(Charges: Latuff e Alexandre Beck)
Por Pedro Breier
Os números das mais recentes pesquisas de opinião pública são auspiciosos para a causa democrática brasileira.
Isso porque eles demonstram que o poder da velha mídia de influenciar as mentes dos brasileiros derrete a olhos vistos.
A narrativa que a máfia midiática tenta emplacar é a de que Lula é um ladrão, salafrário e corrupto que, portanto, deve ser preso e impedido de concorrer. A Lava Jato, por sua vez, seria uma operação séria e exitosa no combate à corrupção.
A despeito de meia dúzia de famílias controlarem com mão de ferro a comunicação no Brasil – nosso país tem uma das maiores concentrações de mídia do planeta -, a maioria das pessoas não engole a história de ficção martelada diuturnamente na TV, no rádio, nas revistas e nos jornais.
Por exemplo: acachapantes 73% da população acreditam que “os poderosos querem tirar Lula das eleições” segundo pesquisa Ipsos encomendada pelo insuspeito Estadão.
É exatamente o que está acontecendo e o que a mídia familiar tenta desesperadamente esconder à base de um conluio abjeto com o judiciário e de pesada manipulação da informação.
Na mesma pesquisa, 55% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que a Lava Jato faz perseguição política contra Lula.
As pesquisas eleitorais também são catastróficas para a narrativa da mídia familiar.
Lula lidera com folga em todos os cenários, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Sua vitória estaria virtualmente garantida caso não estivéssemos sob um regime de exceção.
São sinais incontestáveis de que a credibilidade afetada pelos comunicadores da grande mídia é uma ficção.
O poder dos barões da imprensa ainda é, entretanto, enorme. E isso se deve à luta de classes.
Ao lado da mídia hegemônica estão o poderio do capital internacional, das castas judiciais e dos políticos conservadores e fisiológicos (perdoem a redundância).
Do outro lado, o povão.
De qualquer forma, o fato de não ser mais aceitável uma ditadura aberta complica as coisas para este bloco conservador e neoliberal.
São necessários malabarismos cada vez mais ousados – e patéticos – para dar aparência de legalidade e de apoio popular às diatribes golpistas de sempre.
Um malabarista que não sabe os seus limites acaba, contudo, caindo em pleno picadeiro.
Restará torcer para não ser devorado pelos leões.