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Robson Sávio: “Golpe Militar: Lembrar, Resistir e Lutar”

Da Redação do Cafezinho O Colunista do Cafezinho, Cientista Social Robson Sávio, faz um importante questionamento sobre a credibilidade das Forças Armadas para a aventura de um “novo golpe”. Texto publicado originalmente no blog do autor através deste link: http://robsonsavio.blogspot.se/2017/09/golpe-militar-lembrar-resistir-e-lutar.html?m=1 O mesmo general que conspira agora, com o velhaco discurso anticorrupção (direcionado ao atual des-governo), […]

8 comentários
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Da Redação do Cafezinho

O Colunista do Cafezinho, Cientista Social Robson Sávio, faz um importante questionamento sobre a credibilidade das Forças Armadas para a aventura de um “novo golpe”.

Texto publicado originalmente no blog do autor através deste link: http://robsonsavio.blogspot.se/2017/09/golpe-militar-lembrar-resistir-e-lutar.html?m=1

O mesmo general que conspira agora, com o velhaco discurso anticorrupção (direcionado ao atual des-governo), outrora fez o mesmo, atacando a então presidenta Dilma Rousseff. A época, ao ser questionado sobre o impeachment disse: “a mera substituição da presidente da República não trará mudança significativa no ‘status quo'”. E que “a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”. Ou seja, o general tem um DNA golpista.

Como todos sabem, depois da pregação do golpe pelo general Mourão, numa loja maçônica de Brasília, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas (um líder moderado dentro do Exército), não o desautorizou. Ao contrário, admitiu, em entrevista a Pedro Bial, a possibilidade de uma “intervenção” militar.

Segundo Villas Boas, a Constituição Federal de 1988 garante “que o Exército se destina à defesa da pátria e das instituições. Essa defesa poderá ocorrer por iniciativa de um dos poderes, ou na iminência de um caos. As Forças Armadas têm mandato para fazer”, completou.

Mas, afinal, o que é um caos? Quem define o que é caos?

Como escreveu Safatle, “ao que parece, caos seria a situação atual de corrupção generalizada. Só que alguém poderia explicar à população de qual delírio saiu a crença de que as Forças Armadas brasileiras têm alguma moral para prometer redenção moral do país? Que se saiba, quando seus pares tomaram de assalto o Palácio do Planalto, cresceram à sua sombra grandezas morais do quilate de José Sarney, Paulo Maluf, Antonio Carlos Magalhães: todos pilares da ditadura. Enquanto eles estavam a atirar e censurar descontentes, o Brasil foi assolado por casos de corrupção como Capemi, Coroa Brastel, Brasilinvest, Paulipetro, grupo Delfin, projeto Jari, entre vários outros. Isso mesmo em um ambiente marcado pela censura e pela violência arbitrária.”

É importante destacar e lembrar que o empreendimento que resultou na ditadura militar só foi possível pela aliança visceral entre as Forças Armadas e poderosos segmentos das elites antidemocráticas e autoritárias desse país (os coronéis do latifúndio; o empresariado de mentalidade escravista; o setor financeiro corruptor; as lideranças religiosas ultraconservadoras e a mídia antidemocrática). São esses mesmos segmentos que, hoje, desejam os tanques nas ruas.

Mas, como é notório, vivemos num caos político e num regime de exceção, travestido de normalidade democrática, depois do golpe de 2016 que levou ao poder um governo de larápios, corruptos e que liquida, desavergonhadamente, o patrimônio nacional.

Ademais, há um caos institucional, dado que, também, o Congresso, totalmente desacreditado, processa profundas reformas constitucionais, sem atribuição para tal. O Judiciário, cambiante, se tornou, por ações, conivências e omissões, parte constitutiva do golpe. E a população tem reprovado, veementemente, os três poderes. Isso é ou não é um caos?

Para alguns segmentos sociais de elite, pode-se fazer impeachment sem crime de responsabilidade e, da mesma forma, uma intervenção militar é plausível e desejável. Por isso, não adianta o Xico Sá dizer que“não entendo essa nostalgia masoquista sob a máscara verde e amarela do patriotismo”. Essa máscara está sendo usada, há muito tempo, por segmentos ultraconservadores da sociedade. É óbvio.

Some-se, a isso, o fato da total capitulação dos três poderes à “nova” direita que articulou o golpe e passou a pautar a opinião pública, em parceria com a mídia-empresarial, impondo uma agenda elitista, antidemocrática e antinacional.

Como se não bastassem tantas desventuras dessa república das bananeiras, pesquisas como a do Latinobarômetro, de 2015, já demonstravam que o Brasil só perde para o México no quesito “satisfação com o funcionamento da democracia”. Ou seja, o brasileiro, em geral, tem um altíssimo desgosto com a democracia. (Apenas 21% dos brasileiros afirmaram que estão satisfeitos com a democracia). Quer algo mais excitante para os desvarios de golpistas de todas as cores e fardas?

Por outro lado, é demasiadamente arriscada a ideia de uma intervenção “saneadora” dos militares. Até mesmo respeitados analistas políticos, como Moniz Bandeira (que tem defendido essa posição, como o argumento segundo o qual “é necessário impedir o desmonte do Estados nacional [e isso] terá de ser pela força”) reconhece: “todos sabem como começa, mas não quando termina.”

O fato é que a rebelião explícita de generais “tramada nas barbas de um presidente desmoralizado” (Wadih Damous) é resultado dos custos sociais e políticos de um golpe.

