Por indicação de um internauta, incito os leitores a se informarem melhor sobre o caso da estranha prisão do jornalista Márcio Fagundes, por pedido do Ministério Público de Minas Gerais, acusado de ter assinado contratos de publicidade quando trabalhava na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Seus filhos criaram um site para reunir explicações, depoimentos e manifestos sobre o caso, que está me cheirando fortemente a mais um arbítrio lavajateiro nesse Brasil do golpe.
Essa é a “refundação do Brasil” de que você tanto fala, Barroso? A prisão indiscriminada de pessoas com base em paranoias e más intenções de procuradores midiáticos?
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Sindicato repudia prisão preventiva do jornalista Márcio Fagundes
Abril 23, 2018
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais vem a público repudiar a prisão preventiva do jornalista Márcio Fagundes, ocorrida ontem, 18/4, em Belo Horizonte, na operação Sordidum Publicae, do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Civil. Fagundes é acusado de ter assinado contratos de publicidade durante a gestão do ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte Wellington Magalhães.
O abuso do instrumento da prisão preventiva já foi denunciado por juristas do Brasil inteiro. No atual ambiente de golpe, em que a Constituição vem sendo desrespeitada e os aparatos judiciais agem de forma descontrolada, essa é mais uma ameaça à democracia.
Tão grave quanto isso é a transformação de operações policiais em espetáculos midiáticos. Como já aconteceu em inúmeros casos, de pouco adianta à vítima provar sua inocência depois de ter sido exposta à execração pública, fotografada, filmada, detida na frente dos filhos, como foi o caso do jornalista.
Não se trata de defender a impunidade e sim de garantir a presunção da inocência antes da sentença final e instrumentos de investigação que não ataquem a honra da pessoa que, se inocentada, será para sempre culpada.
Márcio Fagundes já tinha prestado depoimento no processo e não havia, no seu caso, os motivos que justificam a prisão preventiva, a saber: obstrução de justiça, risco de fuga, ameaça a testemunhas, destruição de provas etc.
O Sindicato repudia, mais uma vez, toda forma de arbítrio e informa que dirigentes do Sindicato foram, junto com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, fazer uma visita ao jornalista para verificar as condições em que ele se encontra preso.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais