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Ataques terroristas a Lula são consequência lógica da Lava Jato

(Moro e Eduardo Bolsonaro, deputado federal PSL-SP. Foto: Twitter Eduardo Bolsonaro). Com a execução política de Marielle Franco e os ataques terroristas perpetrados ontem contra o ex-presidente Lula no sul do país, a crise brasileira assumiu ares perigosamente violentos. Precisamos falar sobre isso. Em 2004, dez anos antes de liderar a Lava Jato, o juiz […]

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(Moro e Eduardo Bolsonaro, deputado federal PSL-SP. Foto: Twitter Eduardo Bolsonaro).

Com a execução política de Marielle Franco e os ataques terroristas perpetrados ontem contra o ex-presidente Lula no sul do país, a crise brasileira assumiu ares perigosamente violentos.

Precisamos falar sobre isso.

Em 2004, dez anos antes de liderar a Lava Jato, o juiz Sergio Moro publicou um artigo acadêmico incrivelmente deslumbrado com a Manu Polite, operação que afundou a economia italiana por vários anos, destruiu seus melhores partidos políticos, levou Silvio Berlusconi e demais fascistas ao poder – e não afetou em nada a corrupção no país. O mais prestigiado escritor italiano, Umberto Eco, numa entrevista sobre Numero Zero, seu livro inspirado no populismo judicial-midiático da Manu Polite, afirmou a um jornal francês que, após a operação, “nada mudou, na verdade ficou pior”.

No texto, Moro preconizava a necessidade da “deslegitimação da política” como condição necessária para o avanço das investigações:

O processo de deslegitimação [do sistema político] foi essencial para a própria continuidade da operação mani pulite

A expressão “deslegitimação”, sempre se referindo ao sistema político, é usada cinco vezes no texto; todas as vezes numa acepção positiva, quase entusiástica. Desde então, Moro não atentava para os terríveis riscos de convulsão social e econômica que poderiam resultar de um processo de deslegitimação do sistema político em países com grande população, como Itália e Brasil.

Para que o processo de deslegitimação se consumasse, era essencial o apoio da opinião pública, e isso era obtido através de “jornais e revistas simpatizantes”:

(…) a investigação da “mani pulite” vazava como uma peneira. Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no “L’Expresso”, no “La Republica” e outros jornais e revistas simpatizantes. (…) os vazamentos serviram a um propósito útil. O constante fluxo de revelações manteve o interesse do público elevado e os líderes partidários na defensiva.

Moro não esconde a satisfação com o resultado desse processo deliberado de tensionamento da opinião pública contra a classe política. Ele festeja, por exemplo, alguns protestos que assumiram “ares violentos” contra políticos investigados, como a vez em que “uma multidão reunida em frente à residência de Craxi” atacou o líder do Partido Socialista Italiano com pedras, quando ele deixava sua casa “para atender uma entrevista na televisão”.

É evidente que Sergio Moro e seus cúmplices procuraram e ainda procuram, deliberadamente, instilar violência pública contra o “sistema político brasileiro”, com consequências muito mais perigosas do que as que vitimaram a Itália.

Por que mais perigosas?

Porque, ao contrário do Brasil, a Itália contava com a proteção de um grande percentual da população com acesso ao conhecimento, à alta cultura e as novas tecnologias, uma enorme quantidade de jornais, revistas e canais de TV identificados com a esquerda democrática, um altíssimo nível de industrialização, além de ser uma nação membro da União Europeia, entidade que, com todos os seus problemas, ajuda a Itália e a sua população a manter um formidável grau de estabilidade econômica e social.

Como cidadãos europeus, os italianos sempre puderam, durante a crise econômica causada pela Manu Polite, contar com a possibilidade de migrar para nações mais estáveis do continente.

Berlusconi, além disso, não tentou acabar, como está fazendo Temer, com os direitos sociais e trabalhistas dos italianos, que permanecem entre os mais avançados do mundo.

E ao fim do processo – e Sergio Moro vê isso como um dos “fracassos” da Manu Polite -, os legisladores italianos ampliaram as garantias constitucionais de empresas e cidadãos italianos, incluindo leis contra o abuso de autoridade (lei vassali, por exemplo) para que os arbítrios da operação não voltem a se repetir.

