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Duas notas hoje, publicadas em O Globo, explicam o golpe e revelam sua brutalidade. Uma delas, sinistramente intitulada “Sem luz no fim do túnel”, diz que o o “risco do apagão fiscal tem sua face mais previsível nas universidades públicas”. Em seguida, dá razão ao governo, sem nenhum contraponto, de que elas é que são culpadas. E começa a enumerar gastos insignificantes, como R$ 6 mil em carimbo, para mostrá-las como gastadoras.
Igualmente não se dá um contraponto nem se dá voz à universidade para que se defenda. Como sempre, Globo não contextualiza o modelo da universidade brasileira no mundo: não informa ao leitor que, em inúmeros outros países, como toda Europa e Ásia, o modelo da universidade é o modelo público e gratuito, e vai muito bem obrigado. Também não informa que, durante as eras Lula e Dilma, a universidade pública cresceu e esteve muito bem. O Globo simplesmente ataca a universidade pública porque entende que ela é um espaço crítico que ameaça suas narrativas, entre elas, a narrativa do próprio golpe. Na universidade pública, o golpe é chamado pelo que é: um golpe, com participação central da Globo. E por isso a Globo entende que é preciso destruir a universidade pública.
Desde o impeachment, a Globo iniciou uma campanha agressiva, com a publicação de inúmeros editoriais, para impor a narrativa, mentirosa, de que a universidade pública é um “gasto”.
Se a universidade pública quiser resistir, precisa entender quem são seus verdadeiros inimigos…
A outra nota fala do Brasil como a xepa da feira. Empresas estrangeiras estão ampliando o seu controle sobre a economia nacional como há muito tempo não se via, adquirindo participação acionárias de empresas brasileiras a preços muito baixos. Igualmente, não há contextualização ou comentário sobre os riscos que isso implica, porque essas companhias podem transferir empregos e lucros para fora do Brasil.