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Golpe destrói sonho de estudar no exterior

Eu queria saber o que a classe média paneleira, o Ministério Público e os ministros do STF, tem a dizer sobre essa consequência trágica do golpe: o fim do sonho da juventude de ter uma experiência universitária no exterior. *** No Estadão Com fim do Ciência sem Fronteiras, intercâmbio em graduação cai até 99% Encerramento […]

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Eu queria saber o que a classe média paneleira, o Ministério Público e os ministros do STF, tem a dizer sobre essa consequência trágica do golpe: o fim do sonho da juventude de ter uma experiência universitária no exterior.

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No Estadão

Com fim do Ciência sem Fronteiras, intercâmbio em graduação cai até 99%

Encerramento do programa federal em julho de 2016 fez despencar o número de alunos enviados por universidades públicas para estudar no exterior

Por Luiz Fernando Toledo, Isabela Palhares e Filipe Strazzer, especial para o Estado, O Estado de S.Paulo
20 Novembro 2017 | 03h00

O número de intercâmbios entre alunos de graduação das universidades públicas brasileiras despencou com o fim do programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal. Sem a ajuda do Ministério da Educação (MEC) desde julho de 2016 e em meio à crise econômica, as instituições de ensino federais e estaduais reduziram em até 99% o número de alunos enviados ao exterior até o ano passado. Para especialistas, esse dado representa não só uma perda de experiência acadêmica para os estudantes, mas também um prejuízo para a formação científica no País.

O Estado analisou dados de 17 instituições de ensino superior público – 30 universidades de todas as regiões do País foram procuradas pela reportagem, mas nem todas responderam. Entre as instituições analisadas estão as três estaduais paulistas, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de outras 14 federais, de um total de 64. Todos os documentos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação enviados por cada uma das instituições.

Um dos casos mais dramáticos está na Universidade Federal do ABC, do Estado de São Paulo, onde só três bolsas foram concedidas no ano passado, ante 551 em 2014, auge do Ciência sem Fronteiras – uma queda de 99,4%. A universidade diz que, sem o respaldo do governo federal, viabilizar intercâmbio tem sido “um desafio”, mas que tem buscado aumentar a quantidade de convênios internacionais ao longo dos anos – atualmente há 18, em 10 países diferentes, segundo a instituição.

Sonho. Aluno de Engenharia de Gestão na UFABC, João Coelho, de 22 anos, ingressou na universidade em 2014 com o sonho de estudar no exterior. “Víamos muita gente indo e, logo que entrei, comecei a participar dos processos de preparação”, conta. Coelho chegou até a prestar o TOEFL, exame de proficiência de língua inglesa cuja inscrição custou cerca de R$ 800. “Nesse tempo de preparação acabou tendo o corte e o sonho ficou para trás”, diz o estudante, que pretendia ir a Dublin, na Irlanda, em 2016.

Para ele, o fim do programa não é apenas uma perda para os alunos, mas também para o País. “Quem viaja traz muita coisa para que possamos aplicar aqui, desenvolver a ciência e a tecnologia no Brasil.”

Perdas e ganhos. Desde a sua criação, em 2011, o Ciência sem Fronteiras dividiu a opinião de especialistas. O programa era alvo de críticas pela falta de acompanhamento acadêmico aos estudantes e por ter pouco impacto científico, mas também era visto como uma oportunidade de compartilhar conhecimento, contribuir para o repertório científico do País e enriquecer o sistema educacional.

“O Ciência sem Fronteiras é uma faca de dois gumes. Por um lado, o Brasil apareceu pela primeira vez no cenário internacional. Por outro, teve um custo altíssimo, entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões e, até hoje, não se sabe exatamente qual foi o objetivo do programa”, diz o especialista em internacionalização do ensino superior Leandro Tessler, da Unicamp. Para ele, é importante que as universidades tenham algum tipo de oferta de internacionalização na graduação, mas com maior diálogo com os setores de cada uma delas e tentando trazer mais alunos estrangeiros para o Brasil.