Os ataques perpetrados contra a caravana de Lula, incluindo a descoberta de explosivos num dos veículos que perseguia o ônibus do ex-presidente, devem ser levados a sério. A elite lavajateira está brincando com fogo e vai se queimar.

E de onde vieram os ataques? De setores sociais identificados com a candidatura de Jair Bolsonaro, os mesmos que formam, segundo todas as pesquisas, o núcleo duro de apoio a Lava Jato, conforme mostra a tabela abaixo, colhida de sondagem realizada ao final de novembro do ano passado, pelo Datafolha.

 

O Brasil vive hoje uma polarização entre Lula e Bolsonaro que é muito parecida à polarização entre Lula e Sergio Moro: 73% dos eleitores de Bolsonaro votariam num candidato apoiado por Sergio Moro, enquanto apenas 23% dos eleitores de Lula fariam o mesmo.

Os ataques contra a caravana de Lula no sul são apenas a expressão mais tosca do terrorismo judicial que a Lava Jato vem perpetrando contra o Brasil, a ponto de – pasmem! – motivar, desde o final do ano passado, editoriais assustados de um dos jornais que mais se beneficiaram com a Lava Jato, como o publicado hoje, intitulado “Operação sem fim“. Em outubro de 2017, o mesmo jornal já havia publicado um texto forte contra a operação. E já são conhecidas as invectivas cada vez mais duras de Reinaldo Azevedo, até pouco tempo o blogueiro conservador mais incensado pela grande mídia, contra a violações jurídicas e constitucionais cometidas, sistematicamente, por decisões judiciais conexas à operação Lava Jato.

A Lava Jato jamais deixou de ser o o braço armado da guerra híbrida e principal eixo de articulação do golpe.

O Brasil que emerge da operação Lava Jato – e por causa da Lava jato – é um país mais corrupto, mais violento, mais pobre e infinitamente mais autoritário.

Espero que os setores ainda ingênuos da esquerda percebam isso a tempo.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Professor Araújo

22/03/2018 - 09h03

Sergio Moro foi treinado em 2009 pela CIA junto com outros juízes do Paraguai e Honduras para golpear esses países. A CIA na mesms data também treinou remunerou juízes da Turquia e Malásia para golpear esses países e combater racionalistas e com o mesmo modus operandi do golpe do Brasil e Paraguai através de golpe judiciário para atender os interesses das petrolíferas anglo americanas. Entretanto nesses dois países Malásia e Turquia o golpe fracassou milhares de juízes e políticos corruptos foram condenados a prisão perpétua. No Brasil o entreguismo lesa pátria foi apoiado pela corrupta família rockefeller e os donos da TIME LIFE e seus testas de ferro no Brasil (Rede Globo Time Life Brazil Incorporation).
MANI PULITE LEVOU O DONO DA EMISSORA RAI AO PODER SILVIO BERLUSCONI, MASSACROU OS NACIONALISTAS E AINDA SEPULTOU INVESTIGAÇÕES DO BANCO DO VATICANO E BANCO AMBROSIANO CAUSA DO ASSASSINATO DO PAPA JOÃO PAULO I E PREMIÊ ALDO MORO. AMBOS FORAM MORTOS EM 1978.

A OPERAÇÃO LAVA JATO PLANEJADA PELA CIA TAMBÉM TEVE O MESMO OBJETIVO ATACAR NACIONALISTAS DESTRUIR A INDÚSTRIA NACIONAL ENTREGAR RIQUEZAS NATURAIS DO BRASIL AOS ESTRANGEIROS OBTER A RENÚNCIAFISCAL ISENTANDO AS PETROLÍFERAS ESTRANGEIRAS ESTRANGEIRAS DOS IMPOSTOS SOBRE O PETRÓLEO POR 30 ANOS E TAMBÉM “SEPULTAR O MAIOR CRIME DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA DO BRASIL I ESCÂNDALO BANESTADO QUE TEVE SÉRGIO MORO ATUOU NO CASO BANESTADO DESDE 1997 BLINDADO O QUADRILHAO DAS PRIVATARIAS FRAUDULENTAS. O ESQUEMA BANESTADO AGIU LAVANDO 125 BILHÕES DE DÓLARES DAS PROPINAS PAGAS PELAS MULTINACIONAIS EM TROCA DAS PRIVATARIAS TUCANAS NA ERA FHC.

