Subocupação atinge 27 milhões de brasileiros

(Antônio Correia, catador de lixo. Foto: Ingrid Araújo.)

A elite brasileira, a pior do mundo, é também a mais sádica do planeta.

A Globo, representante dessa elite, é a sua cara. Qualquer queda insignificante do desemprego é descrita, pela grande mídia, como “recuperação econômica”, sem importar se os empregos gerados são precários ou subocupação.

A verdade é que o Brasil, em virtude de ser um país pobre, com poucas economias privadas, com poucos programas de ajuda social (ao contrário do que pensa o coxinha que lê o Globo, países desenvolvidos tem muito mais programas de transferência de renda que o Brasil), a população não pode ficar desempregada por muito tempo.

Depois de alguns meses, o brasileiro desempregado começa a fazer, literalmente, qualquer coisa, até mesmo revirar lixo, como já se pode ver nas favelas do Rio de Janeiro. E aí ele não é mais considerado “desocupado”.

Entretanto, quando vemos o percentual de sub-ocupação, e analisamos o tipo de emprego que está sendo criado, a situação permanece dramática.

A única solução dos golpistas é o show midiático, as prisões espetaculares de políticos que não mais são úteis aos establishment.

Isso, somado à uma violenta repressão à qualquer manifestação popular, ajuda a fechar a tampa da panela de pressão.

Por quanto tempo?

A última pesquisa Ibope mostrou que o brasileiro não vai à rua porque pensa que isso “não adianta”.

Ele ainda acredita no processo eleitoral: quase 70%, sobretudo os mais pobres, ainda mantém esperança de que poderão votar em candidatos que melhorem a situação do país.

O que acontecerá, portanto, quando as elites, no gesto final de sadismo, eliminarem da disputa justamente o único candidato que sustenta a esperança da classe trabalhadora, e que já tem 55% dos votos válidos, segundo a última pesquisa Vox Populi?

Me parece evidente que o tapetão contra Lula representará um corte radical na história.

Poderá ser o início de um longo período de guerra civil, e receio que eu não esteja exagerando.

***

No site do IBGE

PNAD Contínua: taxa de subutilização da força de trabalho fica em 23,9% no 3º trimestre/2017
17/11/2017 | Última Atualização: 17/11/2017 09:06:14
Editoria: Estatisticas Sociais

No 3º trimestre de 2017, a taxa composta da subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial) ficou em 23,9%, o que representa 26,8 milhões de pessoas. No 2º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 23,8% e, no 3º trimestre de 2016, 21,2%. As maiores taxas por Unidade da Federação foram observadas na Bahia (40,1%), Piauí (38,5%), e Maranhão (37,0%) e as menores em Santa Catarina (10,9%), Mato Grosso (14,8%) e Rondônia (15,5%).

A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somadas às pessoas desocupadas) foi de 18,5%, equivalente a 19,2 milhões de pessoas. No 2º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 18,6% e, no 3º trimestre de 2016, de 16,5%. No 3º trimestre de 2017, as maiores taxas foram verificadas nas Unidades da Federação: Bahia (30,8%), Piauí (27,7%), Sergipe (25,2%), Maranhão (24,9%) e Pernambuco (24,5%) e as menores em Santa Catarina (8,9%), Mato Grosso (12,0%), Rondônia (12,2%), Mato Grosso do Sul (12,8%), Paraná (13,0%) e Rio Grande do Sul (13,0%).

A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 18,3%, representando 20,5 milhões de pessoas. No 2º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 18,5% e, no 3º trimestre de 2016, de 16,8%. Alagoas (28,7%), Maranhão (28,2%), Bahia (27,9%) e Pernambuco (27,1%) foram os estados com as maiores taxas combinadas de desocupação e força de trabalho potencial. As menores taxas foram observadas em Santa Catarina (8,8%), Rio Grande do Sul (10,9%) e Paraná (12,0%).

A taxa de desocupação no 3º trimestre de 2017 (12,4% no Brasil) apresentou redução de 0,6 ponto percentual em comparação com o 2º trimestre de 2017 (13,0%), e elevação de 0,6 ponto percentual frente ao 3º trimestre de 2016 (11,8%). Ainda no confronto com o 2º trimestre de 2017, houve retração desse indicador em quase todas as Grandes Regiões: Sul (de 8,4% para 7,9%) e Centro-Oeste (de 10,6% para 9,7%). A Região Nordeste (14,8%), apesar da queda na comparação trimestral, permaneceu registrando a maior taxa de desocupação entre todas as regiões. Na comparação anual, a taxa ficou estável nas Regiões Sul e Centro-Oeste.

O rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas estimado no Brasil (R$ 2.115) apresentou estabilidade frente tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.108) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.065).

Na comparação entre as Grandes Regiões, do 2º trimestre de 2017 para o 3º trimestre de 2017, foi observada estabilidade estatística do rendimento médio em todas as regiões. Em relação ao 3º trimestre de 2016, as Regiões Norte (R$ 1.640) e Nordeste (R$ 1.439) tiveram expansão do rendimento, enquanto as demais permaneceram estáveis.

