(FOTO: EFE)
Nas manchetes e reportagens publicadas hoje com base nos números do Datafolha divulgados desde ontem, a “condenação” de Lula por Sergio Moro, os “escândalos”, são repetidos ad nauseam. Em algumas matérias, repete-se três vezes, no mesmo texto, que o ex-presidente é alvo da Lava Jato.
Na Folha, a manchete é “Voto em Lula resiste a escândalos e condenação”.
Entretanto, a meu ver, o mais correto seria manter apenas as primeiras palavras: Voto em Lula resiste.
A mídia está estupefata com a resiliência de Lula e não apresenta uma explicação ao eleitor: então apenas repete, qual papagaio, aquilo que tudo mundo já sabe sobre a “condenação”.
O que a Folha não fala é que, jamais, uma “condenação” judicial foi tão contestada no meio jurídico e na opinião pública.
O voto em Lula não resiste exatamente a uma “condenação” e sim a uma farsa.
A Lava Jato não é a “maior luta contra a corrupção” da história do Brasil, e sim a maior farsa judicial da história do Brasil, conseguindo superar, em magnitude, a farsa anterior, o mensalão.
Lula cresce, tanto na espontânea, onde ele ganhou 3 pontos, saindo de 15% para 18%, quanto na estimulada, na qual atingiu 35%, cinco pontos à frente da pesquisa anterior.
Aliás, vale registrar a estratégia meio infantil da Folha de ter dado destaque à pesquisa no sábado, quando o público é menor, e tentar omiti-la em seu portal durante o domingo.
João Doria, depois de tantos passeios pelo Brasil, perdeu dois pontos. O tucano tinha 10 pontos em junho e caiu para 8 pontos agora.
Bolsonaro ficou estagnado em 16% e 17%, a depender do cenário, oscilando mais ou menos um ponto positivamente sobre a pesquisa anterior.
A rejeição de Lula caiu quatro pontos, enquanto a de Bolsonaro subiu 3 pontos.
A pesquisa Datafolha foi feita nos dias 27 e 28 de setembro, ou seja, depois de todos os últimos factoides midiático-judiciais contra Lula.
Uma conclusão rápida que podemos fazer é que uma parte importante do eleitorado já detectou o jogo sujo das conspirações midiático-judiciais: quanto mais estas inventam mentiras e forjam delações contra Lula, mais o eleitorado se rebela contra a tentativa de manipular sua consciência, e fica ainda mais determinado a votar em Lula.
Quanto às análises em cenários sem Lula, são inteiramente irreais. O eleitor não vai se posicionar num cenário sem Lula porque Lula aí está.
É evidente que um candidato apoiado por Lula, seja qual for, herdará a maioria de seus votos, dado o caráter personalizado do voto lulista.