O modus operandi da lava jato segue o mesmo da mani pulite destruir leis trabalhistas destruir nacionalistas entregar as reservas petrolíferas da estatal AGIP descobertas no mar caspio e no Afeganistão. O Banco Ambrosiano e o Banco Banestado crime abafado por Sergio Moro e seus dois procuradores também agiram do mesmo modo com mais de 70 doleiros remetendo recursos ilícitos de propinas de privatizações para o exterior e as duas operações mani pulite e lava jato tiveram todo o suporte da CIA criando cenários e falsificando provas e outros meios ilícitos vendendo sentenças e criando Lawfare pisando nas leis tradicionais e na constituição. Uma consequência da mani pulite foi a destruição dos segmentos da industria italiana caca aos nacionalistas e elevar Berlusconi. Entretanto o juiz Antonio Pietro foi preso ao final da operação conduzido pela ONU para Bruxelas comdenado por abuso de autoridade e crimes contra os direitos humanos pois 22 pessoas foram mortas nas investigações no Banco do Vaticano e no banco Ambrosiano e outras 12 pessoas suicidaram após sofrerem torturas facistas em Milão e Roma. Aqui no Brasil a lava jato gerou lucros bilionários para as multinacionais do petróleo a enhrega do pré-sal que vale 20 trilhões de dólares, doação de hum trilhão de reais em isenção de impostos além da destruição dp projeto do submarino nuclear e a prisão do seu idealizador almirante Othon por perseguição política da lava a jato mais uma meta imposta pela CIA ao juiz tucano Sergio Moro agente da CIA. Além disto os golpistas levados ao poder pela lava jato entregaram o espaço aéreo, usinas hidrelétricas e a destruição dos esforços do Brasil na área aeronáutica e o fechamento da Embraer que será entregue para a Boeing e será fechada por eles para sepultar os avanços tecnológicos do Brasil.

mauro ramos

21/03/2018 - 17h37

sergio Moro bota fogo no circo porque ele sabe que a esquerda e quem vai se queimar.Se houvesse algum pessoal pra ele,ele nao faria esses abusos.

Lucy

21/03/2018 - 13h01

A Operação mãos limpas foi realizada num cenário muito diferente do Brasil mas como o mesmo objetivo de perseguir os nacionalistas e ajudar o sistema financeiro internacional. O juiz da operação mani pulite Antonio Di Pietro teve total atuação político-partidária para destruir nacionalistas, criar uma guerra híbrida para destruir os opositores do corrupto dono da emissora RAI Sílvio Berlusconi ao poder por uma década.

A maior e principal motivação de fato da criação da Mani Pulite foi sepultar as investigações do assassinato do Papa João Paulo I e o premier Aldo que estavam no auge dos crimes (assassinato do Papa João Paulo I ocorreu com apenas 30 dias de mandato ele investigou as pessoas envolvidas ligadas ao Banco do Vaticano e do Banco Ambrosiano que financiaram e aplicaram recursos financeiros na indústria de armas nas guerras do Vietname e o premier Aldo (ambos mortos em 1978) num longo processo que também registrou 22 assassinatos que se envolveram no caso da investigação da morte do Papa João Paulo I, estava tramitando na suprema corte da justiça italiana, ambos envolvendo interesses financeiros nacionais e internacionais.

De fato a operação mani puite teve uma feroz atuação da CIA e da emissora italiana RAI de Silvio Berlusconi e do juiz parcial e politiqueiro Antonio Di Pietro que foi preso ao final da operação por abuso de autoridade (na ONU por “office abuse”), favorecimento a interesses estrangeiros crimes de traição à pátria, inúmeras denúncias de falsificação de provas, perseguição feroz a nacionalistas, e ainda pela soltura de milhares de políticos e empresários ligados ao Sívio Berlusconi e a soltura dos mafiosos Thomázio Buscheta para o Brasil e Giancarlo Marcelo Bertone para a Tailândia em 1992, muitas torturas que levaram ao suicídio 12 pessoas envolvidas na mani pulite.