Ou seja, depois que a Constituição é rasgada uma vez, nada mais segura a (i)legalidade.

Porém, não custa nada lembrar: saídas autoritárias, propostas por outsiders da política, só aprofundam o caos, a violência estrutural e sem controle e o arbítrio.

Como escreveu Safatle, aqueles que não se subjugam ao despotismo; que não estão dispostos a abrir mão do pouco de liberdade que ainda nos resta, que não aceitam salvadores da pátria no comando da nação devem exercer seu direito de resistência à todas as formas de tirania.

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Wellington Calasans

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Comentários

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José Nogueira

30/09/2017 - 18h44

Gostaria de entender algumas coisas. Como o exército reage à prisão arbitrária do Almirante Othon? Pela importância estratégica e pelo caráter sigiloso das descobertas deste cientista, por quê ele não é julgado pela Justiça Militar, mas por um juiz de primeira instância? Qual é a posição do General Mourão com relação ao Almirante Othon? Existe alguma parte dos militares favorável ao Almirante? Qual é a composição de forças que permite a um juiz de primeira instância subjugar o exército?

Jogo na cara!!!

24/09/2017 - 11h03

Blog de Comunista é assim só dá pra vê que vocês estão com o cu!!!!! Trancado!!!!

Todo poder emana do povo!!!

E a mentira que vocês contaram nas escolas de que houve ditadura militar.
Todo governo é corrupto!!!
O fato é que pelo menos no regime militar o Brasil cresceu, e não tinha os piores índices educacional do planeta.
Então foda-se comunistas!!!! Todos vocês merecem viver trancados!!!

Foda-se o comunistas!!! Morte!!! Pra vocês!!!
Peguem sussa ideia de merda e enfiem no seus cús e vão embora pra Cuba!!! Vão embora pra Cuba!!! Bando de comuna!!!

    Miguel do Rosário

    24/09/2017 - 11h12

    ahaahaha, fascistazinho de merda. a ditadura militar foi o regime mais corrupto já vivido pelo Brasil. O Brasil cresceu às custas da miséria absoluta da população. Milhões e milhões morreram de fome.

    Vá lamber um rabo de rinoceronte com diarréia.

    Luiz Pereira

    25/09/2017 - 19h24

    Posso ser de esquerda, mas admito que tem pessoas sérias, sóbrias, moderadas e razoáveis no campo da direita, o problema é que esses malucos de plantão só queimam o filme deles. Essa direita de hospício só serve para expor a direita ao ridículo.

Fabio

24/09/2017 - 07h56

Colunista ou comunista? O mundo vai ficar pequeno pra vcs demônios, em nome de Jesus.

    Miguel do Rosário

    24/09/2017 - 10h01

    Jesus era comunista. O maior de todos.

    Eloiza

    24/09/2017 - 15h19

    Parabéns Miguel . Tem gente que se faz de idiota , ao falar tamanha asneira no se refere a ditadura militar como algo benéfico p sociedade, ou é raso mesmo.

Hildermes José Medeiros

23/09/2017 - 21h47

É exatamente isso, com todas as letras. Em nota do Ministério Público, fica claro a ânsia, o açodamento dos militares para encontrarem uma solução para o golpe de estado trasvestido de impeachment contra a Comandante das Forças Armadas, Dilma Rousseff, com bases legais não perfeitamente definidas, que apoiaram na surdina, em 2016. O Ministério Público afirma em nota que os militares não têm o mínimo respaldo legal para agir de moto próprio, por isso são ridículos, descabidos esses pronunciamentos. Esses gruindos dos generais do Alto Comando do Exército, quanto à possibilidade de eles estarem avaliando a evolução dos acontecimentos para decidirem o que fazer, dadas (não foi dito, mas só pode ser) suas expectativas de evolução do golpe que os comandantes apoiaram, que levou o poder político migrar para acusados com provas robustas de corrupção e entreguistas, sob chefia do traíra, Michel Temer, que os interesses dos civis (Justiça e órgãos correlatos e o Parlamento com o governo espúrio) está nitidamente postergando, enquanto tentam fazer uma limpeza dos opositores banidos do Governo, principalmente Lula. De mais a mais, desde quando, mesmo antes dessa legislação em vigor com base na Constituição de 1988, alguma vez as Forças Armadas decidiram por um movimento golpista, a não ser participando, servindo os interesses econômicos do grande capital e em favor idos EUA, num comportamento como se fossem tropas de ocupação daquele país no Brasil? Tudo é de um ridículo incomensurável. Os poderes golpistas de fato sempre recorrem às Forças Armadas para fazer o papel sujo de prender e arrebentar as oposições, enquanto as ações do golpe se processam. O Brasil já está bem grandinho (digo, do ponto de vista econômico) para meia dúzia de militares, ou o que seja, ficarem rosnando para assustar o povo e os poderes constituídos, que a mídia aliada e também golpista amplifica, e fica dias a fio no noticiário, até mesmo sendo um poder espúrio que ameaçam, como se nada tivessem com o dito cujo. Quem pode, pode. Quem decide é o poder de fato, E o melhor e correto, com a participação de candidatos da oposição., sem o que é o golpe cumprir seus objetivos de afastar a oposição, mas precisamente, Lula, Dilma e o PT, de quem vinham perdendo no voto por doze anos, tendo sido derrotados em oito pleitos. Chegaram ao poder, antes inviabilizando economicamente no Congresso e na Justiça o Governo Dilma, através de um impeachment no mínimo controvertido.


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