(O garoto negro e Alckmin, o candidato a presidente do status quo. Charge: Latuff)
Por Pedro Breier
Você com certeza já ouviu – mais de uma vez – alguém falar que o problema do Brasil é a impunidade.
Pois bem.
O Ministério da Justiça divulgou hoje os dados mais recentes (de junho de 2016) sobre a população carcerária do nosso país. Ultrapassamos a Rússia e chegamos ao vergonhoso 3º lugar do planeta Terra no quesito número de presos. China e Estados Unidos estão à nossa frente.
Temos também a 3ª maior taxa de encarceramento por 100 mil habitantes do mundo, ficando atrás de Estados Unidos e Rússia neste quesito. Veja mais dados na matéria da Follha.
A maioria dos presos é negra, jovem e de baixa escolaridade (veja aqui). Enquanto 53% da população brasileira acima de 2018 anos é negra, 64% dos presos são negros. 75% da população prisional brasileira não cursou o ensino médio. Apenas 1% dos presos chegaram a iniciar ou concluir o ensino superior.
Os dados demonstram de forma límpida que o nosso problema está longe de ser a impunidade. Prendemos muito mais gente do que seria aceitável em um país civilizado.
Os números divulgados também permitem-nos uma análise sobre o funcionamento da engrenagem do sistema capitalista para que o status quo seja mantido.
O primeiro passo é a completa ausência do Estado na vida da população pobre e majoritariamente negra. A falta de investimento público em educação tem o objetivo de impedir que quem não tem dinheiro para pagar um colégio particular estude.
Sem estudo, o jovem de classe baixa normalmente tem duas opções.
A primeira é trabalhar muito, muitas vezes em empregos precários, ganhar pouco e ainda ter que passar uma quantidade absurda de horas do seu dia no transporte público lotado e, portanto, praticamente abdicar de uma vida pessoal com o mínimo de dignidade e tempo para o lazer e para fazer as coisas que gosta.
A segunda opção é trabalhar para o tráfico ou até mesmo roubar. Este é, muitas vezes, o único caminho possível para viver com alguma dignidade e também para se adequar ao que a portentosa máquina de propaganda do sistema capitalista impõe como sinal de sucesso na vida: possuir e consumir itens caros.
Depois de empurrar boa parcela dos jovens marginalizados para o tráfico, o sistema usa a estúpida proibição das drogas como desculpa para o encarceramento em massa destes jovens em um sistema prisional medieval, dominado por facções de criminosos, do qual a absoluta maioria sai sem qualquer perspectiva de futuro fora do mundo do crime.
Para completar a engrenagem maquiavélica, a mídia hegemônica, grande porta-voz e propagandista do capital, convence a população, seja por meio de programas policialescos de baixo nível, seja de maneiras mais sutis, de que o inimigo é este jovem negro que nunca teve qualquer chance na vida.
A população compra o discurso histérico e, assustada com a violência, acredita piamente que a solução é prender mais gente ainda. O Estado prende, então, mais jovens negros e pobres e assim este insano ciclo do horror perpetua-se.
É de evidência solar que mais prisão e violência policial contra a população excluída da sociedade só faz agravar o problema. A solução de Bolsonaro e afins para a grave questão da segurança não é solução nenhuma. Significa, isso sim, a continuidade do caos.
Os dados não mentem. Só uma educação pública de qualidade pode garantir uma possibilidade de vida digna fora do crime para a população marginalizada e, consequentemente, diminuir a violência urbana que atinge a classe média e alta.
É como disse o profético Darcy Ribeiro: “Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”.
JOÃO AFONSO PETENATTI
10/01/2018 - 09h03
Muito bom mesmo, meu amigo, precisamos ter mais informações da realidade da política de segurança pública de nossos estados.
Como exemplo o Estado de São Paulo, parou de construir escolas e hospitais, mas multiplicou a construção de presídios, quem ganha com isso?
Quem são os políticos que se mantém no poder com o dinheiro do trafico de drogas, com o dinheiro advindo das empresas que trabalham no sistema penitenciário?
