Texto, foto e vídeo de Bruno Falci, correspondente do Cafezinho em Portugal
Fui recebido pela deputada do Partido Socialista (PS) Isabel Moreira hoje, 5/4, na entrada da Assembleia da República de Portugal – no dia seguinte ao julgamento vergonhoso do habeas corpus do Lula, quando o STF mais uma vez rasgou a constituição brasileira.
A deputada gentilmente me acompanhou até o seu gabinete e, no caminho, pude perceber um pouco do espírito desta brilhante, simples e jovem parlamentar, sempre conversando com os trabalhadores por onde passava, mas carregando um olhar de extrema tristeza. Não me contive e acabei por perguntar o motivo e a resposta foi direta: Lula. Entendi seu sentimento; compartilho dele. Isabel, que também é mestra em direito constitucional, jurista e advogada, nasceu no Rio de Janeiro e mantém vínculos afetivos e políticos com o Brasil.
Em seu gabinete, Isabel nos concedeu uma entrevista breve, pois estava apressada para uma importante atividade que ocorreria no plenário. Observei a quantidade de textos, livros e materiais políticos, de causas e pautas em que ela atua. Deu pra perceber que em Portugal não se tem as mesmas regalias que os políticos têm no Brasil. Sobre isso também conversamos. Desde assessorias a passagens de avião e auxílios, a deputada ficou impressionada quando esteve em Brasília.
A parlamentar, do Partido Socialista (PS), que governa Portugal com o primeiro ministro Antônio Costa, falou sobre o crescimento do fascismo no Brasil, a execução da vereadora Marielle Franco e relaciona estes fatos ao golpe de Estado de 2016. Expressou, também, sua visão sobre a Catalunha, além de expôr sua impressão sobre as eleições em Portugal no próximo ano, o governo atual – do Partido Socialista, em coalizão parlamentar com o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, a atual política econômica portuguesa e o papel de Portugal hoje que está no comando das finanças da União Europeia.
Assista um trecho da entrevista, em que ela fala da decisão tomada ontem pelo STF. Em seguida, iremos publicar a íntegra da entrevista.