Presidente Michel Temer recebe Ben Van Beurden, CEO da Royal Dutch Shell. Foto: Carolina Antunes/PR
Por Tadeu Porto*
Na última semana ganhou notoriedade nas mídias do país a votação de uma Medida Provisória que dá isenções fiscais às grandes petroleiras do mundo, apelidada de “MP do Trilhão”, nome que faz alusão aos trilhões de reais que as petroleiras vão deixar de pagar ao Estado.
É perversa demais, sobre várias aspectos, uma política de desoneração das empresas mais poderosas do mundo e vou citar aqui três pontos: 1) Diminuir a arrecadação num processo industrial tão nocivo ao país (mesmo a política de royalties não contempla totalmente as mazelas da Exploração, Produção e tratamento do Petróleo) é abrir portas para os trabalhos predatórios sem contrapartida à população; 2) O governo brasileiro, que deveria representar o povo (deu um Golpe, sabemos, e está longe disso) jogar abertamente contra a indústria nacional é um tipo de entreguismo que, convenhamos, talvez somente um grande lobby pode justificar.
[Aliás, em 22 de Maio, O Cafezinho escancarou a probabilidade da Shell ter feito um lobby pesado aqui no país. O Greenpeace apenas trouxe a tona o que todos nós da mídia progressista já sabíamos.]
E sobre o terceiro ponto, tomei a liberdade de dar um pouco mais de destaque: a política de diminuição do Estado em detrimento de grandes corporações, é, justamente, o cerne da situação caótica no qual se encontra o Rio de Janeiro.
Faz um ano amanhã, por exemplo, que a justiça proibiu o estado do Rio de fazer novas isenções fiscais. Só no ano passado, Pezão deu a “colher de chá” de quase 9 bilhões para as empresas, enquanto milhares de funcionários do estado estão sem receber salário. E pior: segundo o Observatório dos Benefícios, a desobrigação tributária de 25 bilhões a 50 empresas entre 2007 e 2010, sequer gerou empregos nesses setores.
Por fim, vale ressaltar que em cinco anos, de 2008 a 2013, o Rio deixou de arrecadar 138 bilhões de reais para que a empresas como a Delta Engenharia lucrasse absurdos e Fernando Cavendish pudesse comprar um anel de R$ 800 mil para Adriana Cabral, enquanto a população do Rio não tem dinheiro sequer para comprar gás da cozinha.
A lei de Temer, para os amigos da Shell é simples: “para os gringos tudo, para o povo a lenha”.
Rita Andreata
09/12/2017 - 19h25
A venda do pré-sal, junto com o pacote de isenções e vantagens É CRIME CONTRA O PAÍS. Mais um motivo para impeachment de Temer, que não ocorrerá dado o baixíssimo nível do nosso Congresso e sua generalizada corrupção.
Reginaldo Gomes
08/12/2017 - 21h00
É impossível a MP do trilhão não passar.(hipoteticamente)
Hipoteticamente vamos imaginar um pixuleco adiantado de 1% do trilhão pros 594 parlamentares.
Quanto dá????
É pouco????
Sabe fazer a conta?????
Sabe escrever um trilhão???
Cabe na calculadora?????
E na calculadora científica???????
Só se for calcular em potência de dez.
É possível essa mp do trilhão hipoteticamente não passar????
O Letra
08/12/2017 - 15h54
Parabéns pela reportagem. O que é verdade precisa ser divulgado