(Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
A Globo, para variar, distorceu as palavras de Boulos. Qualquer pessoa consciente só pode dar entrevista à Globo gravando de maneira independente. Ou então divulgando, na íntegra, as respostas escritas, nas redes sociais. Porque a regra é clara: a Globo mente. Sempre.
No Nocaute
Boulos desmente o jornal Valor: “Foi uma sacanagem”.
Em uma entrevista publicada nesta sexta-feira (15), o jornal Valor torce uma declaração de Guilherme Boulos, procurando colocá-lo contra o ex-presidente Lula. Segundo o líder do MTST, o título “Ciclo do PT se encerrou”, atribuído a ele, em nenhum momento foi dito. “É uma sacanagem evidente”, declarou ele ao Nocaute. Leia os principais trechos da entrevista ao Valor, enviados por Boulos ao Nocaute.
Por Nocaute em 17 de dezembro às 13h44
Sobre entrevista ao Valor Econômico
Na sexta-feira dei uma entrevista ao jornal Valor Econômico, que foi publicada na edição de hoje, sobre o MTST, o Vamos, a perseguição judicial a Lula e os cenários para 2018. O título que os editores deram à entrevista é uma frase que simplesmente não foi dita. Como alguns – por preguiça ou conveniência – leem apenas o título e não o texto, reproduzo aqui alguns trechos que esclarecem as posições que defendo. Pelo site do Valor não é possível copiar a íntegra da entrevista.
– Sobre Lula:
“Lula é a maior liderança social e política do país, fez o governo mais popular da história da nova República e teve acertos e erros. Mas não é possível achar que 2018 é 2002. O país está afundado em uma recessão enorme, está polarizado, a economia encolheu e a margem de manobra para uma composição social se reduziu muito. O desafio é pensar um programa que não seja o de conciliação, mas de enfrentamento e que bote o dedo na ferida de problemas estruturais”.
– Sobre o direito de Lula ser candidato e as eleições de 18:
“Existe a compreensão do direito do Lula de ser candidato como uma questão democrática. Não é de convergência programática, mas de não deixar que o Judiciário defina o processo eleitoral no tapetão. A esquerda tem diversidade. A intolerância e a unidade artificial nós deixamos para a direita. Eles são bons nisso. Defendo que a esquerda se apresente em 2018 com projeto de enfrentamento, sem alianças com golpistas. No primeiro turno é muito improvável ter candidatura única. Já se lançaram pré-candidaturas”. “O PMDB nunca ganhou eleição presidencial e sempre esteve por trás de todos os governos. A única forma de se livrar disso é colocando o povo no tabuleiro”.
– Sobre os desafios da esquerda:
“A esquerda não pode ficar restrita a um projeto eleitoral. Temos um ciclo se encerrando, o ciclo de um estratégia que foi capitaneada hegemonicamente pelo PT, inclusive nos seus governos, de que era possível ter avanços sem enfrentar a estrutura arcaica de privilégios.Nos governos Lula se teve avanço porque havia um crescimento médio de 4%. Com manejo orçamentário se fazia política social sem tirar nada do andar de cima. Quando a crise vem, isso não é mais possível. A esquerda tem de pensar rumos, um novo projeto, nova perspectiva. Essa perspectiva não tem que ser pensada para a próxima eleição apenas, mas para os próximos 10, 20, 30 anos”.