A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 188,1 bilhões para o país como um todo) registrando crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior. A Região Sudeste registrou R$ 97.234 milhões no 3º trimestre de 2017. Na comparação com o 2º trimestre de 2017, apenas a Região Sul teve crescimento estatisticamente significativo da massa de rendimento. Em relação ao 3º trimestre do ano anterior, as Regiões Norte, Sul e Centro-Oeste registraram crescimento estatisticamente significativo da massa de rendimento.

A publicação completa da PNAD Contínua, com os dados divulgados hoje e os quadros sintéticos por Unidade da Federação, está disponível aqui. Os principais resultados para o Brasil como um todo já haviam sido divulgados no dia 31/10/2017.

Na atual divulgação, estão disponíveis os indicadores de subutilização da força de trabalho para o 3º trimestre de 2017, além de todas as informações segundo os recortes regionais e detalhamentos dos principais indicadores do mercado de trabalho por sexo, idade e nível de instrução.

Nordeste, Sul e Centro-Oeste têm queda na taxa de desocupação em relação ao 2º trimestre de 2017

No 3º trimestre de 2017, a taxa de desocupação, no Brasil, foi estimada em 12,4%. Esta estimativa apresentou queda de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior do mesmo ano (13,0%). Quando comparada com o 3º trimestre de 2016 (11,8%), a taxa aumentou 0,6 p.p.

No enfoque regional, foram verificadas diferenças de patamares relativos à taxa de desocupação ao longo de todos os trimestres analisados. A Região Nordeste permaneceu apresentando as maiores taxas de desocupação ao longo de toda série, tendo registrado, no 3º trimestre de 2017, uma taxa de 14,8%; enquanto a Região Sul teve a menor, 9,7%.

Com exceção das Regiões Norte e Sudeste, que apresentavam estabilidade estatística desse indicador frente ao 2º trimestre de 2017, o Nordeste (14,8%), o Sul (7,9%) e o Centro-Oeste (9,7%) tiveram queda na taxa de desocupação. Na comparação anual, Norte, Nordeste e Sudeste tiveram aumento da taxa de desocupação.

Contingente de pretos e pardos aumenta na população desocupada entre 2012 e 2017

O contingente dos desocupados no Brasil no 3º trimestre de 2017 era de 13,0 milhões de pessoas, com participação dos pardos de 52,6%; a dos brancos ficou em 35,6% e dos pretos subiu para 11,1%. No 3º trimestre de 2012, os pardos representavam 51,9% dessa população; seguido dos brancos, 38,3% e dos pretos 9,3%.

Norte e Nordeste têm maiores percentuais de população ocupada nos níveis de instrução mais baixos

No 3º trimestre de 2017, a pesquisa mostrou que, no Brasil, da população ocupada, 27,4% não tinham concluído o ensino fundamental, 57,3% tinham concluído pelo menos o ensino médio e 18,9% tinham concluído o nível superior.

Regionalmente, a análise destacou um quadro diferenciado. Nas Regiões Norte (34,7%) e Nordeste (35,7%), o percentual de pessoas nos níveis de instrução mais baixos (não tinham concluído o ensino fundamental) era superior ao observado nas demais regiões. Nas Regiões Sudeste (62,8%) e Centro-Oeste (56,4%) o percentual das pessoas em idade de trabalhar que tinham completado pelo menos o ensino médio era superior ao das demais regiões. A Região Sudeste (21,9%) foi a que apresentou o maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto a Região Norte teve o menor (14,1%).

Nordeste tem o menor nível de ocupação

O nível da ocupação no Brasil, no 3º trimestre de 2017, foi estimado em 54,1%. Este indicador permaneceu estável comparação com igual trimestre de 2016.

No cenário regional, foram verificadas diferenças de patamar no nível da ocupação. As Regiões Sul (59,4%) e Centro-Oeste (59,3%) foram as que apresentaram os maiores percentuais de pessoas trabalhando entre aquelas em idade de trabalhar. A Região Nordeste apresentou o menor nível da ocupação (46,6%).

O nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 64,1% e o das mulheres, em 45,0%. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco Grandes Regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (23,4 pontos percentuais), e Sudeste, com a menor diferença (18,0 pontos percentuais).

Nordestinos, mulheres e pardos são maioria fora da força de trabalho

No Brasil, no 3º trimestre de 2017, 38,2% das pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de trabalho (64,5 milhões), ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência da pesquisa.

A Região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 45,3%. As Regiões Sudeste (35,1%), Sul (35,5%) e Centro-Oeste (34,3%) tiveram os menores percentuais. Importante destacar que esta configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica disponível.

A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres. No 3º trimestre de 2017, elas representavam 65,1%, mantendo a tendência da série histórica disponível.

No 3º trimestre de 2017, os pardos eram maioria na população fora da força (48,0%), seguidos pelos brancos (43,2%) e pelos pretos (7,9%). Frente a 2012, foi observada a tendência de queda da proporção de pessoas declaradas brancas, e aumento das pretas e pardas.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.