(O voto popular é empecilho para ambos. Charge: Latuff)
Por Pedro Breier
Deem uma olhada nesta matéria da Folha sobre o aceno do “príncipe brasileiro” a Alckmin, feito em uma reunião do movimento monarquista (sim, existe um movimento monarquista no Brasil).
O trineto de Dom Pedro 2º – é fascinante o cabra achar que é um grande feito ser trineto de alguém – disse que Geraldo Alckmin, do PSDB, é uma boa opção para a presidência do Brasil. A secretária de Direitos Humanos da gestão João Doria, também do PSDB, estava presente na bizarra reunião.
Faz todo o sentido essa proximidade dos tucanos com os monarquistas.
O PSDB é o grande expoente da direita brasileira.
Governa exclusivamente para os poderosos. Está se lixando para o povo trabalhador. Seu projeto de país ignora a vergonhosa desigualdade social brasileira porque seu objetivo – muito mal disfarçado – é justamente manter a sociedade de castas profundamente injusta na qual vivemos.
Coloque uma família real nesse cenário e pronto, temos uma monarquia.
Além disso, o PSDB segue à risca os ditames do mercado e baixa a cabeça obedientemente para os comandos vindos dos Estados Unidos. Serra, o candidato do partido em 2010, prometeu à Chevron, multinacional do petróleo, que iria mudar a lei de partilha do pré-sal quando fosse eleito.
O nível de submissão dos tucanos ao capital internacional é pornográfico. Chamá-los de entreguistas lesa-pátria é pegar leve.
Não à toa foram derrotados nas últimas 4 eleições presidenciais. O povo não é bobo.
Demonstraram toda sua afinidade com o projeto monárquico de país ao rasgar a fantasia de democratas apoiando o golpe em 2016.
Para o trineto do Pedro, “a República claramente deu errado”. Essa história de as próprias pessoas escolherem seus representantes não tem como dar certo, o povo acaba elegendo as “pessoas erradas”, não é mesmo?
É quase comovente a sintonia entre os monarquistas e os tucanos na ojeriza ao voto popular.
A popularidade dos políticos tucanos despencou após o golpe. Para mudar este quadro, sugiro que o PSDB abrace de vez a causa monárquica. Monarquia tucana já!
A recepção popular a esta ideia será certamente calorosa, digamos assim.