Por Tadeu Porto, colunista do Cafezinho
Ser homem e escrever sobre a luta das mulheres não é tarefa fácil. Primeiro, pois fica parecendo que queremos o protagonismo mesmo numa luta onde historicamente fomos e somos o lado opressor da história. Segundo, pois por mais que tentemos entender sobre o assunto, nunca saberemos o que de fato o que sofrem as mulheres e, assim, vira e mexe escorregamos ou erramos feio em nossas análises e opiniões, mesmo querendo ajudar.
Contudo, a omissão diante a injustiça – que as mulheres sofrem diariamente – é um outro problema grave que existe e, certamente, é um dos grandes motivos da dificuldade de se alcançar a igualdade de gêneros tão necessária.
Por isso, vou arriscar esse texto nesse dia especial de luta – o dia das mulheres – tentando fazer
Desde 2015, quando as mulheres foram as primeiras a enfrentar Eduardo Cunha nas ruas, num levante que a Deputada Jandira chamou de “primavera das mulheres”, os rumos da política brasileira apontavam para um maior protagonismo das mulheres na resistência de temas sociais. E, particularmente, penso que talvez esse seja
Claro que existe uma onda mundial feminista, que ganha espaço cada vez mais, contudo penso que o levante das mulheres brasileiras é, também, uma resposta direta ao forte componente misógino que o Golpe de Estado de 2016 – aquele que derrubou a primeira Presidenta da República do país – apresentou em todos seus trâmites.
Portanto, o Brasil em especial tem a luta feminista diretamente ligada com a política e isso, arrisco dizer, é uma grande componente para que possamos virar esse jogo de opressão em geral, para todos os seguimento.
Assim, não me surpreendi, apesar de ficar feliz, satisfeito e êxtase quando vi mulheres de diversos movimentos sociais – incluindo Levante Popular da Juventude, Movimento de Atingido por Barragens e Movimento de Pequenos Agricultores – ocupando a rede Globo, o inimigo número um da democracia brasileira.
A luta política contra o Golpe, pela candidatura do presidente Lula, pela soberania nacional e contra a desigualdade ganha, na força de mulheres guerreiras que hoje enfrentam a Globo, ainda mais disposição ao fazer todos e todas relembrar que a discriminação e o ataque a uma minoria é fruto de uma política opressora ainda maior, capitaneada por aquela elite que não mede esforços para manter todos os tipos de privilégio.