Morte di Giulio Cesare (quadro de Vincenzo Camuccini, 1798)
Por Denise Assis
Ao ver o seu partido derreter e ser indelevelmente grudado à imagem de um governo ilegítimo – não do ponto de vista do PSDB, claro –, e que tem apenas 3% de aprovação, FHC tenta apressar o desembarque dos que estão sentadinhos em cadeiras ministeriais no Planalto, com olhos postos em 2018.
Ainda assim, o faz com a ressalva de que o partido deixa os cargos, mas não dá as costas ao empresariado e ao mercado financeiro. Irá apoiar, como, aliás, sempre fez as reformas tão sofregamente aguardadas pelos dois segmentos, sempre à espera por mais lucros.
Na saída, que tenta coordenar para que aconteça sem solavancos, bem poderia dizer aos seus correligionários a célebre frase do político José Gomes Pinheiro Machado, que em janeiro de 1915, enfrentou o clamor das ruas da capital federal.
Quando se viu cercado pela multidão de irritados adeptos de Nilo Peçanha, a quem quase conseguiu barrar em eleição para a “presidência” do Rio de Janeiro – era este o nome do cargo na época, ordenou ao seu cocheiro, que o questionou: “como vamos sair daqui?”
Pinheiro Machado então ordenou: “Não tão depressa que pareça medo, nem tão devagar que pareça afronta”.
Pinheiro Machado acabou assassinado em 8 de setembro de 1915, com um punhal, pelas costas, por Manço de Paiva, filho de um casal português abastado, e conhecido no meio político da época.
No sentido figurado, nesta hora de salve-se quem puder, não é o que FHC faz com Michel?