Enquanto a ” plaza de Mayo” fervia de indignação pelo processo que a Argentina vive de perdas de direitos, as famílias do submarino congelavam pela falta de um enterro digno dos seus entes queridos, o presidente da nação arrumou as malas e foi passear.
O ex-presidente do Boca Juniors tem sangue frio, típico dos boleiros! Nem a busca pelo 44 corpos do ARA San Juan, nem o caldeirão que o centro de Buenos Aires se tornou consegue dissipar de uma escolha tão luxuosa: A estancia Potrerillo de Larreta nas serras de Córdoba. Construído em 1927 logo se transformou num luxuoso country club e resort, Macri vai desfrutar o campo de golf com 18 buracos e 7150 jardas, além de passeios pela paisagem serrana no helicóptero Robinson 44 que é disponibilizado para clientes.
No país da realidade o porta-voz da marinha, Ericque Balbi, vai seguindo o script de esfriar algo que já foi abandonado na realidade : ” para ter uma ideia é como procurar uma agulha no palheiro”. Perdidos há 23 dias os familiares seguem desesperados como mãe Yolanda Mendiola do tripulante Fabián Cisneros: ” Queremos que achem o corpos, que se retire, precisamos fazer o luto.”
Em outro caminho, o da repressão costurada com a justiça, as prisões de ex-dirigentes e partidários da esquerda incluído o pedido de prisão contra Cristina Kirchner, foi aplaudida pelos macristas, comemorando então a decisão do juiz Claudio Bonadio, um legítimo companheiro que não age sozinho.
A estratégia ficou tão obvia que foi elaborada pelo presidente Macri que seu chefe de gabinete, Marcos Peña, passou a reverberar a frase: ” yo no fui( eu não fui)” . Sarcasticamente a imprensa “porteña” completou : ” Yo no fui Y al me fui (eu não fui e já fui, no sentido de partir).”