Jeferson Miola
O jornal O Globo deste domingo [25/3] noticia falcatruas de 2 personagens que tiveram papel central na construção da fraude do impeachment da Presidente Dilma ao lado da própria Globo e de Eduardo Cunha, Temer, Aécio, Serra, Padilha, Jucá, Moreira, Geddel, FHC …
Na página 2, na nota “Delação envolve ministro do TCU”, o colunista Lauro Jardim anota que o conselheiro do TCU João Augusto Nardes é a “estrela” da delação de um importante operador da corrupção no governo Sérgio Cabral, do MDB do Rio:
“A delação premiada de Luiz Carlos Velloso, ex-subsecretário de Transportes do Rio de Janeiro, não atinge apenas seu ex-chefe, o deputado Julio Lopes. Já homologada por Dias Toffoli, a colaboração tem um anexo em que a estrela é o ministro do TCU Augusto Nardes”.
O colunista mencionou que “Velloso detalha triangulações de que participou que envolviam Nardes — algumas com empreiteiro Fernando Cavendish e outras com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ainda preso pela Lava-Jato”.
Nardes, ex-deputado pelo reacionário PP do Rio Grande do Sul, foi o conselheiro do TCU [conselheiros do TCU se chamam pomposamente de “ministros”] que encomendou, relatou e aprovou o relatório das chamadas pedaladas fiscais utilizado na promoção do impeachment fraudulento pela equipe de Janaína Pascoal, que recebeu R$ 45 mil do PSDB para produzir aquele lixo jurídico aceito por Eduardo Cunha para perpetrar o golpe.
Nardes também é citado na Operação Zelotes por suspeita de ter recebido mais de R$ 1,65 mi da RBS para atuar no CARF com o objetivo de reduzir o valor a ser pago pelo grupo de mídia afiliado da Globo, que sonegou R$ 671 milhões.
Nardes, apesar disso, não só continua solto, como continua “ministro” do TCU.
Na página 4 d´O Globo, a reportagem “Padrinho Jovair coloca ‘171’ na linha de frente do Ministério do Trabalho” faz referência aos esquemas milionários de corrupção engendrados pelo PTB no Ministério do Trabalho – e que ajudam a entender a razão da insistência insana de Roberto Jefferson em nomear a filha Cristiane Brasil para o cargo de ministra.
Jovair Arantes foi indicado por Eduardo Cunha para relatar a fraude do impeachment. O parecer dele, favorável ao golpe, foi aprovado na deplorável sessão de 16 de abril de 2016 da Câmara dos Deputados, notabilizada internacionalmente como uma “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”. É daí que deriva o poder inabalável e a enorme influência de Jovair no governo Temer e que traduz, em última instância, o poder e a influência do próprio Cunha sobre Temer e toda a quadrilha.
O servidor Túlio Ostilio Pessoa de Oliveira, que cumpre pena alternativa pelo crime de estelionato, “é mais um funcionário comissionado a chegar à pasta apadrinhado pelo deputado Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara. É mais um servidor colocado na linha de frente dos atos necessários para garantir os pagamentos de contratos apontados como superfaturados pela Controladoria Geral da União (CGU)”.
A poucos dias, foi denunciado outro escândalo no Ministério do Trabalho também implicando alguém da área de influência de Jovair Arantes. O jovem Mikael Tavares Medeiros, 18 anos, filho do presidente do PTB de Planaltina de Goiás, foi nomeado para cargo que controla mais de R$ 500 milhões. No segundo dia de trabalho, o rapaz liberou o pagamento de R$ 27 milhões à empresa B2T em total desacordo com as recomendações de técnicos da Pasta e dos órgãos de controle.
Jovair, apesar disso, não só continua solto, como continua exercendo o mandato de deputado.
Pequena parcela da camarilha corrupta que tomou de assalto o poder através do golpe está presa – Cunha, Henrique Alves, Geddel –, enquanto a maioria dos seus integrantes ou segue impune, livre, leve e solta pela cumplicidade duma justiça seletiva e facciosa; ou continua praticando crimes, também com a complacência desta mesma [in]justiça cuja obsessão é atingir Lula, contra quem não existe uma única prova sequer de crime.