Lembrando, os docs de Tacla Duran enviados à CPMI vazaram para o Cafezinho no mesmo dia do depoimento do advogado ao senado (ver links abaixo). Examine-os e comente aqui!
Os documentos secretos de Táclan Duran:
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Perícia afirma que fotos da conversa entre Tacla Durán e amigo de Moro são originais
05 DEZEMBRO 2017
Imagens “não foram modificadas ou alteradas”, relatou o profissional sorteado pela Associação Espanhola de Peritos
Por Daniel Giovanaz
Do Brasil de Fato
Rodrigo Tacla Durán, ex-advogado da empreiteira Odebrecht, é a maior ameaça à Lava Jato desde que a operação foi deflagrada, em 17 de março de 2014. Acusado de participar de esquemas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina na empreiteira, ele foi preso preventivamente pelo juiz Sérgio Moro em novembro do ano passado, mas acompanha o processo em liberdade na Espanha – porque tem dupla-cidadania. Lá, ao contrário do Brasil, informações obtidas em delações premiadas têm quase nenhum valor se não forem acompanhadas de provas materiais.
Há pelo menos dois meses, sabe-se que o ex-advogado da Odebrecht reuniu em um livro várias acusações contra a Lava Jato. Particularmente, no que diz respeito a interferências nas negociações entre Estado e réu. Os rumores de que ele poderia colocar em xeque a reputação de Moro e de toda a operação se concretizaram na manhã de 30 de novembro de 2017.
Acusações
Durante três horas e cinquenta e minutos, Tacla Durán prestou depoimento via teleconferência para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios na atuação da empresa JBS. Porém, dedicou a maior parte do tempo para tratar de outro assunto: os subterrâneos de uma delação premiada na Lava Jato.
O ex-advogado da Odebrecht relatou que não fez acordo de delação porque considerou que estava sendo extorquido durante as negociações. Segundo um anexo de 45 páginas entregue por Durán ao final do depoimento, a extorsão teria sido realizada por outro advogado, Carlos Zucolotto Jr., profissional que lhe foi indicado para vender certas “facilidades” no acordo.
Carlos Zucolotto é padrinho de casamento do juiz Sérgio Moro e foi sócio da esposa dele, Rosângela Moro, em um escritório de advocacia.
Durán apresentou cópias de conversas por celular em que Zucolotto admite estar intermediando as condições do acordo de delação com “DD”. Embora essas sejam as iniciais de Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da operação, o ex-advogado da Odebrecht não fez nenhum tipo de suposição no depoimento: apenas pediu que Zucolotto seja chamado a esclarecer a quem se referiu naquelas conversas.
Conforme a versão de Tacla Durán, o padrinho de casamento de Moro tinha o poder de negociar propostas favoráveis aos delatores da Lava Jato junto ao Ministério Público. No caso dele, as conversas por celular mostram que Zucolotto teria conseguido diminuir a multa paga ao final do acordo de 15 para 5 milhões de dólares, mediante o pagamento de outros 5 milhões em propina – no diálogo, ele se refere à propina como “honorários”.
Perícia
O juiz federal Sérgio Moro se pronunciou sobre o caso em 27 de agosto de 2017, assim que vazaram as primeiras informações do livro de Tacla Durán e o caso foi parar na coluna da jornalista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo. Moro foi questionado pelo jornal Brasil 247 sobre as supostas denúncias, e enviou uma nota à imprensa para tentar desmentir as acusações.
Sérgio Moro alega que Zucolotto é um advogado “sério e competente”, e que o rumor de que ele teria intermediado um acordo de delação é “absolutamente falso”. O magistrado acrescentou que Durán não havia apresentado, até aquele momento, nenhuma prova ou fonte de suas afirmações.
Após o depoimento do último dia 30, o cenário mudou: além de apresentar cópias dos diálogos com Zucolotto, o ex-advogado da Odebrecht submeteu as imagens a perícia.
O trabalho foi feito pela Associação Espanhola de Peritos, que sorteou o perito judicial Castor Iglesias Sanzo para aquela tarefa.
