Por Pedro Breier
Vejam a que ponto chega o nível de ousadia e descaramento do golpismo.
Luiz Fux, presidente do TSE e ministro do STF, afirmou que a eleição de 2018 poderá ser anulada caso seu resultado seja “fruto de uma fake news”.
Depois de o governo eleito em 2014 ser derrubado usando-se como desculpa as surreais pedaladas fiscais, vale tudo.
A reincidência de matérias e declarações sobre fake news claramente tem o objetivo de ir acostumando o público ao termo. Este será fatalmente usado para deslegitimar e perseguir judicialmente os veículos de mídia não alinhados ao golpe.
Essa verdadeira ameaça de Fux eleva o termo a outro patamar. Em caso de vitória da esquerda nas eleições, as fake news podem virar as novas pedaladas fiscais e serem usadas para derrubar mais um governo eleito.
Ou alguém acredita que o judiciário vai incomodar os veículos da velha mídia com essa história de fake news caso algum representante orgânico da direita seja o vitorioso no pleito eleitoral?
A fala de Fux, ministro alinhado ao golpe até a medula, tem endereço certo. O campo progressista que se cuide, pois se ganhar a eleição poderá ter que lutar contra mais uma tentativa de golpe.
O detalhe sinistro é que Fux fez essa fala em um evento da Veja, a revista que protagonizou um dos maiores escândalos de fake news de que se tem notícia: a grotesca capa que ilustra este post chegou a ser distribuída nos metrôs de São Paulo, como se fosse um panfleto partidário, às vésperas do segundo turno da eleição de 2014.
O campo golpista já não faz a menor questão de tentar preservar as aparências.