Primeiramente, uma propaganda do meu Curso de Blogosfera Política. Inscrevam-se!
O Conselho Nacional de Justiça, provocado pelo corregedor João Otávio Noronha, acaba de inaugurar uma lei da mordaça contra juízes progressistas e de esquerda.
Trata-se de um esforço bem previsível do golpismo. Na mesma linha da “escola sem partido”. Ao mesmo tempo em que fica mais claro, para a maior parte da população, que o impeachment foi um golpe sórdido das elites contra os pobres, o judiciário, cúmplice criminoso desse processo, quer intimidar todos os seus membros que ainda defendem valores genuinamente democráticos.
No mesmo dia em que o juiz Sergio Moro está no Fórum do Estadão, em evento coordenado pelo Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP), um think tank profundamente conservador, de um liberalismo ortodoxo, dirigido apenas por economistas de direita, tucanos e/ou oriundos da ditadura (como Affonso Celso Pastore), o CNJ aprovou a abertura de procedimento administrativo contra juízes do Rio de Janeiro que se posicionaram publicamente, em manifestação popular, contra o processo de impeachment, que eles criticaram duramente como um golpe e que previram, profeticamente, que significava ataque aos direitos políticos de todos os brasileiros.
Sergio Moro, no evento do Estadão, defendeu a prisão cautelar como forma de “evitar a corrupção”.
É um gênio.
A prisão cautelar é o principal instrumento do arbítrio, porque é a prisão que se dá antes que o réu tenha a chance de se defender, antes que tenha a oportunidade de oferecer ao Estado e à sociedade a sua própria versão dos fatos.
Na edição de hoje do Cafezinho no Almoço, eu discorro sobre esse fatos. E falo também sobre a quarta parte da série “Quem ganhou com o golpe?”.