Lula”. Antes, bancava sem cerimônia que o proprietário do imóvel do Guarujá é ou era o ex-presidente. Ato falho ou copidesque de biografia?

Nosso comentário: no dia em que o STF iria decidir se aceitava ou não a denúncia de Aécio, a direita babava com a oportunidade de mostrar que o fascismo lavajateiro era “isento”. Mario Magalhães aponta algumas razões que mostram que isso era mais uma farsa. O que poderíamos acrescentar é que, conforme lembrou Rodrigo Vianna no artigo que linkamos e comentamos acima, a Lava Jato, embora tenha feito aliança tática com o PSDB, e se ligue organicamente ao partido, tem objetivos que ultrapassam a questão partidária. Ela é bem mais nociva ao país do que o PSDB, como se pertencesse a uma ala radicalizada, ultraliberal e ultrareacionária do partido. A Lava Jato quer ampliar o punitivismo e dar mais poder aos mandarins armados ou togados. As vítimas serão os que não tem acesso aos únicos mecanismos que podem se contrapor à violência do Estado: quem tem pouca relação com o judiciário e a mídia, ou seja, pobres, pretos e petistas.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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marcio barreto santos

26/04/2018 - 18h49

Com relação a prisao das pessoas basta dizer porque um numero tão grande de armas de guerra, fuzis, pistolas, granadas, estavam presentes nesta festa. Dize-me com quem tu andas, que te direi quem és.

    Miguel do Rosário

    26/04/2018 - 18h51

    ué, então tem que prender todos os ministros de governo, vários ministros do stf, todos os empresários do país, e a maioria dos governadores! sua frase não tem sentido. as pessoas que estavam na festa não tem nada a ver com as armas encontradas! elas estavam desarmadas!


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