Devemos sim lutar por uma sociedade com mais escolas e de qualidade, por uma política de segurança publica que vise a legalização do uso de drogas com maior conscientização sobre os malefícios das drogas. Com um sistema prisional que recupere os detentos pela via do trabalho e da educação, com uma fiscalização maior dos agentes de segurança, através de conselhos de segurança representados pela população e não por representantes do sistema.
Alvaro Dias
10/12/2017 - 13h55
Concordo em grande parte com o discurso do articulista. Mas vitimizar bandidos e acusar vítimas, dá no que dá. Cidadãos procurando refugio, com muros e outros. Estão com todo direito.
É claro, uma política de esquerda resolve.
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/26/internacional/1453845839_418574.html. Caracas a cidade mais violenta do mundo.
Miguel Candia
09/12/2017 - 16h33
A matéria está apenas dizendo que o Brasil já é o terceiro neste quesito. E com o déficit de presídios seria o primeiro facilmente. Quanto mais presídios. …menos marginais nas ruas…? a lógica é essa mesmo? ….tenho minhas dúvidas
Vagner Antunes Henriques
09/12/2017 - 15h39
O papinho continua né?! Acho que melhor seria: dar um prêmio para quem comete o crime e toda atenção do mundo. De quebra, o Estado poderia dar uma bolsa de estudos em Cambridge ou Harvard. Mas SÓ pra quem já cometeu o crime. Afinal, o crime é tratado como um impulso. Agiu involuntariamente.
Aí, pra equalizarmos essa barbárie, vamos prender os policiais, que ganham bem pra caramba, tem poderio de fogo muuuuuuito superior ao dos criminosos e são truculentos.
Ederson Luciano Maia Vieira
09/12/2017 - 13h22
Eduardo Cunha, Cabral, Odebrecht, Garotinho…dentre outros, elevam esses números. Autores de crimes graves devem estar presos, sejam brancos, pretos, ricos ou pobres
Leandro Corrêa
09/12/2017 - 12h15
Essa charge é pra dar risada né!!!! O governo do estado criou: Etec, Fatec e Univesp. Todas gratuitas e acessíveis a todas as pessoas.
Carlos Maia
09/12/2017 - 11h37
Depois de 13 anos dos comunistas miseráveis que roubaram o país, mais uma herança maldita por falta de políticas públicas.
No desgoverno dos comunistas malditos, assassinos eram tratados como vítimas da sociedade, e eles botavam pra arrombar em cima das pessoas.
Essa mídia podre serviçal a organização criminosa, não tem moral pra publicar esse tipo de matéria, porque os marginais covardes, ladrões gravatudos, aqui são tratados como vítimas da sociedade e da justiça!
Malditos traidores do Brasil
Ana Paula
09/12/2017 - 10h34
#PSDBLIXO FDP
Eder Ribeiro Queiroz
09/12/2017 - 10h11
A PRISÃO É UMA TORTURA.A PENA DE MORTE UM ALIVIO-
Marilene Flores
09/12/2017 - 08h53
Matheus Severo
09/12/2017 - 03h31
Está com peninha de marginais – leve para a casa dos donos do site O Cafezinho.
Por quê Lula não hospeda alguns desses colegas dele, em sua casa?
Douglas Fernandes Kitagawa
09/12/2017 - 05h08
Ana Paula
09/12/2017 - 10h34
Cuidado hein. Olha a lei do retorno
Assissinho Souza
09/12/2017 - 00h11
Leva pra tua casa e esvazia um pouco a cadeia pow, tá com pena
Rodrigo Dos S. Rodrigues
09/12/2017 - 03h01
Discurso raso. Produza algo mais intelectual, fala aí por que devemos prender se, quanto mais prendemos, mais aumenta a violência? EXPLIQUE-ME A FUNÇÃO DO CÁRCERE!
Matheus Severo
09/12/2017 - 03h33
Não basta só prender, tinha que torturar três vezes por dia. Arrancar as unhas com alicate…
Douglas Fernandes Kitagawa
09/12/2017 - 05h11
Matheus Severo Mas só p/ pobre e preto? Rico branquinho ñ pode?
Ezequias Paz de Almeida
08/12/2017 - 18h53
Pena de morte já, resolveria!
