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Pergunta besta, para resposta óbvia

(Nota da redação: tínhamos publicado o texto da Denise sem o último parágrafo, por isso o republicamos agora) “De que cor era o cavalo branco de Napoleão?”, a pergunta, nas reuniões familiares, costumava vir daquele tio jeitoso com crianças. Provocava o riso dos adultos e o embaraço de alguns primos mais agitados e desatentos, que […]

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(Nota da redação: tínhamos publicado o texto da Denise sem o último parágrafo, por isso o republicamos agora)

“De que cor era o cavalo branco de Napoleão?”, a pergunta, nas reuniões familiares, costumava vir daquele tio jeitoso com crianças. Provocava o riso dos adultos e o embaraço de alguns primos mais agitados e desatentos, que para dar a resposta faziam um ar de que precisavam pensar. Sim. A resposta era óbvia, mas alguns precisavam pensar.

Tal como na charada infantil, agora a pergunta que está no ar é: “de quem era a mala recheada com R$ 500 mil, entregue ao intermediário de confiança de Michel, a quem deveriam ser encaminhados recados e encomendas a ele endereçadas?”

A resposta a esta pergunta tem envolvido verdadeiros malabarismos jurídicos, horas de discussões na mais alta corte, troca de infindável correspondência entre defesa e acusação, pronunciamentos nervosos, e coletivas concorridas.

Com voz esganiçada pela indisfarçável tensão, e o seu já característico gestual de mãos, Michel busca desesperadamente a credibilidade que nunca teve, e a continuidade do apoio do “mercado”, que só espera a aprovação de pelo menos uma reformazinha, para cuspi-lo.

O país assiste pasmo e entorpecido a movimentação de Michel, que tenta correr contra o tempo, e a popularidade que se derrete a cada aferição, para não perder entre os pares o apoio que lhe resta.

Com honrosas exceções, tais como a presença aguerrida dos parlamentares: Jandira Feghali, Wadih Damous, Molon, Jean Wyllys, Miro Teixeira e outros poucos, o Congresso, onde irão bater as denúncias contra Michel, é mais um refúgio de desesperados (indiciados) do que propriamente uma casa legislativa, onde o povo e (suas angústias) se vê representado. Longe disso.

Enquanto detém cofre, chave e caneta, Michel procura fazer o que mais sabe e o que mais esses senhores entendem. Um troca-troca de favores e vantagens. A pressa, é porque daqui a pouco, já não haverá o que oferecer.

Enquanto isto, nós ficamos, da poltrona, apreciando as caras de “primos que precisam pensar”, à espera da resposta, que nos parece óbvia, transitar por todas as teias de interesses que não são os nossos. E Michel treme, Rodrigo hesita, Gilmar trama, e nós aguardamos. Quanto ao país…

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Denise Assis

Denise Assis é jornalista e autora dos livros: "Propaganda e cinema a Serviço do Golpe" e "Imaculada". É colunista do blog O Cafezinho desde 2015.

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Comentários

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Marcos

01/07/2017 - 14h02

Por favor inclua entre os combativos democratas os deputados Henrique Fontana , Pepe Vargas, Paulo Pimenta, Bohn Gass, Maria do Rosário, todos do PT/RS !

Marta

01/07/2017 - 08h08

Como sempre, com humor, Denise denuncia os tempos de imoralidade que vivemos.
Parabéns !!!!

Hudson

30/06/2017 - 12h24

Pergunta ao Dallagnol na próxima palestra que ele vai dizer que a mala era do Lula!!!


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