Os quatro grandes canais de TV aberta, Globo, Record, SBT e Band receberam, nos sete primeiros meses de 2017, um valor correspondente a 67% de toda a verba federal de publicidade. A parte do leão ficou com a Globo, com 46%. A Record veio em segundo, com 11%.
As verbas para Record e SBT cresceram muito esse ano. Já para a Band, caíram. Em 2016, porém, a Band recebeu um bom volume de recursos, quase 30% a mais do que em 2015, de maneira que o repasse de recursos para a Band pode estar apenas atrasado.
No post anterior, a gente observou que as verbas de publicidade para a Globo cresceram 170% em jan/jun deste ano, na comparação com 2015.
Se olharmos para julho, porém, este aumento ainda maior: em jan/jul de 2017, cresceram quase 190% sobre igual período de 2015 (ou seja, antes do golpe).
Os aumentos sobre 2016 também foram muito fortes. A crise fiscal, definitivamente, não chegou na imprensa chapa-branca.
O Estadão é coerente quando se agarra às calças de Michel Temer. A publicidade federal veiculada no jornal cresceu 150% nos primeiros sete meses de 2017, na comparação com igual período de 2016. Se compararmos com 2015, o aumento foi de quase 6 mil por cento.
A Folha recebeu, nos sete primeiros meses deste ano, um total de R$ 886 mil, 27% a mais do que em igual período do ano anterior e 111% a mais do que em 2015. Também participa do trem da alegria.
Quem está feliz é a Istoé, que recebeu, nos sete primeiros meses deste ano, mais de 20% de tudo que já recebeu de 2011 a 2017.
A publicidade da editora Abril, responsável pela revista Veja, cresceu 478% este ano, na comparação com 2016.
Os valores referem-se apenas aos gastos da presidência e dos ministérios, mas serve de parâmetro para sabermos o total recebido por cada veículo. Se forem contabilizadas as estatais, esses valores devem se multiplicar por três ou quatro.
O governo Temer é generoso e leal com os seus. A verba pública é usada, sem pudor, para ajudar os amigos.