A CIA tinha enorme interesse na operação mani pulite por várias razões entre as quais o arquivamento do processo criminal do assassinato do papa João Paulo I pois ele investigou o banco do vaticano e o banco ambrosiano pelos desvios bilionários na igreja e as aplicações financeiras nas indústrias de armas na Itália (Beretta) e dos EUA em Yale (Prescolt Bush Industries) e logo no início da investigação da morte do papa em Roma foram assassinados 22 pessoas incluindo policiais, o presidente do banco ambrosiano e sua secretária que supostamente teriam suicidado se jogaram do prédio na capital italiana e outros funcionários do banco ambrosiano, testemunhas dos crimes finaceiros, foram também mortos em Milão e em Roma durante as investigações dos assassinatos do GianPaolo I e o Premier Aldo entre 1978 e 1990.
Além de sepultar o escandaloso crime da morte do papa João Paulo I A mani pulite com ajuda da CIA fez um enorme desmonte nacional nacional e da entrega de campos petrolíferos descobertos pela AGIP no Afeganistão e no Mar Cáspio para o grupo ENI e para a petrolíferas SHELL e EXXON MOBIL e CHEVRON, um crime de lesa pátria contra a soberania italiana.
O JUIZ PIETRO PROCESSADO PELA ONU POR “OFFICE ABUSE” FOI PRESO AO FINAL DA OPERAÇÃO, PERDEU A MAGISTRATURA POR FALSIFICAÇÃO DE PROVAS CONTRA OPOSITORES DE SILVIO BERLUSCONI E CONSTRUÇÃO DE “CENÁRIOS E FACTÓIDES AMPLAMENTE COBERTOS PELA EMISSORA RAI DE SILVIO BERSLUSCONI” E A CRIAÇÃO DE “LAWFARE” CONTRA CENTENAS DE PESSOAS, E AINDA PELAS MORTES DE RELIGIOSOS ASSASSINADOS SOB TORTURAS (COMO OCORREU NA LAVA JATO COM A PRISÃO E TORTURAS SOFRIDAS PELO CLÉRIGO E REITOR CHANCELIER)

REPASSO UM TEXTO QUE MOSTRA MUITO BEM ESSES DOIS CENÁRIOS DA ITÁLIA (1990-92) E DO BRASIL NESSES QUATRO ANOS DE DESMONTE DA INDÚSTRIA NACIONAL, QUE AGORA OS CORRUPTOS ROCKEFELLER E ROTSCHILD COMEMORAM O GOLPE NO BRASIL, AGRADECIDOS A SERGIO MORO E SUA EQUIPE LAVAJATENSE E AOS 300 POLÍTICOS TRAIDORES QUER AJUDARAM A ENTREGAR ENORMES RIQUEZAS DO BRASIL (RESERVAS DE PETRÓLEO DESCOBERTAS PELA PETROBRAS QUE VALEM 20 TRILHÕES DE DÓLARES, E AINDA DE BRINDE OS 300 POLÍTICOS PICARETAS, VIRA LATAS ENTREGUISTAS GOLPISTAS ENTREGARAM A RENÚNCIA FISCAL DE IMPOSTOS PARA AS PETROLÍFERAS ESTRANGEIRAS POR 30 ANOS: HUM TRILHÃO DE DÓLARES E AINDA O ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO, AS USINAS HIDRELÉTRICAS E MUITAS VANTAGENS

REPASSO O TEXTO DA GGN COM A COMPARAÇÃO LAVA RATO E A MANI PULITE QUE TEVE O JUIZ PRESO AO FINAL DA OPERAÇÃO E DEPOIS ESSE JUIZ FUNDOU UM PARTIDO POLÍTICO EM 1996.

Por: Edu Pessoa

A Operação Mãos Limpas (em italiano, Mani Pulite) tem diferenças e semelhanças com a Lava Jato brasileira, embora ambas tenham sido criadas com o intuito de desestabilizar a política dos dois países – Itália e Brasil – criando um novo arranjo político-institucional.

Di Pietro e Moro

Di Pietro e Moro são os concurseiros com a cara do golpismo moderno. Di Pietro estudou Direito na Universidade dos Estudos de Milão e em 1981 se tornou juiz da comarca de Bergamo (região norte da Itália), após aprovação em concurso público. Quatorze anos depois, Moro, hoje o titular da Lava Jato, também se forma em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, fundada por seu pai, Dalton Moro, e se torna juiz federal da 4ª região (Paraná) em 1996, após aprovação em concurso público de 4 fases.

Origem da (operação) Mãos Limpas

A Mãos Limpas, Mani Pulite, começou na cidade de Milão, nos anos 90, com 4 juízes e 2 procuradores atuando na operação. O juiz titular da Operação era Antonio Di Pietro. Coincidência (ou não) o juiz titular da Operação Lava Jato também tem um sobrenome de origem italiana: Sergio Moro. Mãos Limpas seria um prosseguimento da investigação contra o Banco Ambrosiano, instituição financeira privada criada por padres italianos, acusada de realizar operações ilegais da Loja Maçônica P2, do Banco do Vaticano e da máfia. As operações ilegais do banco podem estar por trás da estranha morte do Papa João Paulo I (que queria aprofundar as investigações nas finanças do Banco do Vaticano).

O banco também foi usado pelos norte-americanos contra o Contras da Nicarágua e o Sindicato Solidariedade da Polônia, como forma de patrocinar conflitos e golpes nesses países (em virtude da ascensão dos governos de esquerda e a “guerra” contra o comunismo).

A semelhança do (Banco) Ambrosiano com o Banestado

Muito parecido com o Ambrosio é o caso do Banestado, banco público paranaense (depois privatizado no governo FHC), usado para lavar dinheiro e levar recursos para paraísos fiscais. Moro também foi o juiz responsável pela operação judicial que investigava a ida ilegal de dinheiro para o exterior, através das contas CC5. Os recursos ilegais foram fruto das privatizações e acordos espúrios, ocorridas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique.

A caça aos nomes nacionalistas

Enquanto hoje, Moro caça Odebrecht, Pessoa e outros nomes da engenharia nacional, Di Pietro, no seu tempo, prendeu o engenheiro e membro do Partido Socialista Italiano (PSI), Mario Chiesa. Chiesa, preso e torturado por Di Pietro, revelou um suposto esquema de uso de contas na Suíça para desvio de recursos públicos.

É ou não é a cara da história do Triplex do Lula e do suposto uso de “offshores” pelo ex-presidente? Falando em Triplex, a operação italiana também representou uma verdadeira caçada a líderes de esquerda em todo o país, incluindo Bettino Craxi, líder do PSI. O PSI ganhou eleições importantes, como as de Roma e vinha crescendo na preferência do eleitorado.

É possível traçar (guardadas as proporções entre os sistemas político-eleitorais italiano e brasileiro) um paralelo com a ascensão do PT após 2003, cujas vitórias sucessivas culminaram em um conjunto de ações midiáticas e judiciais para tirá-lo do poder.

A caçada da Mani Pulite contra Craxi (que morreu durante as investigações) é a mesma que fazem hoje contra Lula, perseguido politicamente por Moro et caterva de forma implacável.

Di Pietro, Moro e a Opinião Publica

O apoio da imprensa foi fundamental para que a população italiana apoiasse as ações guiadas de Di Pietro. Prova disso foram as pesquisas de sondagem, feitas durante a operação, que mostravam o juiz com mais de 80% de aprovação, o que pavimentou seu caminho para a política. Recebeu tratamento da mídia italiana e da opinião pública de “herói”, com direito a cartazes, faixas penduradas nas sacadas dos prédios e até “brindes”.

Mais uma vez podemos traçar um paralelo com Moro, alçado pela opinião pública nacional e internacional, com apoio da velha mídia brasileira (e da mídia norte-americana), à condição de herói. Uma publicação norte-americana retrata Moro com a roupa dos “caça fantasmas”, sugerindo seu “combate à corrupção”. PHA mostrou que a revista tem FHC no conselho editorial, mas a mídia tupiniquim escondeu esse (importante) detalhe.

No Brasil, Moro é admirado pela velha mídia e pelos coxinhas. Da Globo, recebeu o prêmio “Faz a Diferença”, prêmio também recebido por Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, pelos serviços prestados à Casa Grande. Dos coxinhas, recebe flores, tira fotos e posa de “popstar” nos poucos lugares em que apareceu publicamente. E não só: usa palestras, mobilizando a classe média para legitimar o golpe institucional via Judiciário.

As Estatais do Petróleo

Muito se fala do rearranjo político, promovido pela Mãos Limpas (Di Pietro largou a magistratura para se dedicar a política e fundar um partido), mas pouco se fala das consequências dessa operação para a estatal de petróleo daquele país: a AGIP. Criada em 1953 (mesmo ano da Petrobrás), a AGIP (sigla para Azienda Generale Italiana Petroli ou Empresa Pública Italiana de Petróleo) era uma estatal do ramo do petróleo, com capital 100% público e controlada pelo governo italiano. O envolvimento da estatal na operação, supostamente usada para desviar recursos para financiamento ilícito de partidos políticos, acabou gerando como consequência política sua privatização, em 1995, adquirida pelo grupo ENI, da qual manteve apenas o antigo logotipo (o cão com 6 patas que cospe fogo sob o fundo amarelo e letras na cor preta).

A Petrobrás, do mesmo ano da AGIP, também foi alvo de ações semelhantes na Lava Jato, ao ter sido colocado no olho do furacão, acusada de ser usada para financiar campanhas eleitorais de Dilma Rousseff, através da irrigação em contas dos empreiteiros nacionais.

As acusações envolvendo a estatal brasileira vão além de um mero combate à corrupção, mas servem de base para ações contra o PT no TSE, promovidas pelo PSDB, e álibi para justificar sua privatização. É comum ouvir da boca de parlamentaristas oposicionistas de que a Petrobrás está sob “má gestão”, “corrupção”, “rapina”, etc. Qualquer semelhança com a AGIP não é mera coincidência…

Os EUA e os Partidos de Esquerda

A guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética (atual Rússia) nos anos 50-80, foi o pano de fundo para uma caça a partidos e líderes identificados com as ideias de esquerda.

A Mãos Limpas isentou o Partido Comunista Italiano (PCI). O partido capitalizou politicamente com a Mãos Limpas e vários de seus líderes aproveitaram a investigação para blindar do sentimento anticomunista, garantido assim apoio popular com a veiculação de discursos e trechos de seus líderes, a favor da investigação (um pouco como o que o PSDB faz hoje com a Lava Jato). Prova disso é que o PCI, anos 70, foi considerado o maior partido de esquerda da Europa. Dentro da Itália, fez contraponto à Democracia Cristã, principal força política do país até então.

Com uma visão próxima da social-democracia (hoje praticada pelo PT), Enrico Berlinguer, então presidente do partido (PCI), propôs um “compromisso histórico” dos comunistas com os cristãos, a fim de unir o país. Mas o acordo acabou não se concretizando, por causa da morte do líder cristão e ex-primeiro ministro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas.

E onde os EUA entram nisso? Ora, a morte de Moro pelos Brigadas Vermelhas foi patrocinada pelos EUA, através de grupos clandestinos situados na OTAN, chamados “Stay Behind”. Na Itália o nome do grupo era Gladio, supervisionado pela CIA. A morte de Moro foi exatamente impedir a ascensão e a vitória dos comunistas no poder.

No Brasil, a coisa anda de um jeito diferente: a Lava Jato não é capitalizada pelo partido de esquerda no governo, o PT, mas sim pela oposição, capitaneada pelo PSDB e que sofre com a falta de propostas, militância política e votos e identificação dos eleitores (principalmente os mais humildes) com suas plataformas privatizantes. Contudo, o objetivo da Lava Jato é o mesmo da morte de Aldo: enfraquecer o PT no poder e minar qualquer possibilidade de união entre as forças antagônicas nacionais, fortalecimento da soberania nacional e crescimento do nosso processo econômico.

As pegadas norte-americanas apareceram através de investigação de blogueiros, mostrando a relação entre empresas donas do Triplex em Parati com a Monsak Fonsesa, offshore que financia golpes e atentados terroristas no mundo todo, sob coordenação do governo norte-americano.

O resultado político da Mani Pulite e as lições da Lava Jato.

Não sabemos ainda as consequências da Lava Jato para o futuro do país, mas alguns indícios mostram que ela produziu efeitos catastróficos na economia: queda do PIB, redução dos contratos de grandes obras, desemprego nas áreas de engenharia pesada, entre outros. Na Operação Mãos Limpas, uma das principais consequências foi a pavimentação da carreira política de Di Pietro.

Em 1997, abandonou de vez a magistratura e assume a carreira política. Primeiro pelo centro, mas recebeu convites da direita (como do empresário e político Silvio Berlusconi). Três anos depois, DI Pietro funda o “Itália de Valores”, classificado como um partido autônomo, com orientação “nem de esquerda, nem de direita”.

Estranho, mas a Rede lembra-me muito esse (partido) Itália de Valores?

Não sabemos ainda se Moro irá galgar carreira política após a Lava Jato. O fato concreto é que além da privatização da estatal de petróleo, a Mani Pulite acabou rachando politicamente o país. Hoje, os italianos amargam PIBs negativos, como resultado da vinculação à política neoliberal norte-americana, em muito fruto desse racha e do enfraquecimento de suas estatais, por força da operação judicial.

A lição para a Lava Jato é a seguinte: sair do ciclo vicioso requer diálogo e consenso para superar a crise política e econômica. Com a prisão de Lula hoje, será que o Moro ajudou a “rachar” o país, como a morte do outro Moro, o ex-premier italiano?

A conferir…

Nota do Editor: pode parecer estranho para o leitor uma postagem sobre um assunto que versa sobre política nacional em um espaço dedicado a assuntos de geopolítica e defesa. Todavia, a política interna de qualquer país faz parte da abordagem geopolítica, como bem ilustra esta matéria sobre a Operação Mani Pulite. Tida como um exemplo, tal operação demonstra como é possível manipular o sistema judiciário de uma nação para enfraquecê-la. Isto é uma característica dos sistemas abertos, impossível de se ver nos totalitários, pois o regime representativo apresenta idiossincrasias plausíveis de serem percebidas por atores externos que delas se aproveitam para fazerem com que os atores internos de uma determinada nação ajam em função dos seus interesses, crentes que realizam “o melhor” para a nação, dentro das suas convicções. É por este motivo que os EUA promovem a “democracia” como crença ideológica, pois a característica deste tipo de regime permite injunções e manipulações, como as afamadas “revoluções coloridas”, com maior facilidade.

Nota do Editor 2: a matéria que se segue era antes um comentário postado no blog do jornalista Luis Nassif, ao vê-lo, de pronto indaguei se o autor autorizaria a publicação neste blog. Antes da resposta, pude observar que o jornalista Luís Nassif havia elevado o comentário para a posição destacada de post, prática alvissareira que deveria ser imitada pelo maior número de espaços.

Nota do Editor 3: Gládio é o nome da organização clandestina montada pelo próprio Estado Italiano, com anuência e apoio do Vaticano, sob patrocínio da OTAN, para atender o conceito de resistência nacional no caso de uma vitoriosa invasão soviética – conceito Stay Behind. Em termos práticos resultou em um grupo clandestino, de cunho ideológico fascista, que praticava atos espúrios de violência em favor dos estratos conservadores da sociedade italiana, bem como aos serviços de inteligência da península e dos EUA. Hoje, atribui-se o assassinato de Aldo Moro ao grupo Gládio, quando antes se atribuía aos sequestradores das Brigadas Vermelhas, pois sabe-se, agora, que o terrorista das Brigadas Vermelhas, Mario Moretti era agente do grupo Gládio infiltrado. Mario Moretti foi o elemento principal para convencer os seus pares a realizarem o sequestro de Aldo Moro, quando desejavam sequestrar Giulio Andreotti, bem como o assassino deste proeminente líder político da Democracia Cristã.

Mirko Kraguljac

21/03/2018 - 12h25

O Moro é fascista declarado, não tem segredo nenhum – questão é vamos deixar passar ou não? O Lula vai estar do dia 27 de março exatamente em Curitiba, na boca do lobo – na frente do psicopata! E vamos ver quem tem coragem e quem tem medo, sem sombra de duvidas… Com fascismo não existe dialogo, fascismo se combate!

Luisa

21/03/2018 - 11h12

Principais resultados da operação mãos limpas foram a imposição do sistema euro e muitas privatizações:

O setor público inteiro foi privatizado: “quase todos os grandes bancos italianos, o setor do aço, o sistema de autoestradas, companhias de seguros, estaleiros navais, parte da companhia petrolífera nacional e da companhia de eletricidade.”

Mario Draghi, o cara responsável por essas privatizações, após todo estrago demitiu-se e foi trabalhar no Goldman Sachs e posteriormente assumiu o banco central europeu.

