Sob orientação dos EUA, polícia brasileira vai reprimir jornalismo independente

Parece piada, o diretor da Polícia Federal, o ultracoxinha Fernando Segovia, viajará aos EUA, às nossas custas, para pedir orientação sobre como reprimir “fake news”.

Algumas observações:

1) A polícia brasileira não pode ter autoridade para determinar o que pode ou não publicar, o que é ou não “verdade”. E se a denúncia for contra o próprio diretor da PF?
2) Os EUA é o último país para o qual podemos pedir orientação sobre como combater fake news. Os órgãos mais prestigiados do jornalismo americano, a começar pelo New York Times, publicam fake news há décadas, sempre como forma de apoiar os interesses do governo de seu país. Já esqueceram as “armas de destruição em massa”? Aliás, o próprio governo americano é um dos maiores centros mundiais de produção de fake news.
3) É impressionante como a grande imprensa acompanha acriticamente essas movimentações: é porque ela as apoia, por intuir que o combate às fake news não passa de estratégia para ampliar a repressão às notícias, narrativas e opiniões que divergem do monopólio.

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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