A reportagem da Agência Sportlight demonstra, com provas cabais, que não existe nada mais corrupto do que o neoliberalismo alucinado do governo atual, esse bebê de proveta nascido dos genes da Lava Jato e da Globo.
Ontem, minha mãe contou-me que continua recebendo mensagens de whatsapp com os mesmos fake news sobre o BNDES, de que o banco teria gasto bilhões em “ditaduras” da América Latina e África.
São mentiras, naturalmente, expliquei a minha mãe. Mas essa disseminação histérica de fake news contra o BNDES, um dos mais competentes bancos públicos de investimento do mundo, reflete bem a doença neoliberal que infectou o país e produziu os fundamentos ideológicos que permitiram o golpe.
Financiamentos para que empresas nacionais de construção exportem serviços de engenharia ao exterior, gerando empregos e divisas no Brasil, são criminalizados.
Quaisquer investimentos em coisas importantes, duradouras, são diabolizados, como fez o próprio Sergio Moro, ao tratar das refinarias em processo de construção pela Petrobras.
Agora, quando o BNDES é usado para financiar programas de privatização, ou seja, quando o dinheiro público é dado a grandes capitalistas, do Brasil e do exterior, para que adquiram nossos melhores ativos, sem que para isso precisem botar um centavo do próprio bolso, a imprensa corporativa, os lavajateiros do sistema de justiça, e os partidos neoliberais não falam nada.
Quando uma das principais estatais do país, como a Eletrobrás, é flagrada pagando R$ 2 milhões, sem licitação, para que uma agência de comunicação divulgue notícias negativas sobre a estatal, e, com isso, preparando o terreno para que seja vendida a preço vil na bacia das almas, também não falam nada.
A histeria dos lavajateiros, pelo jeito, só se materializa quando o Estado faz investimentos objetivos em infra-estrutura e desenvolvimento. Aí todas as forças lavajateiras são mobilizadas para paralisar os projetos, aterrorizar os servidores responsáveis e criminalizar os políticos e empresários envolvidos nas articulações.
Abaixo, o início da matéria da Sportlight, assinada por Lucio de Castro:
Atual gestão da Eletrobras pagou quase R$ 2 milhões para que falassem mal da própria empresa
POR LÚCIO DE CASTRO · PUBLICADO 24/04/2018 – 04:00
A Eletrobras pagou quase dois milhões de reais para ser mal falada. Sem licitação.
Tratada oficialmente como “desestatização” ou “democratização do capital”, a privatização da empresa, prioridade do governo de Michel Temer, recebeu um forte impulso em 20 de setembro de 2017, quando a estatal assinou com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação, a maior assessoria de imprensa do país.
Objeto do contrato ECE-DJS 1252/2017, obtido pela reportagem via Lei de Acesso à Informação (LAI): “assessorar a Eletrobras na comunicação relativa ao projeto de acionista majoritário de desestatização da empresa”.
O valor exato do contrato foi de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos reais). Sendo R$ 1.574.000,00 (um milhão, quinhentos e setenta e quatro mil reais) para elaboração e execução do objeto, dividido em vários itens (ver quadro abaixo) e R$ 226.000,00 para despesas comprovadas com a execução.
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