“Em 2 de junho de 1992, Draghi, a bordo do iate real Britannia, frente a uma plateia de financistas e especuladores, deu uma palestra como diretor-geral do Ministério da Fazenda italiano, na qual disse que o maior obstáculo para se criar um mercado financeiro “moderno” na Itália, ou seja, a venda de todo o setor público ao mercado de ações, era o sistema político do país. A Mãos Limpas, ao mesmo tempo em que dava boas-vindas ao euro, dava adeus às empresas públicas nacionais.”

https://jornalggn.com.br/blog/rogerio-mattos/lula-em-%E2%80%9Cpratos-limpos%E2%80%9D-por-rogerio-mattos

    Mirko Kraguljac

    21/03/2018 - 12h20

    Não – o principal resultado foi Berlusconi e fascismo engravatado…

Ilma Cordeiro de Macedo

21/03/2018 - 10h45

Estamos numa situação muito difícil e já percebemos isso a muito tempo e não vamos esmorecer, na hora certa vamos definir o melhor para o Brasil. #LULAJÁ.

Beto Castro

21/03/2018 - 10h41

O Demônio é fichinha em comparação com o Novo Ulstra e seus colaboracionistas da República dos Lavadores Alcaguetes. Eles tem permissão para destruir quantas vidas quiserem e segundo um dito Procurador é muito mais poderosa do que imagina a vã filosofia. Quem lhe deu tanto poder ninguém sabe, ninguém viu. Em combinação com os golpistas contumazes, os patos amarelos com cirrose e o vampirão dos manifestoches vestidos de canalhinhas, até as forças Supremas aos mesmos se submetem.

opressor do interior

21/03/2018 - 10h36

mostra a recepçao calorosa do lula no sul , mostra kkkkkkkk dia 26 hein galera , 2° instancia na veia

    Mauricio

    21/03/2018 - 10h55

    Opressor, a recepção dos ruralistas que compraram tratores financiados pelo PRONAF, no Governo Lula e sempre sonegaram impostos??

      Edi Passos

      22/03/2018 - 00h10

      Exatamente. Os mesmos que na época dos governos deles, FHC incluso, viviam chorando miséria, trancando estradas e derramando cereais na frente dos bancos, por falta de “política agrícola”, de “preço mínimo”, de “plano safra” etc…

      Se hoje tivessem que mendigar financiamentos a juros de 20% ao ano, como na era FHC, ou se enforcar no “deus mercado financeiro”, que tanto amam, pagando os extorsivos juros de mercado, possivelmente esses trogloditas não estariam tão arrogantes e valentões.

    Das Geraes

    21/03/2018 - 11h48

    Pobre de direita! Se não morrer em breve de infarto, não vai ter emprego, não vai se aposentar, não vai ter grana nem pra comprar remédio na farmácia popular, não vai ter dinheiro pro condomínio, o banco vai tomar o apartamento e o “certinha” por falta de pagamento das prestações. Mesmo assim, você vai continuar comendo salame e arrotando presunto parma, comendo sardinha e arrotando bacalhau. Tudo isso porque você não passa de um pobre de direita. O pobre de direita acredita que um dia vai ser rico , por isso pisa nos humildes com a certeza de que é um nobre. Pobre de direita! Não tem um gato pra puxá-lo pelo rabo e dá uma de “Rockfeller”. Santa paciência, inocente!

      Luiz Carlos P. Oliveira

      22/03/2018 - 11h07

      NA VEIA E NO RIM desses coxas estúpidos e burros.

    Guilherme

    21/03/2018 - 15h43

    LULA PRESIDENTE!

Carlos Augusto De Bonis Cruz

21/03/2018 - 10h18

Apenas a união fará frente ao descontrole social que se apresenta. O legislativo deixou de existir. Apresenta-se apenas organizações criminosas que se utilizam do Estado para corromper e enriquecer. A eleição de maioria (ou uma bancada forte e coesa), junto com Lula (ou quem ele apoiar) será uma das saídas. A outra será a regulação da mídia e desmanche da atual.

Reginaldo Gomes

21/03/2018 - 10h11

A sentença do jornalista é exata , perfeita.
“O Brasil que emerge da operação Lava Jato – e por causa da Lava jato – é um país mais corrupto, mais violento, mais pobre e infinitamente mais autoritário.”
A lava jato é hipócrita e corrupta . Ela diz que combate a corrupção dos empresários que dão vantagens materiais em troca de contratos com estatais, porém , a lava jato dá vantagens materiais aos cagüetas indecentes pra cagüetarem os corruptos.
Percebem a hipocrisia? Corrompe pra combater a corrupção!!! Parece obra do demônio.


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