(crédito imagem: Pinterest/India)
O estudo feito pelo Banco Credit Suisse divulgado em 14 de novembro, apontou que 1 % mais ricos do mundo concentram 50,1% da riqueza global, e 70% de pobres somente acumulam 2,7% . Mesmo que este dado seja a constatação do nível de acumulação da renda no topo da pirâmide da classes sociais, ele nos mostra dentro de uma análise o modo de operação proposital de líderes econômicos em manter este paradigma.
O que se faz mais importante vislumbrar é que no processo da crise da 2008 e com ondas em 2015, 2016 e 2017, estão o mecanismo de que os maiores fundos de investimentos utilizam para enxugar capital pelo mundo, trazendo de volta taxas de convergência que satisfaçam os objetivos de ganhos dos rentistas.
Olhando em retrospectiva, pode-se perceber que os mais ricos(1%) detinham antes da crise de 2008, 42,5% da renda, ao passo que quando chega 2017, o patamar se altera para os 50,1%. Corrobora com esta tendência os anos de 2016 e 2017 quando o aumento do patrimônio do topo da pirâmide subiu 6,4% (ou 16,7 bilhões de dólares), aliás os melhores rendimentos superando o ápice anterior de 2012. A crise deste modo leva os capitais abandonarem projetos em nações sem poupança, para engrossar as reservas financeiras dos grandes fundos de capitais do norte. A escassez de recursos faz a taxa de ganância elevar o preço do crédito e alimentar uma nova onda com lucratividade ascendente. Formatando um sistema que se realimenta, gerando mais pobreza a maioria e riqueza extrema a um minoria cada vez mais diminuta.
Quando se debruça sobre a questão geográfica, identifica-se que América do Norte, Europa e China se apoderam de 75% da riqueza mundial. Em contra partida a América latina que sofre os juros exorbitantes e periodicamente golpes no seu modelo de desenvolvimento, não supera 3% da riqueza. É neste sentido que se pode compreender que EUA, que praticam estas políticas de reconcentração de renda, possuírem metade dos 36 milhões de milionários.
A título de conclusão, analisando de forma sucinta a crise iniciada em 2008, é que não serviram para ¨corrigir a responsabilidade sobre políticas expansivas sobre o crédito¨. Isto foi um discurso reverberado pela grande mídia que trabalha com modelo hegemônico, já que nenhum banqueiro ou grande executivo foi preso, pelo contrário, os ¨bônus de produtividade¨foram pagos. A verdade que se apresenta, é que crises como estas são mecanismos de refluxos de capital para centros financeiros, impedindo que a maior parte de população de se aproprie de uma faixa mais elevada da renda. Este paradigma de capitalismo não permite desenvolvimento sustentável, somente uma pobreza violenta e indecente.