Lembram de Sergio Moro, em palestra para executivos que pagaram R$ 1800 por um ingresso, dizendo que a construção da refinaria Abreu e Lima era desperdício de dinheiro?
Em que se baseava a afirmação de Moro? Em estudos estratégicos? Não. Em “análises” informais, coxinhas, que alguns delatores faziam durante os depoimentos (onde falavam, naturalmente, o que procuradores e juiz coxinhas queriam ouvir).
O que isso tem a ver com o aumento da conta de luz?
Tudo.
A conta vai aumentar porque o governo voltará a aumentar o uso das termoelétricas, que são movidas a óleo diesel e gás natural, dois derivados de petróleo.
Como o Brasil paralisou a construção de refinarias, terá que importar mais.
Logo, terá gastar mais dinheiro… público. E a conta de luz ficará mais cara.
Sergio Moro é um “jênio”.
Ele “esqueceu” que refinarias constituem a infra-estrutura básica de um país. Não se pensa apenas no custo de produção, mas na contribuição que dará à economia do país como um todo.
O aumento do custo do óleo diesel, mais a elevação do preço da energia elétrica, contribuem para derrubar a competitividade brasileira. E isso num momento que o governo Trump tem cortado impostos das grandes empresas americanas, justamente para lhes proporcionarem maior competitividade. Para que a geração fiscal no país não seja comprometida, porém, o governo incentiva as empresas americanas a compensar a queda de arrecadação com o aumento das exportações. Para isso era preciso encontrar mais mercados para elas. Por isso o golpe no Brasil e a Lava Jato foram tão oportunos.
Com a destruição da indústria brasileira, pela Lava Jato, pelo asfixiamento do crédito promovido pelo governo Temer e pela suspensão dos investimentos estatais, as corporações norte-americanas e europeias, até mesmo algumas chinesas, quase todas controladas pelos mesmos fundos, poderão controlar facilmente o mercado brasileiro, derrotando a nossa indústria e gerando empregos fora do Brasil.
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No Estadão
Com bandeira vermelha, conta de luz fica mais cara a partir de amanhã
Aneel decidiu que tarifa mais cara passa a valer a partir do dia 1º de agosto; R$ 3 serão acrescentados para cada 100 kWh consumidos
A conta de luz vai ficar mais cara em agosto. Com o aumento do custo para geração de energia, a Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, informou que para o mês que vem a bandeira tarifária será a vermelha, no patamar 1. Neste estágio, a conta custa R$ 3 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Ou seja, além da tarifa cobrada pela distribuidora da região, será acrescido R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora. Em julho a bandeira tarifária foi a amarela, quando a conta fica R$ 2 mais cara para cada 100 kWh.
A cor da bandeira é impressa na conta de luz e indica o custo da energia em função das condições da geração.
Quando chove menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais termelétricas para garantir o suprimento no país. Como a energia das termelétricas custam mais caro, a Aneel sobe o preço da conta.
As bandeiras tarifárias somente não são aplicadas ao estado de Roraima e algumas regiões da Amazônia que não estão ligadas ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica.