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A reação à fala racista do comandante da Rota

O novo comandante da Rota cometeu sincericídio em uma entrevista ao Uol divulgada ontem: É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região […]

11 comentários
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O novo comandante da Rota cometeu sincericídio em uma entrevista ao Uol divulgada ontem:

É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado. Da mesma forma, se eu coloco um [policial] da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali, andando.

Ou seja, quem mora na periferia não tem o direito de “estar ali, andando”, o clássico direito de ir e vir previsto na nossa combalida Constituição. Ah, a liberdade que só o sistema capitalista pode oferecer…

A fala do comandante é emblemática. Com o inacreditável retorno do fascismo às paradas de sucesso, aberrações como as transcritas acima, sobre as quais imperava uma espécie de lei do silêncio, são ditas com toda a naturalidade do mundo, como se não fosse uma confissão explícita do racismo e classismo que direcionam as ações do braço repressor do Estado.

A resposta veio rápida. O Movimento Negro de SP, aliado a um conjunto de organizações populares, protocolou na tarde de hoje um pedido de explicações com base na lei de acesso à informação. A petição foi feita junto à Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público, Ouvidoria das Polícias e Gabinete do Governador e, além de pedir explicações sobre a fala, exige a demissão do comandante.

Amanhã, sábado, haverá um ato ato público anti nazista na Praça Roosevelt, em São Paulo, conforme imagem que abre este post. A fala grotesca do chefão da Rota será um dos temas principais.

Bora lá!

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Pedro Breier

Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.

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Comentários

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Roberto Luiz

28/08/2017 - 21h07

Nunca ouvi notícias sobre a PM ser recebida a tiros em um bairro rico do Brasil!

Axel Maia

26/08/2017 - 21h40

“Não acabou tem que acabar eu quero o fim da polícia militar “

    Jorge Nascimento Nascimento

    26/08/2017 - 22h39

    Já!!!

Alex Vieira

26/08/2017 - 21h04

Denunciar discurso de ódio no LinkedIn como estão fazendo por todo mundo! o fim dos nazi-fascistas!

Lucas Ponzo

26/08/2017 - 11h00

Como disse Nelson Rodrigues, existem situações em que até os idiotas perdem a modéstia. Com nazifascistas marchando para fora de suas cavernas, absurdos como a fala desse policial serão cada vez mais comuns.

Luiz Carlos

26/08/2017 - 08h47

Que pérola do comandante! Expôs as vísceras do diferente tratamento dado aos cidadãos. Em resumo, elite é boa gente, enquanto moradores da periferia são do mal. Não é o retrato desse governo e desse combalido BraZil?

Maria Thereza Freitas

25/08/2017 - 21h36

os movimentos deviam conclamar o pessoal da periferia a ir pros Jardins “andando por ali”, com tranquilidade, passeando com as famílias, os filhos.

Maurilio Costa

25/08/2017 - 23h52

O fascismo sempre esteve por aqui, só que era menos explicito.

Jorge Nascimento Nascimento

25/08/2017 - 22h52

A Rota não deveria nem existir.
Só existe porque eles mesmo criam bandidos para combater.

Vania Freitas Andrade

25/08/2017 - 22h45

Abaixo as discriminações!

Eduardo Petrucci Gigante

25/08/2017 - 22h41

Curiosamente a PM não entende porque a população colabora pouco….


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