Por Pedro Breier
Assisti ontem Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi. Achei fabuloso.
A crítica política – com viés evidentemente de esquerda – presente no filme é implacável.
O Último Jedi na verdade é A última Jedi. Mulheres, negros e asiáticos bem representados como heroínas e heróis.
O ataque à elite econômica é contundente. Um trecho da crítica de Pablo Villaça:
Aliás, há, neste Episódio VIII, toda uma sequência que sequer tenta ser sutil ao retratar a elite econômica como uma classe composta por sociopatas que não hesitam em explorar e destruir a Natureza por puro entretenimento, empregando também o trabalho infantil sem qualquer remorso enquanto protesta diante de qualquer coisa que considere como invasão de seu espaço (com direito a praia particular e tudo mais). Mais do que isso: através do personagem de Benicio Del Toro, o roteiro denuncia como a busca desenfreada pelo lucro supera qualquer tipo de moralidade mais básica, o que, associado à estupidez da guerra, abandona o homem comum à própria sorte, atirado entre forças muito maiores do que ele e que o empregam apenas como peão de um jogo cujos resultados – sejam lá quais forem – o terão como derrotado.
Villaça explica didaticamente, neste post, aos reaças indignados com o esquerdismo do filme que a franquia sempre teve um viés canhoto. Ele cita também um episódio hilário que gostaria de dividir com as leitoras e leitores do Cafezinho.
Lembram do Rodrigo Constantino, aquele colunista sofrível que foi demitido da Veja e do Globo depois de perder sua serventia como fornecedor de chorume para o público alvo dos golpistas de 2016?
Antes de ver o filme, ele escreveu um texto com o título “Star Wars anticapitalista? Poupe-me!” para criticar a afirmação do Pablo Villaça de que o filme fazia uma crítica forte às elites econômicas e ao capitalismo. Com os argumentos geniais de sempre, como uma foto de George Lucas com os personagens da Disney.
Depois de ver o filme, Rodrigo Dá Bilhão Constantino postou um texto revoltado com o, surpresa, esquerdismo de Os Últimos Jedi. Se estiverem a fim de dar umas boas risadas, leiam aqui.
Constantino critica até o fato de Luke Skywalker lutar com o seu sobrinho “por meio de um holograma, nem sequer capaz de estar fisicamente presente para o combate”. Nota-se que entende tanto de espiritualidade quanto de política e economia. Luke é mostrado estando em estado meditativo em outro lugar durante o referido combate; portanto não se trata de um holograma, mas de um corpo mais sutil do próprio Luke que vai para o campo de batalha.
No meio de um período tão difícil para quem luta contra os Impérios que oprimem a humanidade – do dinheiro, da força bruta, do cerceamento das liberdades – é bonito ver que a arte resiste, mesmo em um blockbuster hollywoodiano.
Os inconformados podem ficar furibundos o quanto quiserem.
O filme nos lembra que a ideia da liberdade não morrerá jamais, não importa o quão forte e seguro de si seja o opressor. E enquanto a ideia estiver viva, a esperança também estará.