O alto custo do programa também foi um dos principais argumentos do Ministério da Educação para encerrá-lo. Quando anunciou seu fim, em julho de 2016, o ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) afirmou que, em 2015, o programa custou R$ 3,7 bilhões, para atender 35 mil bolsistas. De acordo com a pasta, esse mesmo valor foi usado para atender 39 milhões de alunos no programa federal de merenda escolar.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Carlos Roberto Cury, a redução das bolsas ofertadas para alunos de universidades públicas é um desfecho “cruel” da crise econômica no País. “A ciência perdeu a circulação de cérebros, o compartilhamento de conhecimentos e descobertas que havia com os intercâmbios. Porque os alunos da graduação se tornarão os futuros pesquisadores, o prejuízo na formação deles impacta na ciência”, diz. Ele avalia, porém, que um dos problemas do programa foi na seleção dos alunos, que deveria ter ficado sob responsabilidade das universidades.

Bolsas privadas. Bolsas internacionais privadas, como o Santander Universidades, também registraram uma redução neste ano – foram 1.191 internacionais, ante 1.416 no ano passado. Mas o banco promete ampliar a oferta para 1.501 em 2018. “Programas de bolsas passaram por uma reformulação, e adotando um posicionamento focado em 3 pilares: formação, emprego e empreendedorismo”, diz, em nota. O banco apontou ainda que, nos últimos dois anos, concedeu mais de 1.900 bolsas para universidades públicas e, nos últimos cinco anos, 14.743 (incluindo bolsas nacionais).

MEC QUER FOCAR EM ENSINO MÉDIO E PÓS-GRADUAÇÃO

Em nota, o Ministério da Educação informou que irá elaborar um estudo para viabilizar o envio de alunos do ensino médio para estudar no exterior. A pasta afirmou ainda que, em 2016, gastou R$ 1,7 bilhão para regularizar auxílios que estavam atrasados a 19,3 mil bolsistas. Disse também que, agora, o foco do Ciência sem Fronteiras é na pós-graduação.

“Na semana passada, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) divulgou o edital do programa CAPES/PrInt, que terá R$ 300 milhões anuais para apoio a Projetos Institucionais de Internacionalização. No total, serão selecionados até 40 projetos.”

Segundo o MEC, os projetos selecionados receberão recursos para missões de trabalho no exterior, bolsas no Brasil e no exterior e outras ações de custeio aprovadas pela CAPES.

Procurada, a USP não quis se manifestar. A Unicamp culpou o fim do Ciências sem Fronteiras pela queda nas bolsas e a “deterioração das condições econômicas” no País. Disse ainda que tem se empenhado em desenvolver e aprimorar as condições que viabilizem o intercâmbio internacional, adequando processos acadêmicos e facilitando a emissão de documentos em inglês. Já a Unesp informou que os altos custos e o fim do Ciência sem Fronteiras foram os causadores do problema.

SEM RECURSO PÚBLICO, EXPERIÊNCIA FICA RESTRITA A QUEM PODE PAGAR

Sem recursos para custear sua estadia no exterior, a estudante de engenharia civil Sttefany Schiavone, 21, planejava fazer um intercâmbio por meio do Ciências sem Fronteiras quando ingressou na Escola Politécnica (Poli) da USP em 2015. O fim do programa, no entanto, a fez desistir da ideia. “Meus pais não têm condições financeiras de bancar um intercâmbio. Então, ou era o Ciências Sem Fronteiras, ou não tinha outro jeito”, diz. Segundo a estudante, a faculdade até oferece convênio com universidades estrangeiras, mas a maioria exige investimento por parte do próprio aluno.

Esse é o caso de Ariane de Souza, de 20 anos, aluna do terceiro ano de Economia Empresarial, no câmpus da USP de Ribeirão Preto. Neste ano, ela conseguiu uma bolsa de R$ 20 mil para custear parte das despesas de um intercâmbio. A experiência de seis meses na Bélgica, no entanto, só será possível com a ajuda dos pais. “O valor é insuficiente para cobrir todos os gastos com passagem, alimentação, moradia, transporte. Felizmente eu tenho a ajuda dos meus pais e vou conseguir realizar meu sonho, mas muitas pessoas não conseguem ir mesmo com a bolsa”, diz.

Frustração. A estudante de Engenharia de Produção da Universidade federal do Rio Grande do Sul Cristhine Borges, de 25 anos, se preparou por mais um ano e meio para realizar o sonho de estudar fora. Fez aulas de inglês, juntou documentos e prestou os principais exames de proficiência no idioma – TOEFL e IELTS. Mas quando foi tentar, em 2015, o programa havia sido encerrado. “Eu contava muito com isso para o aperfeiçoamento do meu inglês, na profissão e na questão cultural também”, conta.

