Menu

Subversão constitucional pode levar país a longos anos de nazismo

(Deixei a legenda, porque ela mostra a aproximação entre a base social dessas duas figuras. O admirador de Sergio Moro é, em sua maioria, eleitor de Bolsonaro). Não é preciso ser um gênio em análise de pesquisa eleitoral para entender que o PSDB, partido orgânico da elite do dinheiro (não confundir com a elite intelectual, […]

5 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

(Deixei a legenda, porque ela mostra a aproximação entre a base social dessas duas figuras. O admirador de Sergio Moro é, em sua maioria, eleitor de Bolsonaro).

Não é preciso ser um gênio em análise de pesquisa eleitoral para entender que o PSDB, partido orgânico da elite do dinheiro (não confundir com a elite intelectual, que é de esquerda, em sua maioria), precisa de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. É a única maneira do PSDB ganhar as eleições.

Confrontado com qualquer outro candidato, num eventual segundo turno, o PSDB perde feio.

O PSDB não é afeito a surpresas. O partido tinha três nomes fortes, que vinha alternando nas disputas presidenciais: Alckmin, Aécio e Serra. Como os dois últimos são carta fora do baralho, Alckmin será o candidato tucano.

Segundo o último Datafolha, de final de janeiro deste ano, Lula tem quase 20 pontos sobre Alckmin, num eventual segundo turno: 49 X 30. Essa diferença é devastadora, e explica a fúria judicial contra o petista.

Contra Ciro Gomes, contudo, Alckmin empata em 34 X 32 (a vantagem é para Alckmin). Os números do nordeste e o próprio perfil de Ciro Gomes, infinitamente mais à esquerda que Alckmin, fazem dele um herdeiro natural do voto lulista. Não tem como Alckmin ganhar.

A direita pode ganhar de Bolsonaro com Marina Silva, mas aí o PSDB teria de dividir o poder com um grupo estranho, e pelo que eu conheço de política, os tucanos vão jogar pesado para derrubar Marina no 1º turno. E Marina não poderá apelar à esquerda depois do que fez em 2014 e tem feito nos últimos tempos. A esquerda vai lavar as mãos para Marina.

Com Bolsonaro, no entanto, Alckmin empata, e haverá segurança, entre tucanos, que a esquerda organizada não migrará para o deputado de extrema-direita.

Entretanto, os tucanos e a mídia estarão promovendo um jogo de alto risco, porque as estatísticas mostram que os pobres, nordestinos e pouco escolarizados, na ausência de Lula, e sem uma posição clara das lideranças políticas a ele ligadas, migram muito mais para Bolsonaro do que para Alckmin.

Num eventual segundo turno entre Bolsonaro e Alckmin, o nordeste votaria majoritariamente no primeiro, por 37 X 25. Entre os mais pobres, o placar seria 32 X 28 para Bolsonaro. Esses quatro pontos de vantagem junto à população humilde indica que Bolsonaro pode ganhar a simpatia do povão e levar a presidência da república.

Os números mostram que estamos à beira de viver anos extremamente perigosos e autoritários.

O desespero da elite rentista e tucana, que a fez romper com a legalidade seguidamente, primeiro com impeachment ilegal da presidenta Dilma, depois com a  prisão política do presidente Lula, misturado à sua arrogância política, pode levar o país a viver longos anos de nazismo tropical, ou seja, um nazismo sem ferrovias ou estabilidade, e com um aparato de guerra, na falta de um inimigo externo, voltado inteiramente contra a população pobre.

 

 

Apoie o Cafezinho

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Marcos

11/04/2018 - 06h45

Politica nao se faz com o figado…..Bolsonazi na presidëncia certamente procurara os parceiros do PSDB -DEM -MDB para lotear o governo. Sao comparsas de classe .
Prestem atencao no vice do boquirroto, o poder passa por ele
Sem Lula, estamos ferrados..
O poder por trãs do poder, a maconaria, saiu dos bastidores e assumiu de vez !

* Estou com problemas no corretor de texto, por isso os problemas de acentuacao…

Daniel Moraes

09/04/2018 - 21h33

Em um eventual segundo turno entre um candidato orgânico do golpe X Bolsonaro, eu sou capaz de votar no segundo, este imbecil-projeto-falido-de-milico.
Isso, por dois cálculos: impor uma fragorosa derrota à toda estratégia do consórcio golpista GLOBO/PSDB/LAVAJATO que não considerava jamais a possibilidade de não voltar ao poder depois de tudo que fizeram.
E também porque um governo extremista, patético e desonrado de um Bolsonaro exporia de modo mais claro as contradições de classe, pois, como o Bozonazi no poder, seria cruamente visível a cara perversa e rude da direita brasileira.
Existe 1/3 do eleitorado brasileiro (classe média baixa, na beira do abismo) que migrou do centro para junto da direita odiosa. Esses imbecilizados (cf Jessé) talvez precisem tomar uma pancada na cara e desabar de vez para aprenderem espatifados lá em baixo o que é luta-de classes.
Posso estar maluco, mas essa ideia tem passado pela minha cabeça.

    Luiz Carlos P. Oliveira

    10/04/2018 - 15h43

    Eu já decidi : se nenhum candidato da esquerda chegar ao 2° turno, vou votar no Nazibosta. Simpatia por ele? Não! Certeza de que os tucanos nunca mais voltem ao poder. E dane-se se iremos mergulhar numa crise sem precedentes. Que o circo incendeie.

fernando

09/04/2018 - 19h15

ciro trai Lula, prefiro ver bolsonaro na presidencia..do que esse sujeirto que comemorou o resultado do trf4

    Thila

    10/04/2018 - 13h14

    Também


Leia mais

Recentes

Recentes