A “operação Condor judicial”, conforme expressão usada por Zaffaroni, continua se expandindo pela América Latina. Com base puramente na delação “premiada” de Marcelo Odebrecht, a justiça peruana ordenou a prisão de Ollanta Humala, ex-presidente do Peru (2011-2016).
O processo está sendo coordenado pelo Departamento de Justiça do governo americano, que tornou públicos dados de supostas propinas (em geral, contribuições para campanhas eleitorais) da Odebrecht em diversos países latinos e africanos.
Nadine Heredia, esposa de Humala, também foi presa.
O instrumento usado pela Lava Jato, aqui e no Peru, além da delação, é a prisão cautelar, que é distorcida até o limite do absurdo. O juiz Richard Carhuancho, uma espécie de Sergio Moro peruano, e que já tinha ordenado a prisão de Alejandro Toledo, decretou uma preventiva de 18 meses (!) para Humala e esposa.
18 meses de prisão preventiva, num processo sem provas, baseado apenas na “delação” de Marcelo Odebrecht… Soa familiar?
O processo no Peru ameaça também desmontar o setor de construção civil do país. A ver.