(Foto: Marcos Corrêa/PR)
Por Denise Assis, colunista do Cafezinho
Não. Michel não é um grande político. É um político burocrata, de gabinete, de obas, olas, e jantares para angariar fundos para quermesses. O que ele sempre soube fazer bem foram conversinhas e arranjos de corredores.
Sabíamos que deixá-lo com a cadeira e a caneta, enquanto está sendo investigado, desembocaria nesse festival de gastança, que já alcança a casa dos dois bi, unicamente para manter-se no poder (que ele pensa que tem), e executar as reformas encomendadas pela FIESP, que não quer, nunca quis, e vai continuar não querendo “pagar o pato”. Este quem paga somos nós.
De onde será tirada a bolada que comprou os votos proferidos em horário nobre? Da saúde, do Bolsa Família – no momento sem o aumento prometido -, e das bolsas de iniciação do CNPQ. A Instituição desmentiu oficialmente que o fará, mas não dou 15 dias para anunciar o corte. É só deixar passar o calor dos clamores.
Todas essas manobras hediondas giram em torno de um só tema: “a economia, estúpidos”. Houve quem confessasse ao microfone estar votando pelos empresários, apertados para pagar funcionários dentro das regras trabalhistas atuais. Foi quase comovente. A bordo dos 5% de popularidade (???) de que dispõe Michel não se faz de rogado. Não vacila. Está tendo ajuda para se manter onde se aboletou. Dinheiro não falta. Falta para nós, população expropriada em seus direitos, mas não para a compra deslavada de votos.
Não por acaso, ontem, dia da fatídica votação que deu continuidade ao ante mandato de Michel, um indivíduo em desespero “acessou indevidamente os trilhos do metrô”. Enquanto o deputado Wladimir Costa transpirava dentro do terno de mau gosto, borrando a tatuagem de hena que estampou no ombro, em homenagem àquele que o pagou, emitindo seu voto favorável aos gritos, um pobre diabo se estatelava na estação, atrapalhando o tráfego.
Deus queira que não aconteça, mas outros virão acessar indevidamente os trilhos, as janelas e as pontes, em desespero, tragados pela impossibilidade de pagar as contas acumuladas em casa, enquanto Michel sangra os cofres para garantir o seu cargo de síndico da elite e do mercado.