Para ela, que pretendia ir à Austrália, a falta do intercâmbio vai impactar sua vida profissional. “Afeta muito porque as empresas dão preferência para quem tem vivência no exterior. A gente percebe isso nas entrevistas e nas dinâmicas”, diz. A estudante conta que muito colegas que possuem o estudo fora do país conseguiram bons cargos no mercado.

Prejuízo e frustração são as duas palavras usadas pelo estudante do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Pernambuco , Felipe Veras, de 25 anos, para resumir o impacto causado em sua vida acadêmica pelo fim do programa Ciência sem Fronteiras. “Eu investi tempo, dinheiro e muita energia na busca por uma vaga para conseguir realizar o sonho que era estudar fora do Brasil e trazer de volta uma bagagem que certamente iria ter um peso grande para o resto de minha vida”, lamenta. Além da decepção, Felipe teve que arcar com o pagamento de mais de um ano de curso de inglês e as taxas para a realização do exame de proficiência na língua inglesa, exigida pelo programa. / COLABORARAM IGOR MORAES e MÔNICA BERNARDES/ ESPECIAIS PARA O ESTADO

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Celso Junqueira

21/11/2017 - 16h20

Osmar, fale por si e não pelos outros. Meu sobrinho, classe média baixa, obteve 798 pontos no ENEM e foi aprovado na UNIFEI de Itajubá em 2011. Prestou todas as provas para o CSF, inclusive teve nota alta em inglês, mesmo nunca ter frequentado um curso formal. E esse método TOEFL é de alto nível. Foi para a California, em Pomona estudar engenharia aero-espacial. Tinha que mostrar resultados. Viajou? O lugar mais longe que ele foi é San Diego. Ele não é paneleiro nem ligado a nenhuma igreja, a não ser a católica. Voltou com excelentes notas. Nunca precisamos mandar um real para ele.
Muitos dos que não conseguiram ser aprovados, atacam o programa. Pura inveja.
E aproveitando: vá tomar no cu!!!!

OSMAR SIQUEIRA

20/11/2017 - 19h48

NOTICIA FANTASIOSA…

ATE POR QUE OS PANELEIROS ERA OS BENEFICIADOS PELO CIENCIA SEM FRONTEIRAS…
DIGO ISSO DE CONHECIMENTO PROPRIO…

P IR P FORA ESTUDAR DEVERIA TER INGLES BOM.. FAZER PROVAS E TESTES .. DESEMBOLSAR UMA GRANA EXTRA ETC ETC ETC ETC …
ONDE O POBRE SE ENCAIXA AI ?? ME MOSTRA UM POBRE QUE FOI P O CIENCIA SEM FRONTEIRA.. ( SEM SER OS LIGADOS A IGREJAS )…NAO TEM..

PARENTE MEU FILHA DE MEDICO MILITAR ESTUDOU A VIDA TODA EM COLEGIO CARO ESTUDOU INGLES E CURVA JA NA UNIVERSIDADE FEDERAL..PASSOU P CIENCIA SEM FRONTEIRAS.. FOI P AUSTRALIA.. GANHAVA 50 MIL REAIS POR ANO !!!…
ARRUMOU UM NAMORADO LA ..
E SÓ… VOLTOU E TEVE DEPRESSAO. A TETA SECOU.

Gapp

20/11/2017 - 18h51

Não vão estudar nem aqui no Brasil.
E os formandos sabem o que vão esperar do mercado maldito, desemprego, sem direitos trabalhistas.

Marcus Padilha

20/11/2017 - 15h51

Bem feito. Quem não luta pelas suas conquistas merece perde-las. O mesmo vale para as reformas aprovadas pelo governo bandido do presidente ladrão.

Renato

20/11/2017 - 14h08

Calma pelegada, em 2018 Dona Doida volta e todo mundo vai voltar a estudar no “esterior’! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Elson de Mendonça Ribeiro

    20/11/2017 - 16h33

    Esse Renato é um boçal
    Não foi parido. Foi cagado!!

    JOÃO CARLOS AGDM

    20/11/2017 - 17h46

    Não caro “Renato”
    Teus patrões que te pagam em dólares destruirão este país antes, como já estão começando a fazer por meio do teu colega Temer.

Mar

20/11/2017 - 13h31

E vai destruir o sonho de estudar no território brasileiro também.


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