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Ou ficar a pátria livre…

Por Denise Assis * Estamos em um tempo em que falar em civismo soa distante, brega e careta. Mas a data do 7 de setembro, vivida nas condições que estamos vivendo, nos leva a pensar que tipo de sentimento temos por este torrão, já cobiçado pelos holandeses, pelos franceses, e dominado pelos portugueses. Acuados, impotentes, […]

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Por Denise Assis *

Estamos em um tempo em que falar em civismo soa distante, brega e careta. Mas a data do 7 de setembro, vivida nas condições que estamos vivendo, nos leva a pensar que tipo de sentimento temos por este torrão, já cobiçado pelos holandeses, pelos franceses, e dominado pelos portugueses.

Acuados, impotentes, perplexos, vamos de escândalo em escândalo nos distanciando a cada dia da letra composta por Evaristo de Moraes, com música de nada menos que o próprio monarca, D. Pedro I, a do Hino da Independência. Pouco importa se parece piegas lembrar agora, o hino com o refrão desafiador: “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.

Neste momento, é oportuno refletir sobre este sentimento, o de amor à pátria, que levou tantos à morte, nos mais variados períodos, e que hoje (não que estejamos recrutando exército de voluntários para uma luta fratricida), não nos mobiliza, não nos move. Apesar de a letra do hino descrever que “vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil”, falta argamassa para fazer a liga desta muralha que nos defenderia de tantos desmandos, tanto despudor, tanta vulgaridade.

Significativo que os acontecimentos dantescos, a voz do empresário tosco, que se coloca acima do bem e do mal, mas que ainda assim, ganhou voto de confiança por ter descortinado em sua “delação” as “ímpias falanges” dos golpistas, (e deles próprios), que com suas faces hostis sugam o país às escâncaras, ocorram às vésperas do aniversário da independência. Quem sabe a coincidência nos leve a refletir até quando vamos deixar que eles estiquem a corda.

Ao pensar que há 195 anos viramos uma nação, de fato, desligada da coroa portuguesa e que durante todo o tempo percorrido, nunca tivemos, de fato, a tal independência contida no brado de D. Pedro I, é desanimador. O letrista nos chama de “brava gente brasileira”, e ressalta o nosso “garbo varonil”. Estivesse ele presente aos atuais acontecimentos e constataria que seu júbilo por ver o despertar da nação que na sua descrição resplandecia, hoje jaz um país garroteado, onde a “história” se faz nos porões, com vozes abafadas por gravadores escondidos nos bolsos dos paletós. E, ainda, que “os grilhões que nos forjavam/ da perfídia astuto ardil…” ficou à mercê de “mão mais poderosa” e, diga-se de passagem, inescrupulosa. Enquanto no passado zombamos dos que nos subjugaram, hoje nos quedamos de joelhos, sem reação. Quando teremos pátria livre?

* Jornalista e colunista de O Cafezinho

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Denise Assis

Denise Assis é jornalista e autora dos livros: "Propaganda e cinema a Serviço do Golpe" e "Imaculada". É colunista do blog O Cafezinho desde 2015.

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Ana Maria

08/09/2017 - 15h01

Conversando com um diplomata estrangeiro esta semana ele riu-se do que chama nossa inocência. Só nós (brasileiros desolados com o descarrilhamento nacional) achamos que o golpe, a Lava Jato, a demonização da política e a caçada a Lula são tramas conduzidas apenas por gente do Brasil, como Moro, Janot, Temer, parte do Judiciário, mídia, Polícia Federal etc. Enquanto o filme passa, as transnacionais avançam sobre o petróleo, o pré-sal, o sistema elétrico, o subsolo e a Amazônia. O mesmo filme, diz ele, que está em cartaz em outros países da América Latina, inclusive no Equador, onde o sucessor de Rafael Corrêa, tal como Pallocci, passou-se para o outro lado. Talvez tenha razão, talvez seja paranoico, mas a precisão do roteiro e a impotência geral diante de seu avanço são impressionantes. (Tereza Cruvinel, Brasil247)

Kyryno Euzebio

08/09/2017 - 04h21

Pra pátria ficar livre só mesmo escorraçando os golpistas.

Josê Drumond Saraiva

07/09/2017 - 18h12

Mais um excelente e oportuno texto da jornalista Denise Assis. Ainda teremos que lutar muito por nossa independencia. Aliás, nossa soberania está sendo jogada no lixo por esta governo golpista. Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil!!!

Nilson Lage

07/09/2017 - 17h58

A letra do hino é de Evaristo da Veiga, não de Evaristo de Morais. Coriija o engano.

Bob

07/09/2017 - 11h52

Hoje no desfile coincidentemente quando chegou nessa parte do hino não me contive e chorei, um choro de impotência, de covardia, de desalento por ver o nosso querido Brasil nas mãos da pior quadrilha que já conduziu os destinos do Brasil. Nem na época dos militares ou mesmo do famigerado fhc os níveis de banditismo, subserviência, fisiologismo, entreguismo e falta de vergonha chegaram a patamares tão escandalosos como hoje presenciamos. Não quero acreditar que todo um povo continuará assistindo extático aos desmandos dessa malta de celerados e não fará nada.

Nelson Marisco

07/09/2017 - 14h31

E o Andes e o Proifes fazendo cara de paisagem! Inacreditável sabia!

Heliane Ferreira

07/09/2017 - 13h15

Com a delação “voluntária ” do “não estava presente” do pisca-pisca do Sr.Palocci ,às vésperas do lançamento do filme da lavajato “justiça para todos” da republiqueta de Curitiba, mais uma coincidência ou um jogo excuso de marqueteiro (q não sabemos para onde vai o dinheiro do filme se nao sabemos quem o patrocinou)? NÃO restou nenhuma dúvida da inquisição do juiz e que o “estupro a democracia “veio de toga tbm. São coincidências demais, não há limites para se tentar deter a campanha. O fio tênue da moral, ética e honestidade há muito foi transposto vale a pena conferir no “time line” dos acontecimentos. Bastou ter um escândalo da casa grande (dos protegidos) q já requentam ou lançam nova matéria a fim de “cobrir” os fatos. Está insustentável é de dar nojo e revolta. Não sei quem é mais bandido e mocinho nesta história. Aliás nunca houve.

    Jota C Souza

    07/09/2017 - 13h32

    COMO VOCÊ CONSEGUE SER TÃO IDIOTA ? FAZ MUITA FORÇA OU É ASSIM MESMO .

      Nina

      07/09/2017 - 16h07

      Jota, como o senhor consegue ser tão patético!

    Ricardo

    07/09/2017 - 12h32

    Pelo visto, vc ainda acredita na inocência do Lula! Nossa! Haja credulidade!!! Coitada!
    Em tempo: avise à autora do post para revisar o texto antes de publicar! Muitos erros de linguagem! E de contas. Somos uma nação há 295 anos?

      Nina

      07/09/2017 - 16h02

      Ricardo, o senhor ainda acredita nos golpistas e no PIG? É por isso que esse país não vai para frente. É uma nação de decelebrados.

        Ricardo

        07/09/2017 - 16h19

        Não acredito em quem seja corrupto. Seja de que partido for. Temer e Lula têm um ponto em comum. Ambos não têm caráter!

    Jocimar Lomba Albanez

    08/09/2017 - 03h34

    Jota C Souza E você? E teu cu?

Robson Segovia Chrysostomo

07/09/2017 - 13h09

Ja teve gente de coragem, agora so acovardados.


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