(crédito Imagem: Central periódicos)
Em mais um esforço de moldar o mundo ao seu comando, os Estados Unidos estão cada vez mais unindo forças, contra si mesmo! Washington, que inicialmente criou a ideia de sanções econômicas como ferramentas pontuais, se acostumou com estas tratativas que se tornaram regra contra nações independentes de suas determinações.
Neste 1 de novembro, Rússia e Irã em encontro dos seus líderes defenderam de forma conjunta ¨descartar o dólar de todas operações comerciais bilaterais como forma de afrontar as sanções estadunidenses.¨
O aiatolá Seyyed Ali Hossayan Khâmenei em Teerã, com presidente russo Vladimir Putin declarou que: ¨Sim , não fazemos caso a propaganda nebulosa do inimigo que visa debilitar os laços entre os dois países, podemos deixar sem efeito as sanções dos EUA, isolando este país e seus métodos com eliminação do dólar promovendo substituição por divisas nacionais para o comércio bilateral e multilateral.¨
Al Hossayani ainda inseriu a questão bélica com a econômica: ¨É inegável o fracasso da coalizão dos EUA que patrocina o terrorismo na Síria. Ainda que se mantenham fazendo complôs difamatórios, gerando desordem, afrontaremos eles com raciocínio e métodos adequados, como a manutenção da cooperação entre Irã e Rússia.¨
Putin em sintonia com o aiatolá, reafirmou o apoio junto a oportunidade de desenvolver a economia e transporte de forma conjunta, criticando veementemente os americanos do norte:¨ Estados Unidos querem interferir em todos assuntos do mundo e da região, se considerar necessário até ignorando interesses dos seus aliados(…) somos capazes de solucionar questões regionais sem sentir necessidade de países extrarregionais, ademais não concordamos com sua tentativa de mudar o acordo do programa nuclear iraniano de forma unilateral.¨
Não obstante todas tentativas de isolar seus adversário, seja na seara econômica ou bélica, o resultado na prática é de uma união destes grupos de nações que se amplia por não aceitar uma geopolítica unilateral proferida pelos Estados Unidos.
Reverberando esta tendência , o primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev oficializou numa conferência de imprensa conjunta com seu homólogo chinês Li Keqiang em Pequim, estar desenvolvendo o seu sistema de pagamento chamado ¨Karta Mir¨ ou Carta da Paz com base no chinês ¨Union Pay¨. ¨Os dois sistemas vão ser vinculados e o mundo não deve ter uma moeda preponderante¨, sentenciou Medvedev.
Segundo a análise do russo, ¨isso permite boas oportunidade e assim evitar problemas que surjam ao usar o sistema estadunidense como Visa ou Mastercard¨. Estas operadoras deixaram de prestar serviço a clientes de um banco russo que Washington impusera sanções em 2014 com a crise da Crimeia.¨Creio que quanto mais instrumentos financeiros existam no mundo moderno, mais estável será o sistema financeiro¨,finalizou o primeiro-ministro.
Segundo o governo russo já existe quase 70 países sofrendo sanções diretas ou indiretas dos Estados Unidos. Indubitavelmente o poder original estadunidense ainda é superior, mas as recorrentes ações de bloqueio contra adversários remete a uma análise que tal paradigma se encaminha para isolá-lo, mesmo que parcialmente.
Autor:
Tulio Ribeiro é graduado em Ciências Econômicas(UFBA), pós-graduado em História Contemporânea(IUPERJ), mestre em História Social(USS) e doutorando em ¨Ciencias para Desarrollo Estratégico¨(UBV-Caracas).
Escreveu: A política de Estado sobre os recursos do petróleo, o caso venezuelano.São Paulo: Editora Pillares,2016.