Rodrigo Dos S. Rodrigues
09/12/2017 - 03h02
Com base em que estudo você fala isso, por gentileza?
Matheus Severo
09/12/2017 - 03h36
A pena de morte além de resolver a super lotação, diminuiria a violência. Porque nunca vi bandido morto assaltando.
Ana Paula
09/12/2017 - 10h36
Ainda posta foto com uma criança. Cuidado viu. O mundo da voltas. Olha a lei do retorno.
Ezequias Paz de Almeida
09/12/2017 - 16h16
Pena de morte serviria pra todos que cometessem crimes hediondos., sem exceção.
Ezequias Paz de Almeida
09/12/2017 - 16h17
Desculpe ana paula, eu não sabia que você tem parente estuprador.
jose carlos vieira filho
08/12/2017 - 16h37
desde telesur:
https://telesurtv.net/bloggers/Honduras-poniendo-el-pecho-por-el-triangulo-norte-de-Centroamerica-20171205-0001.html
Emerson Mattos
08/12/2017 - 18h13
Solta todo mundo então. Passa a mão na cabeça e leva pra casa
Anna Maria
08/12/2017 - 18h26
Não lhe ocorreu dizer: Vamos fazer mais escola então? Por acaso já viu engenheiros, médicos, professores, violinistas assaltando por aí?
Anna Maria
08/12/2017 - 18h27
Um homem só tem o direito de olhar o outro de cima, se for para ajudá-lo a levantar-se (Gabriel Garcia Marquez).
Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia. (José Saramago)
Anna Maria
08/12/2017 - 18h27
O Judge Murrow tem um salário que engorda com os penduricalhos.
Como diz a professora Virgínia Fontes, Lava Jato, como diz o próprio nome, só lava por fora: deixa o salário do Moro sequinho lá dentro.
Quá, quá, quá!
Ah, esses moralistas sem moral! (PHA)
Foi o Ministro Luis Fux quem legalizou um dos melhores penduricalhos: a moradia!·
Ricardo Tagá
08/12/2017 - 18h30
Ou…pena de morte já diminuiria bastante….
Emerson Mattos
08/12/2017 - 18h50
O q mais temos sao médicos, engenheiros, professores e etc ladrões por aí, ou vc acha q os nossos políticos não têm profissão? Ter profissão não lapida caráter de ninguém. Vejo andarilhos tão honestos pelas ruas. Não podemos confundir formação com educação, são coisas distintas. Não adianta mais escolas se as pessoas não querem ganhar o seu dinheiro honestamente.
Luciano Duque
08/12/2017 - 19h47
Falou tudo Emerson Mattos. Falta de caráter não se justifica pela pobreza. Até entendo sujeito traficar, pela falta de saúde, educação, lazer , mas daí , esse mesmo sujeito matar inocentes num assalto, isso nntem situação que justifique. Muitos ” estudados” são marginais. Policiais corruptos, empresários corruptores, políticos,. O problema do nosso país é a cultura da malandragem, do querer levar vantagem sempre, a maldita ” lei de Gerson”. Mas os piores marginais são os políticos. Veja o Perrela e Aécio, envolvidos com as drogas.
Valmir Zambone Pinto
08/12/2017 - 23h47
E depois reza para dormir né
Rodrigo Dos S. Rodrigues
09/12/2017 - 03h00
Falou tudo nada, não é porque há mau caratismo que se deve prender. Desde quando é necessário prender alguém que pode ser punido pelo viés financeiro? Com base no quê vocês afirmam que a prisão faria algum bem? Vocês são iludidos e pulam a pergunta “por que prender?”. Qual é a finalidade da prisão? Me apresente uma! Sou capaz de rebater qualquer argumento que você apresentar aqui em favor da prisão.
Emerson Mattos
09/12/2017 - 09h57
A prisao serve para retirar os indivíduos que nao sabem ou nao querem viver em sociedade. Agora, se a cadeia ressocializa ou nao, é outros quinhentos. Quem pratica o mal deve ser preso ja que nao existe pena de morte.
Mar
08/12/2017 - 15h55
Não resolve. Temos que encontrar alternativas mais eficazes.
Sergio Andrade
08/12/2017 - 17h30
Brasil sil sil sil! Grande país!