A história da atuação das entidades e personalidades representativas da Psicologia no Brasil durante o golpe de estado de sessenta e quatro foi, com honrosas exceções, marcada pelo silêncio e consentimento tácito. Nem sempre tácito, já que o Conselho Federal de Psicologia à época concedeu o título de psicólogo honorário ao mais cruento dos ditadores daquele golpe.
Mas, a atuação de várias das entidades e personalidades que marcam a Psicologia hoje caminha em outra direção. As iniciativas do governo ilegítimo sofreram ao longo do último ano um enfrentamento sistemático, equilibrado e persistente de muitas dessas entidades.
Neste momento a conjuntura política está sendo debatida por meio de três diferentes iniciativas tomadas por entidades representativas da Psicologia. Na mais ampla delas, a perspectiva segue sendo de rechaço às iniciativas do governo ilegítimo que estabeleceu uma linha de atuação que combate e desmancha a construção das políticas públicas no Brasil.
Durante os próximos dias estará ocorrendo uma Rede de Manifestação da Psicologia Brasileira em defesa da Democracia e das Políticas Públicas. No dia 17 foi realizado um debate no Conselho Regional de Psicologia do Pernambuco sobre esse tema e a Federação Latino-americana de Análise Bioenergética divulgou dois manifestos que foram elaborados em seu último congresso.
Nos próximos dias, entidades como o Conselho Regional de Minas Gerais, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia e o Instituto Silvia Lane, dentre outas entidades, estarão também apresentando suas manifestações.
Uma outra iniciativa tematiza a situação vivida pelo ex-presidente Lula. O Instituto Silvia Lane e a Federação Nacional de Psicólogos (FENAPSI), promovem um debate online no dia 22 de janeiro onde perguntam “por que chamam de perseguição a condenação de Lula?”. A perspectiva é de abrir espaço para o debate com a comunidade da Psicologia para conhecer a forma como esse tema está sendo elaborado.
O Instituto Silvia Lane apresentará como seu questionamento central o risco de que uma condenação de Lula no dia 24 resulte em autorização para o aprofundamento dos ataques às políticas públicas e aos direitos dos brasileiros. Isto é, se mesmo com a possibilidade de que esses ataques sejam anulados pelas urnas, imagine-se o que farão se o campo democrático popular sofrer o revés de ter seu mais forte concorrente impedido de participar do pleito.
A terceira iniciativa consiste em um convite a todas as entidades, personalidades, profissionais e estudantes de Psicologia para um encontro em Porto Alegre no dia 23 de janeiro. A Federação Nacional dos Psicólogos, também com apoio do Instituto Silvia Lane e da União Latino-americana de Entidades de Psicologia, convocou uma reunião sobre o tema “os impactos do golpe sobre a empregabilidade de profissionais de Psicologia”.
Doutor Marcos Ribeiro Ferreira
Mestre em Psicologia Social pela Universidade de Brasília (1984) e doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997).
Flavio
21/01/2018 - 23h21
A Psicologia, enquanto federação representativa desses profissionais, alienada da situação caótica e doentia na qual o país se encontra, provocado por um golpe que violentou a democracia e colocou no poder pessoas com visíveis patologias de âmbito psiquiátrico, como a psicopatia, seria a aceitação e conivência com tudo de nefasto que está ocorrendo no país pós-golpe. Portanto, o que começa a acontecer no âmbito da categoria, como informa o texto, faz bem à saúde mental e à democracia!
Reginaldo Gomes
21/01/2018 - 16h00
As entidades de psicologia devem organizar uma forma de oferecer tratamento psicológico a turma do 1%. Essa turma sofre de distúrbio mental grave de acumulação coisas que nunca vai conseguir usar na sua vida , por exemplo, o dinheiro.
Uma pessoa que acumule coisas que nunca vai usar , brinquedo , boneca , entulho, dinheiro, eletrodoméstico, cachorro, gato, roupa, etc, é um doente mental grave, é um ACUMULADOR COMPULSIVO, que precisa de ajuda e deve ser encaminhado ao CAPS.
A turma do 1% sofre dessa psicopatologia grave, e precisam de ajuda médica. Eles vivem numa vida miserável digna de pena, eles não tem nada nessa vida, ou melhor, só uma coisa : Dinheiro.
Patricia Santos
21/01/2018 - 18h29
Apreciei demais seu comentário caro colega. E acredito que a Psicologia assim como laica deveria tomar mais cuidado ao se posicionar em favor deste ou daquele grupo, em nome das Políticas De Direito. Ando preocupada com os rumos de nossa preciosa área de atuação, quando vejo grupos partidários demais de certos temas. Discutir é muito saudável, mas política partidária não deveria nunca ser assunto da Psicologia. Cada um que se posicione enquanto pessoa, indivíduo, mas sem precisar se proteger atrás da categoria.
Maria Juceli
21/01/2018 - 19h14
Concordo com você, Patrícia Santos. Acredito que a Psicologia deva atuar nos campos de saúde às quais pertença, oferecendo acolhimento, escuta e auxílio a quem a procura, sem posicionamentos, julgamentos e/ou pré-conceitos e preconceitos. Muito menos posicionamento político religioso. Não é isso que deve nos definir ou nortear. A Psicologia enquanto entidade, no meu entender, deve permanecer uma entidade neutra, ou correremos o risco de nos tornarmos perigosamente tendenciosos….
michel robson walevein
22/01/2018 - 11h58
Psicologia e da área de humanas tá.
Eliseth Benedicta de Almeida
22/01/2018 - 04h40
Evidente este posixionamento contraditório com os princípios da área da Psicologia. Que sempre e cada vez mais, os nossos Conselhos se empenham em incorporar em nome de defesa da democracia. Enqanto isso, áreas como as sociais e da Educação relacionadas com criações por Lei, como de Creches e inclusão de Serviços de Orientação pública do ramo da Psicologia, vão se arrastado em longos tempos de produção de Projetos institucionais sem aplicabilidade.
Silvio de Mello
22/01/2018 - 11h22
Não se posicionar diante de um golpe de estado que vem gerando perda de direitos a população é muito preocupante colega.
Não se posicionar diante de uma quadrilha que assaltou o poder não é ser político partidário.
Não se posicionar diante de uma mídia a serviço de grupos estrangeiros que têm como objetivo facilitar o assalto aos nossos recursos e patrimônios estratégicos pode sergrave ou então posição política de quem concorda com esta classe que vem assaltando o país a séculos e causando este atraso premeditado à nossa nação para manter o povo sobre domínio.
A saúde do indivíduo depende de muitas variantes e lutar por uma nação onde todos sejam ouvidos com dignidade, sejam tratados com justiça imparcial e tenham seus direitos assegurados é dever nosso, enquanto psicólogos e enquanto cidadãos.
Silvia Hernandes
21/01/2018 - 10h20
Já tem o local e a data?