Por Pedro Breier
“Felizes para Sempre?” foi uma minissérie exibida pela Globo no início de 2015, quando as movimentações golpistas acentuavam-se.
Um dos personagens era um empreiteiro corrupto que tinha grandes negócios em Brasília, em uma alusão nada sutil à Lava Jato. Em uma cena qualquer da minissérie, a câmera passeava pela mansão luxuosa do empreiteiro até que aparecia no quadro, como fosse a coisa mais natural do mundo, uma imagem de Che Guevara na parede.
Fora o absurdo de sugerir que um dono de empreiteira seria um esquerdista empedernido, este é apenas um exemplo do nível a que chegou a imprensa hegemônica na sua sanha de criminalizar a esquerda.
Não bastava o noticiário vergonhoso, com sua escancarada parcialidade e seu absurdo conluio com a justiça para atacar a esquerda e proteger a direita; foi necessário um ataque semiótico em todas as frentes. Brutal. Sem precedentes.
Ressuscitaram um macartismo absolutamente tosco para dar o golpe e o ovo da serpente do fascismo foi chocado.
As manifestações abjetas sobre a morte de Marielle são o resultado desse processo desencadeado por Globo, Folha, Estadão, Veja, etc.
Agora, Globo e Folha tentam tirar o corpo fora. Acabei de abrir o site dos jornais dos Marinho e dos Frias e um desavisado poderia até achar que fazem jornalismo de verdade.
A falta de caráter desses veículos para assumir a culpa pelo que provocaram só é proporcional ao medo da repercussão da morte de Marielle.