Para quem se interessar, segue a íntegra da pesquisa feita pelo Datapoder360, a “divisão” de pesquisas do blog Poder360.
Tem muito material aí para a gente analisar.
Como toda pesquisa, não é um documento isento ou imparcial. É um documento político, com objetivo político. Cumpre ao internauta, portanto, avaliar o material com espírito crítico.
O Poder360, compreensivelmente, quer ocupar um lugar do centro político. Para isso, precisa jogar conforme as regras do status quo. Várias perguntas da pesquisa são um tanto estranhas ou direcionadas, como a pergunta sobre: “você vai participar de alguma manifestação?”
Ora, a característica marcante de manifestações políticas são seu caráter de comoção. E isso muda de hora em hora. Além do mais, em qualquer lugar do mundo, manifestações são sempre uma maneira de expressão essencialmente jovem. Quando a pesquisa enfia pessoas com mais de sessenta anos no meio, os números ficam distorcidos.
Os números de rejeição partidária, mostrados no início do relatório, trazem PT e PSDB empatados, o que também é normal, apesar do blog descrever a situação com um pouco de sensacionalismo. A metade do Brasil que simpatiza mais com o PT, não votaria “de jeito nenhum” no PSDB. E vice-versa. Essa divisão do país é uma característica normal de democracias de massa.
A diferença mais marcante entre PT e PSDB é a vantagem petista no quesito da preferência nacional: 17% dos eleitores votariam “com certeza” num candidato do PT, enquanto apenas 6% votariam “com certeza” num tucano.
Esses números ressaltam o carácter antidemocrático do golpe. A presença do PT na presidência da república tinha respaldo popular. A maioria do povo votou no PT para presidente por quatro vezes consecutivas e a maioria do eleitorado ainda prefere o PT ao PSDB. E, no entanto, quem governo hoje o Brasil é o PSDB, através de uma manobra parlamentar criminosa patrocinada pela mídia e chancelada pelo judiciário.
Eleições indiretas seriam uma violência contra os brasileiros. Olhem esse gráfico:
No caso do nordeste, apenas 1% dos entrevistados disseram preferir eleições indiretas, contra 90% que querem eleições diretas.
O interesse por política está ligado diretamente ao grau de instrução, o que é razão pela qual a mídia consegue manipular tanto as informações; está ligado também à juventude.
Quanto ao posicionamento político, a direita está na frente, e com muita força na juventude. A esquerda tem ligeira vantagem sobre a direita, no entanto, entre quem possui ensino superior: 25% X 23%.