Antes de votação no Supremo sobre a prisão em segunda instância, Luis Roberto Barroso, que se vendeu à Globo e à Lava Jato, deixa claro que sua posição é contra a liberdade e pela ampliação da prisão num país cujo sistema prisional já é o terceiro maior do mundo.
Em entrevista a Miriam Leitão, Barroso, o iluminista do Projac, declarou o seguinte: “Eu acho que essa discussão vai se colocar em algum momento e será entre muito ruim e trágico se o Supremo reverter essa decisão”.
Reverter a decisão, no caso, seria retornar à Constituição e restituir o princípio da presunção de inocência, o qual, diante de um judiciário ensandecido pelo fascismo, pelo golpismo, pelos holofotes da Globo e por um corporativismo doentio, nunca foi tão importante como agora.
“Quando se passou a permitir a execução depois da condenação em 2º grau, pela primeira vez, a imensa quantidade de ricos delinquentes que há no Brasil começou a evitar cometer crimes e a colaborar com a Justiça para tentar minimizar as suas penas”, continuou.
“Colaborar com a justiça” é uma maneira muito delicada de se referir à cagoetagem institucionalizada a serviço de setores corruptos e partidários do sistema de justiça, cujo maior exemplo é a Lava Jato.
Por outro lado, falar em “imensa quantidade de ricos delinquentes” é bizarro. Barroso agora prejulgou, como culpados, milhares de pessoas, antes mesmo de conhecê-las. Talvez tenha se baseado nas novelas da Globo.
Numa de suas piruetas retóricas prenhes de contradição e hipocrisia, Barroso afirmou que “pobre é preso antes da sentença de 1º grau, ele é preso em flagrante e não sai mais, ele é preso com droga e não sai mais”.
Ou seja, ao invés de brigar por uma justiça mais humana com os mais pobres, Barroso defende que os arbítrios agora se estendam “à imensa quantidade de ricos delinquentes”…