Hoje saíram duas notícias interessantes sobre a refinaria de Pasadena, que eu gostaria de comentar. Uma delas é essa abaixo.
Matéria ridícula, mentirosa, porque não contextualiza. Aquela área em torno do canal de Houston concentra as maiores refinarias de petróleo dos Estados Unidos. Todas, evidentemente, foram afetadas pelo tal furacão. Aliás, todo ano tem furacão por ali e todo ano elas fecham nos dias do furacão, por medida de segurança.
Se o repórter desse um Google, verá que a notícia está em inúmeros sites. Clique nas imagens para ir nas notícias.
Segundo notícia publicada na Fortune, a produção norte-americana de derivados de petróleo teria caído em mais de 10% por causa do Harvey, e a Globo fala que “Pasadena é fechada por tempestade”…
Que porcaria de jornalismo é esse?
No Independent, a notícia é de que o preço dos derivados subiu nos EUA justamente por causa do furacão que atingiu o Texas, estado com o maior número de refinarias do país.
Neste site, há um mapa de satélite com a geolocalização de todas as refinarias nos EUA. Você verá rapidamente que Pasadena é cercada de outras refinarias.
Algumas refinarias que rodeiam Pasadena:
Marathon – Galveston Bay – Capacity: 400,780 b/d
Phillips 66 – Sweeny – Capacity: 247,000 b/d
Exxon Mobil Corporation – Baytown – Capacity: 560,500 b/d
Aí você vai ler a matéria e ela informa que Pasadena tem produção diária de 112 mil barris diários.
Ora! Pasadena não era uma “sucata” inútil?
Durante o escândalo de Pasadena, a imprensa nunca publicou nada sobre produção ou faturamento da refinaria. A própria Petrobrás, presidida por uma Graça Foster catatônica, também não reagiu.
Por fim, olha que curioso que aconteceu após a Lava Jato. Produção brasileira de derivados começou a cair brutalmente, enquanto a americana começou a aumentar.
Coincidência, né.
A outra notícia é que o “TCU isenta Conselho da Petrobrás, presidido por Dilma, de irregularidade na compra da Petrobrás”, publicada na Folha.
O TCU já tinha inocentado Dilma, e agora inocentou também o Conselho inteiro.
Ora, a imprensa usou essa história de Pasadena para incendiar o clima de impeachment. Não vai pedir desculpas, pelas matérias forçadas, sensacionalistas, pelas mentiras sem fim?
Sem contar, que a matéria é irritante porque o TCU não entende nada de refinaria. Não é o TCU quem decide sobre o acerto ou não de decisões de cunho estratégico.
Houve quem roubasse ali porque Cerveró confessou, mas isso não tira a importância de Pasadena. Há propina na construção de metrôs e ninguém diz que os metrôs não são importantes por causa disso.
Pasadena foi uma aquisição estratégica e hoje é um dos ativos mais lucrativos da Petrobrás. Por um momento, pareceu ter sido uma opção ruim porque, logo depois da compra, o Brasil encontrou o pré-sal e decidiu priorizar refinarias aqui mesmo. Mas foi estupidez depreciar uma refinaria em local tão estratégico em Houston.
Hoje o Pedro Parente, entreguista e criminoso, quer vender Pasadena por US$ 200 milhões. Ora, se Pasadena processa 112 mil barris diários em derivados, isso significa que ela fatura bilhões de dólares por ano. Como assim, vai vender por US$ 200 milhões?
E logo agora, que as estimativas indicam que haverá alta no preço do petróleo?