De acordo com a perícia, as mensagens foram enviadas através de um aparelho Samsung SM-G800H nos dias 24 e 25 de maio de 2016. “Tanto as imagens como as datas de captura não foram modificadas ou alteradas em seu contexto geral ou específico. Este é o meu relatório que contém 8 páginas e que registro, prometendo dizer a verdade, ao meu melhor conhecimento e convicção, agindo com a maior objetividade, levando em consideração que posso favorecer ou prejudicando qualquer das partes, sabendo as sanções penais previstas pela infração do meu dever como especialista, acreditando cumprir a ordem determinada os efeitos que prosseguem”, concluiu Sanzo, no laudo pericial do dia 3 de novembro de 2017.
Mesmo antes das provas serem submetidas a perícia, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como “Kakay”, havia afirmado à imprensa que a ação de Zucolotto poderia ser interpretada como crime de obstrução de Justiça, “com prisão preventiva decretada”.
Se comprovada, a hipótese de pagamento de propina para um amigo pessoal de Moro negociar facilidades nos acordos de delação é suficiente para desmoralizar toda a Lava Jato. Afinal, as delações premiadas são o pilar que sustenta a operação há quase quatro anos e configuram a principal fonte de indícios para prisões e denúncias desde então.
Bernardo
10/12/2017 - 21h50
“Lá, ao contrário do Brasil, informações obtidas em delações premiadas têm quase nenhum valor se não forem acompanhadas de provas materiais.”
A vá. Como se a delação premiada fosse capaz de sozinha condenar alguém.
A delação ‘premiada’ para ser validada ao delator tem que levantar informações que levem ao crime ou agente ou que indiquem caminho para descobri-los.
Joelma Mohr
10/12/2017 - 09h30
Por favor informe a FONTE de informação da justiça espanhola, estou tentando a horas achar algo de madrid a mallorca e não encontro absolutamente nada em espanhol, nem no site oficial da justiça da espanha. Unicas fontes a este respeito são os sites de esquerda do Brasil. Se queremos ganhar esta guerra precisamos urgentemente de jornalismo com menos sensacionalismo e mais seriedade. As Fontes dão credibilidade a materia assim como a certeya de que não se trata de boatos. Se brigamos contra a globo precisamos fazer jornalismo de qualidade superior a da globo.
Grata antecipadamente pela informação por email.
Jáder Barroso Neto
06/12/2017 - 20h27
Claro que não exporiam o nº do Celular de Zucolotto. Só com muita cara de pau pra dizer que o celular foi clonado. Pozzobon tem que explicar seu e-mail viabilizando a “melhora” das condições.
Breno Tadeu Fonseca Diniz
06/12/2017 - 19h19
O Tacla recebeu e-mail também. Não tem como os lavajateiros negarem a origem.
Ricardo
06/12/2017 - 20h27
Isso sim, é uma prova.
Diferente daquela perícia sobre fotos.
OSCAR MENHILL
06/12/2017 - 14h05
PERICIA EM FOTOS ??
O QUE DIZER DOS RECIBOS DO LULA ENTÃO .. TUDO VERDADEIRO.
Ricardo
06/12/2017 - 13h16
A perícia é das fotos, ou das mensagens?
Se for apenas das fotos, não quer dizer nada. É muito fácil “criar” uma conversa fictícia entre dois celulares, e daí tirar um foto.
Agora, se for das mensagens, quer dizer tudo e o tal Zucoloto está enrascado.
João Ostral
06/12/2017 - 16h46
“De acordo com a perícia, as mensagens foram enviadas através de um aparelho Samsung SM-G800H nos dias 24 e 25 de maio de 2016. “Tanto as imagens como as datas de captura não foram modificadas ou alteradas em seu contexto geral ou específico”
Ricardo
06/12/2017 - 17h03
Leia a perícia.
As “imagens” foram feitas em um aparelho Samsumg SM-G800H, nos dias 24 e 25 de maio de 2016.
Ou seja, o perito apenas atestou que as fotos não foram adulteradas, mas não se as mensagens ocorreram entre o celular do Zucoloto e do Tacla.
É muito simples pegar dois celulares e nomear um deles como “Zucoloto” e outro como “Tacla” e ficar trocando mensagens entre os dois. Depois tira uma foto, não altera nada, e manda a foto para a perícia, que só vai confirmar a veracidade da foto, mas não da conversa.
É a mesma coisa que alguém se vestir de Papai Noel, e tirar uma foto e mandar para a perícia. O perito vai dizer que a foto não foi alterada, mas não que o Papai Noel existe.
O que o Tacla Duran está tentando fazer é provar a existência do Papai Noel com uma foto.