Por Denise Assis, colunista do Cafezinho
O ano de 2018 se avizinha. Virou uma espécie de número cabalístico. Todos só o têm em mente, como se fosse uma panaceia para múltiplos males. O “tudo” o que nos aconteceu de ruim, desde aquele fatídico 31 de agosto de 2016, nos colocou em estado de perplexidade. Eu diria mesmo, de um “imobilismo”.
Assim, assistimos os ventos mudarem e, como “birutas”, o seguimos. A indignação parece ter cegado os que deveriam se organizar, ao mesmo tempo em que emudeceu o exército de equivocados, que se debateram nas redes sociais em defesa daquele mineirinho que, desde os primeiros minutos da vitória da presidenta Dilma, insuflou o golpe, “só por molecagem”. E, só por molecagem, roubou o futuro dos trabalhadores. E, só por molecagem, roubou também o futuro do país, pois que sem as empresas estratégicas retornamos à condição de Brasil colônia, exportador de milho e minério.
Para os que, à esquerda e à direita, mal engolem o momento, atravessado que está Michel na garganta da população (vamos combinar que 3% de apoio com margem de erro, acabam em 0%, para mais ou para muito menos), vislumbrar 2018 tem um peso a mais. É bom que se preste atenção ao atual Congresso.
Enquanto de A a Z reclamamos da pouca ou nenhuma qualidade da maioria dos parlamentares, deveríamos nos dar conta de que, cada um que depositou o seu voto na urna tem a sua parcela de responsabilidade no conjunto daquela obra. Venais ou não, eles foram votados. E é aí que mora o perigo. Ou a saída.
Enquanto houver eleições e pudermos dar o nosso “pitaco”, é fundamental que a população perceba que se lá estão, foram colocados por uma sociedade que votou no vizinho, no priminho, no indicado por aquele político rançoso a quem nunca pedimos conta dos seus atos e suas posições quanto aos assuntos que nos interessam.
Um Congresso alinhado com o Executivo, e com as pautas de interesse dos trabalhadores e do bem estar geral pode e deve ser construído por nós nas urnas. É preciso criar a consciência de que o futuro presidente ter maioria no Congresso evita esta verdadeira “feira de votos para pautas contra o povo”, que se estabeleceu nesse (des)governo. Não adianta dizer que não se interessa por política, que vai anular o voto nas próximas eleições. Você pode não se interessar em votar, mas o que for decidido lá, naquela casa, vai dizer respeito diretamente a você. Ou entendemos isto de uma vez por todas, ou vamos continuar a sermos solapados em nossas conquistas e nos nossos interesses. Dar as costas para as urnas, como se vêm pregando por aí, é dar as costas para o nosso futuro.