(No Wilson Center, think tank da CIA em Washington, Barroso discursou falando mal do Brasil e bem da Lava Jato, ou seja, comportando-se como um obediente lacaio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Além disso, ainda cometeu uma série de irregularidades, ao falar de processos que ainda vai julgar, como os casos envolvendo Janot).
A informação já é antiga, do final de dezembro de 2017. Mas eu tenho de deixá-la registrada aqui, para as historiadoras do futuro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, mandou cartinha para o Antagonista – site que poderíamos qualificar de ultragolpista, defensor do regime de exceção – para se justificar de uma decisão sua.
Para cúmulo da pusilanimidade, Barroso encerra a cartinha (numa tentativa humilhante de “concordar” com o Antagonista e com o fascismo bolsomômico) dizendo que “o sistema é ruim e leniente”.
Ora, com 700 mil presos, quase metade sem sentença, em condições abjetas, onde garotos de vinte anos são colocados junto a criminosos de alta periculosidade, é claro que o sistema é ruim, mas não por leniência. Ao contrário: o sistema é brutal e desumano. Não “leniente”.
E é assim, sobretudo, por incompetência e irresponsabilidade do setor judiciário, do qual Barroso, como ministro do Supremo, é uma das mais importantes autoridades.
O Antagonista parece ter tido pena da covardia de Barroso e descreveu a cartinha como um “rebate”. Não foi. Barroso mandou cartinha ao site que teve (e tem) papel central na disseminação de fake news e vazamentos e delações forjadas da Lava Jato para se… retratar.
Tristes tempos!
No Antagnoista
Barroso: “Fiz a minha parte, mas o sistema é um desastre de leniente”
28.12.17 13:21
Luís Roberto Barroso enviou nota a O Antagonista em que rebate crítica de que libertou Henrique Pizzolato por bom comportamento, apesar de ter fugido da Justiça brasileira.
“O ‘bom comportamento’, para fins de liberdade condicional, é somente o que se verifica após a prisão. O que o condenado tenha feito antes (como a fuga) não pode ser levado em conta”, diz.
Ele alegou ainda que o episódio envolvendo alimento e dinheiro na cela de Pizzolato não foi levado em conta pelo juiz da Vara de Execução Penal.
“A minha parte eu fiz: exigi que comprovasse estar pagando a multa à qual foi condenado. Quem estabeleceu a regra de que só pode progredir de regime ou ter liberdade condicional quem pague a multa fui eu. Portanto, apliquei a Pizzolato a lei que vale para todo mundo.”
Barroso aproveitou para criticar os benefícios da legislação penal.
“O sistema é um desastre de leniente. Isso eu expus ao conceder o indulto do José Dirceu lá atrás. Quando a gente vê o sistema como um todo, tem a exata percepção de como ele é ruim e leniente.”